SANTANA – CULTURA E MUSEUS Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.408 Para pres...

 

SANTANA – CULTURA E MUSEUS

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.408


Para preservar a nossa história, usos e costumes, foram criado os museus que contarão aos nossos filhos, netos e bisnetos como vivemos hoje e como as nossas bisavós, avós e pais viveram. Em algumas regiões é preciso usar os serviços de arqueologia, sendo muito mais fácil bem equipar, melhorar, evoluir e conservar os nossos museus para o aprendizado dos nossos alunos, povo em geral, pesquisadores diversos e turismo.  Assim, podemos dizer que após altos e baixos no museu único da nossa cidade, hoje ele se encontra nos melhores níveis de grandes cidades brasileiras, graças a dedicação da, então, prefeita Renilde Bulhões. Antes, muita gente recusava entregar suas peças aos cuidados públicos com medo dos constantes desaparecimentos de peças importantes, quando não roubadas, desviadas para museus de outras cidades.

Entre tantas peças importantes naquele casarão, destacamos o primeiro arado do sertão de Alagoas, que tem uma história belíssima e desconhecida até para quem cuida do museu. Uma pedra mó, (15 mil anos antes de Cristo) que nossos antepassados usavam para triturar o milho, fazer xerém e consumir com leite. Consiste em duas pedras grandes, esféricas e polidas uma sobe a outra, ligadas por um veio de madeira e orifício por onde se colocava o milho e acionava o veio manual para rodar a pedra da superfície e triturar o produto. É por isso que estamos (Clerisvaldo e Jorge Santana) querendo entregar ao Museu Darras Noya, duas peças históricas da nossa agricultura. A primeira, descoberta pelo Secretário, Jorge. Trata-se de uma grande peça de um engenho rapadureiro que existiu no sítio Serra dos Bois, município de Santana do Ipanema. Incrível! Um engenho de rapadura em plena caatinga sertaneja. A outra peça será doada pelo nosso amigo ex-bancário, fazendeiro Paulo Décio, do sítio Olho d’Água do Amaro: um vaso de zinco de guardar feijão.

Temos ainda uma peça que almejamos entregar à prefeita Christiane Bulhões, como sendo a PRIMEIRA doação ao futuro museu: MEMORIAL RIO IPANEMA, assegurado por ela. É o livro documentário CANOEIROS DO IPANEMA, episódio santanense resgatado por nós: 40 páginas ilustradas e com prefácio do escritor contista Fábio Campos. Muitas e muitas outras peças já estão em nossas ideias de auxílio ao MEMORIAL como uma canoa de Pão de Açúcar, semelhante às adquiridas ali pelos nossos heróis santanenses do remo. Deus no comando.

PEDRA MÓ E ARADO NO MUSEU (FOTO: B. CHAGAS).

 

 

  NOVA POLÍTICA Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica; 2. 407 As pequenas cidades...

 

NOVA POLÍTICA

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 2. 407

As pequenas cidades do Sertão de Alagoas, evoluíram bem no aspecto físico e em grande parte da estrutura básica. Os antigos líderes que já faleceram ou se afastaram da política, foram substituídos por uma nova geração de mentalidade progressista. Com isso, a arrogância, o sentimento de propriedade particular, violência e coronelismo, parecem em sucessivas quedas. Mesmo sendo vários administradores públicos filhos, filhas ou familiares dos coronéis, não se nega essa evolução na mentalidade política. É certo, porém, que ainda se encontra resquício à moda ainda recente do feudalismo, todavia, mais como exceção do que regra geral. Essa nova geração de políticos traz quase todos formados em diversas áreas como agronomia, direito, medicina, magistério, administração e outros. Portanto, a mentalidade é diferente além da pressão popular, da fiscalização e das comunicações por todos os meios. Não há mais espaço para coronéis.

Notamos ainda, muito claramente, os projetos em todas as áreas da administração pública, colocadas pelos candidatos à prefeito durante entrevistas nas rádios sertanejas. Ou projetos escritos por terceiros ou pelo próprio candidato, são aqueles que de fato as comunidades necessitam e aguardam aquelas realizações. A impressão é que todos estão empenhados em fazer evoluir o seu respectivo município. Pode ser que exista engodo, falsidade e manhas por trás das orelhas, mas pelo menos os pronunciamentos são excelentes vindos desse sangue novo que ingressa na política.

Todos sabemos que o progresso, geralmente, tem início histórico nas capitais e cidades beira-mar. Muitas vezes esse progresso demorava séculos para chegar a mais longínqua e pequenina cidade do interior. A hierarquia continua a mesma, mas a velocidade se consolidou com as excelentes redes de transporte e muita tecnologia do século XXI.

Hoje no Brasil existe muita prosperidade em vários interiores fazendo o caminho inverso da tradição, isto é, do interior para as capitais. Quando todas as mentes administrativas do Brasil, levarem à sério o papel do “administrador de mão cheia”, poderemos despontar no mundo como um país desenvolvido e igualitário pelo nível superior.

Não ser otimista demais, porém, nunca perder a fé.

(FOTO: DIVULGAÇÃO).

 

 

 

 

  O DOCE DE CADA DIA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.404                  ...

 

O DOCE DE CADA DIA

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.404


                                         (foto: blogdocasamento.com.br)
Foi muito bom o espaço dado a agricultura familiar com a feira das sextas, no bairro Monumento. Mas, nesse momento de pandemia e muito difícil para dinheiro, sugerimos ao Secretário da Agricultura, Jorge Santana, outra criação de espaço para fomentar renda para pessoas sem oportunidades. O exemplo vem do Recife onde uma ponte interditada passou a ser o ponto das boleiras e doceiras em toda a sua extensão. Barracas padronizadas, higiene e ponte lotada de compradores, assegurando autonomia das profissionais, gerando também pequenos empregos e renda. Um ponto certo de todos os dias, movimentado e livre do ruge-ruge do trânsito. Não são poucas as exímias doceiras e boleiras de Santana sem oportunidade de expor os seus produtos por uma série de fatores.

A verba empregada pela prefeitura seria o mínimo possível, quase nada, cujo resumo seria distribuição de barracas padronizadas, estrutura para água e luz, terreno municipal como um beco interditado ou outro qualquer espaço favorável a comercialização. Caso alcançasse o sucesso esperado, o espaço exclusivo de boleiras e doceiras poderia ser multiplicado em outros espaços importantes da cidade onde é grande o movimento dos trabalhadores, permitindo assim um lanche rápido nos intervalos do trabalho e mesmo novidades a mais para a alimentação de casa. Um fortalecimento supimpa para mãe de família, boa mão, sem oportunidades. Não é só a roça que precisa ajuda, mas também a nossa periferia tão carente que aguarda olha para ela.

Doceira: mulher que faz ou vende doces, confeiteira. Boleira: Aquela que faz ou vende bolos. A proposta é válida para ambos os sexos, pois as habilidades são uníssonas. Aqui a doceira pode ser boleira e a boleira também pode ser doceira, apenas estamos especificando, pois existem as pessoas que fazem doces variados, menos o bolo e vice-versa. Todas as formas de gerar renda, principalmente entre os necessitados, deveriam ser abraçadas pela municipalidade. É criar inúmeras formas baratas, criativas e eficientes, de modo que todas as famílias tenham condições de pegar e fazer circular o real. A pobreza sempre existirá, mas a miséria é fruto das péssimas administrações públicas e de um infeliz olhar atravessado para os menos aquinhoados filhos de Eva.