PONTE MOLHADA Clerisvaldo B. Chagas, 6 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.729   Para os construtore...

 

PONTE MOLHADA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.729

 



Para os construtores, ponte molhada é uma passagem baixa feita de cimento, para lugares de travessias e riachos. Se um tronco de árvore deitado serve para se atravessar uma vala, um riacho, é chamado do triste nome de pinguela, pois a passagem molhada é um pouco melhor do que a pinguela. Só serve mesmo para o verão quando os riachos estão secos porque evitam a passagem dos transeuntes por cima da areia. No inverno, as cheias, como agora, cobrem até pontes de verdade quanto mais essas invenções ridículas do tempo em que prefeituras viviam na “pindaíba”. Ora! Os riachos não estão respeitando nem pontes de concreto quanto mais pinguelas e passagens molhadas! Mas, por que hoje as prefeituras do Brasil – nadando em dinheiro – não constroem pontes de vergonha!?

Lembro de uma presepada dessa bem no Centro Comercial de Caruaru alguns anos atrás. O Poço das Trincheiras tem uma sobre o rio Ipanema, inclusive com passagem para o povoado Quandu, mas que agora, com a pista asfáltica que deverá acontecer por esses dias, vem junto uma ponte de verdade. Quem não lembra da antiga “pinguela” para o Colégio Estadual, em Santana do Ipanema? Um sufoco! Foi sendo melhorada devagar e também passou pelo triste estágio de passagem molhada, mas terminou em ponte bonita e de verdade construída pelo saudoso prefeito Isnaldo Bulhões. Porém Santana ainda resiste com duas antigas dores de dente: uma sobre o rio Ipanema, que é do início de Santana/cidade e a outra no Bairro Artur Morais, um “cala-boca” de gestão do tempo dos arranjos.

Há muito, baseadas em suas florestas (matéria-prima), o que mais existe nas Regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil são pinguelas e pontes de madeira, outra desgraça que não mais se coadunam com os tempos modernos do Século XXI. E aqui no estado de Alagoas, mesmo, temos muitas pontes de concreto, muito baixas, estreitas, de épocas em que um automóvel na rua era novidade. Serviram bem naqueles tempos e, agora, “esquecidas” pelo poder público, estão facilmente em ações de mergulhos nas cheias deste inverno, basta viajar de Santana a Maceió e você verá. Esperamos que as coisas melhorem em nosso País.

Oxente!

PONTE MOLHADA (FOTO: PREFEITURA DO POÇO DAS TRINCHEIRAS/DIVULGAÇÃO).

  IFAZEANDO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.728   Obras paralisadas há ba...

 


IFAZEANDO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.728

 

Obras paralisadas há bastante tempo, o esqueleto físico do que seria o IFAL Campus Santana, defronte o Batalhão de Polícia na Lagoa do Junco, margem da BR-316, em Santana do Ipanema virou construção fantasma. Após gastarem uma fortuna interromperam a obra, com alegações sobre o terreno. O tempo passou com a obra esquelética à vista dos passantes e o IFAL – Instituto Federal de Alagoas – passou a funcionar em prédio de terceiros na AL-130, saída para Olho d’Água das Flores. Somente agora o novo governador garantiu verbas para a construção do IFAL, entretanto a divulgação não fala se será a retomada das obras ou nova construção em outro terreno. Fala-se em 1,6 milhão para construção da nova sede.

Segundo noticiário, a Instituição contará com 12 salas de aula, 2 laboratórios de informática, auditório, biblioteca, teatro de arena, refeitório, área de vivência, quadra poliesportiva coberta, e laboratórios especiais. A nova sede vai irá atender a 1200 alunos de Santana do Ipanema e 16 municípios vizinhos.

