SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
FREI DAMIÃO, PRESENTE Clerisvaldo B. Chagas, 6 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.009 Após a ...
FREI
DAMIÃO, PRESENTE
Clerisvaldo
B. Chagas, 6 de fevereiro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.009
Após
a passagem do primeiro santo do Nordeste, padre Cícero Romão Batista, em 1930,
a nação nordestina apegou-se ao segundo santo, Frei Damião, de Bozzano. Mas a
dor veio do mesmo jeito em 1997, quando da passagem do Frei.
O
Nordeste aguardava, mas não resistiu a dor do falecimento de Frei Damião de
Bozzano. O Santo do Nordeste vinha doente, passando quase um mês internado no
Hospital Português, do Recife, por grave problema de insuficiência
respiratória. O Frei italiano nascera em 5.11.1898, em Bozzano e falecera aos
99 anos de idade, em 31.05.1997.
Com
a morte de Frei Damião, o presidente da república, então, Fernando Collor de
Mélo, decretou luto oficial por três dias. O féretro ficou à visitação pública,
durante também três dias na Basílica de Nossa Senhora da Penha dos Frades
Capuchinhos, em Recife.
O
sepultamento ocorreu na capela dedicada à Nossa Senhora das Graças, no Bairro
do Pina, na capital pernambucana.
Santana
do Ipanema chorou a morte de Frei Damião e o homenageia com uma modesta
pracinha que leva seu nome e sua imagem de corpo inteiro em redoma de vidro. O
local fica na confluência das Ruas Manoel Medeiros de Aquino, Delmiro Gouveia e
Maria Gaia no Bairro Camoxinga. Ultimamente não existe mais a redoma de vidro e
a imagem está em pedestal mais baixo do que o original, ao alcance de todos.
Informações compiladas
com alterações do livro O BOI, A BOTA E A BATINA; HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA
DO IPANEMA que será lançado no próximo mês de março em Maceió e em Santana.
Mesmo
invisíveis aos encarnados, os dois santos nordestinos não deixam de trabalhar
pelos que apelam para suas intervenções sobre os males terrenos.
Em
Canafístula Frei Damião, as romarias parecem sem fim, bem como as romarias à
Pedra do Padre Cícero, na cidade sertaneja de Dois Riachos. E no Juazeiro do Norte, nem se fala, de
multidões e multidões que chegam à cidade vindas de todas as partes de País.
A
região de Alagoas é que, por certo, envia mais devotos aos principais eventos
anuais ao Cariri.
Frei
Damião continua servindo, padre Cícero nunca parou de servir.
IMAGEM
DE FREI DAMIÃO (FOTO: MARLENE COSTA/LIVRO O BOI, A BOTA E A BATINA...)
OS CARNAVAIS DOS ANOS 60 Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.009 No sábad...
OS
CARNAVAIS DOS ANOS 60
Clerisvaldo
B. Chagas, 5 de fevereiro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.009
No
sábado saía o Zé Pereira. E nos três dias seguintes, o procedimento era
praticamente igual. Pela manhã, desfilavam blocos nas ruas e avenidas. Uns mais
famosos, outros não. Esses blocos compostos de somente homens, somente mulheres
e raramente mistos seguiam nas ruas até aproximadamente uma hora da tarde.
Entravam na casa de políticos e de outras pessoas influentes onde bebiam e
comiam. Sempre puxados por um pequeno grupo musical com sanfona, violão,
pandeiro e coisas assim. À tarde, lá para as quatro horas, havia frevo no
comércio com pessoas da mesma orquestra que tocariam à noite no clube. Nesse
frevo pulavam adolescentes, adultos e até crianças e tinha uma duração
aproximada de duas horas. Enquanto isso, outras pessoas faziam o corso, isto é,
passeavam em jipes e outros carros pelas ruas. Havia frevo à tarde também no
Tênis Clube Santanense.
À
noite, Carnaval era no Tênis Clube Santanense e na Sede dos Artistas.
O
bloco tradicional e o mais aguardado era o do Urso Preto, porém, outros blocos também
atraiam foliões como o dos Cangaceiros, fundado pelo saudoso Luís Fumeiro. Os
caretas andavam em bando, arrulhando, estalando relho com ponteira, dando
carreira em menino. Ainda alcançamos blocos antigos da era de vinte que se
perpetuavam como “As Negras da Costa”.
Homens pintados de preto de carvão, vestidos de baianas... Como o
conhecido Zé Urbano e Filemon e o bloco do “Bacalhau”, com o deputado Siloé
Tavares. Quanto a foliões individuais, havia o ex-prefeito, comerciante e
fazendeiro Firmino Falcão Filho, o Seu Nozinho, que, com apenas uma máscara,
perambulava sozinho, rua acima rua abaixo; e o professor Reginaldo, seu
sobrinho, que inventava uma porção de presepadas.
Tem
várias histórias humorísticas dentro dos carnavais de Santana Anos 60, como a
dor de barriga do Urso Preto e outra em que um cabra ameaçou estuprar o Urso.
Muitos homens conhecidos como sérios, caiam na folia que só um adolescente.
SÍMBOLOS CAÍDOS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.008 Faz pena ver ...
SÍMBOLOS
CAÍDOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 2 de fevereiro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.008
Faz
pena ver pontos de referência da nossa cidade, acabando com o tempo, sem
registro nos anais do município. É que a cultura sempre correu por fora nas
sucessivas administrações há décadas e décadas. Afora isto, um ou outro
escritor, particularmente registra alguma coisa nos seus escritos e só.
Aproveitando o ensejo, a origem do lugar mais falado hoje em Santana do Ipanema
é o Maracanã. Temos o único registro sobre sua origem no livro que será lançado
em março. Um dos símbolos de bairro foi eliminado pela natureza: trata-se da
árvore cajarana, que deu origem a localidade situada no bairro Floresta, onde
hoje se encontra o hospital gigante Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo.
A
árvore da qual se originou o lugar Cajarana, está registrada no livro nosso
“Negros em Santana” e, seus restos mortais, registrados pelos bombeiros, em
foto, após ser atingida e destroçada por um raio. Também está registado no
mesmo livro, a origem do lugar chamado Alto dos Negros, nas proximidades do
citado hospital. Os pesquisadores do presente e do futuro, procurarão a fonte
principal sobre a cidade e o município no Arquivo Municipal, onde deverá
constar o grosso da história da cidade. Mas, no momento nós não conseguiríamos
responder se esse arquivo existe. No outro extremo da cidade, em relação ao
Bairro Floresta, o lugar Cajaranas, teve seus símbolos decepados por vândalos:
quatro ou cinco pés da fruta, muito altos, mostravam somente os tocos das ações
maléficas. Também fui o único santanense a registrar o fato.
E
para não me alongar muito, citando inúmeros exemplos, fiquemos no extremo leste
da cidade com o lugar tradicional Cipó. Foi removida a santa-cruz de beira de
estrada, que marcava uma tragédia no serrote do Gonçalinho. O local foi
invadido pelo casario da periferia e nenhum registro foi feito. E assim caminha
a humanidade. Muitas Cidades sem