Com IFAL, UFAL e UNEAL, a Capital do Sertão se consolida como um dos grandes polos educacionais do estado. As consequências são as atrações de inúmeros empreendimentos particulares e públicos nas imediações. Vem a pousada, o hotel, o posto de gasolina, a farmácia, o mercadinhos, os bares, os salões e assim em diante. E Novamente lembramos nosso amigo, bom empresário e sovina que só ele: “uma repartição federal na cidade é um despejar permanente de caldeirão de dinheiro. Todo mundo pega o seu quinhão”, direta ou indiretamente com a circulação de verbas.

Portanto Santana do Ipanema, mais uma vez está de parabéns, pois assim vai revitalizando bairros e gerando oportunidades em todos eles como um todo, facilitando a vida de milhares. As boas escolas ajudam a fixar o nativo no próprio município. É somente lembrar a época em que se terminava o Curso Ginasial em Santana e, ou aceitava-se o Curso de Contabilidade (Curso Médio, antigo 20 Grau), parava os estudos por aí ou se partia para Maceió ou Recife. Portanto, a chegada forte do IFAL na terrinha deve ser acolhida com dois pés como tirador de coco e com duas mãos como tocador de pife.

Salve o progresso!

IFAL SEDE NÃO PRÓPRIA (DIVULGAÇÃO/RQUIVO).

 

 

 

 

 

  CAINDO GELO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.727     Chegou o tão aguard...

 

CAINDO GELO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.727

 



 Chegou o tão aguardado mês de julho, central de planejamento do comércio e da agropecuária sertaneja. O citado mês não negou a tradição de outrora e rompeu o dia primeiro com chuva suave o dia todo, desde as primeiras horas da manhã e, um frio avaliado por muitos: para as pessoas em geral: “um frio de lascar!”. Para pessoas mais velhas: “Tá caindo gelo!”; para minha sogra: frio de torar os ossos; e para muitos: “Eita que o nosso Sertão agora virou São Paulo”. Guardando as devidas proporções, está muito frio por aqui. Isso faz lembrar o cerco das forças volantes ao bando de Lampião no amanhecer do dia 28 de julho de 1938, na grota da fazenda Angico, em Sergipe: “frio de matar sapo”, falou um volante combatente. E assim vamos revivendo os velhos tempos do mês em curso, sobre a atmosfera.

“julho é o sétimo mês do ano no Calendário gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Deve seu nome ao cônsul e ditador romano Júlio César, sendo antes chamado Quintilis, em latim, dado que era o quinto mês do Calendário Romano que começava em março. Também recebeu esse nome porque foi o mês em que César nasceu. Julho começa (astrologicamente) com o Sol no signo de Câncer e termina no signo de Leão. Na roda do ano pagã, julho termina Lughnasadh ou próximo dela no hemisfério sul.  É em média o mês mais quente na maior parte do hemisfério norte, onde é o sadhnas e segundo mês de verão, e o mês mais frio em grande parte do hemisfério sul, onde é o segundo mês de inverno. A segunda metade do ano começa em julho. No hemisfério sul, julho é o equivalente sazonal de janeiro no hemisfério norte”.

Julho em nosso Sertão, sempre acumulou a maior pluviosidade anual. Passou, porém uma boa temporada sem esse troféu. Todos os anos, agricultores, alguns, reclamavam de perda de lavoura com as chuvas, frio, lagartas e até gafanhotos do final de julho para o mês de agosto. Está com muitas décadas que não mais ouvimos esses relatos lamentosos. Mas agora tem gente perdendo a lavoura afogada pelas chuvas. Sobre este mês total, não sabemos ainda, todavia, o dia primeiro (sexta-feira) foi de chuva continuada desde a madruga ao anoitecer, entrando pela noite. Graças a Deus foi uma chuvarada boa, respeitosa e molhadeira, sem trauma.

Tempo de política: chuva na terra e dinheiro correndo frouxo. Amém! Amém.

CÉU MARFIM E CHUVA RESPEITOSA CONTINUADA (Foto: B. CHAGAS).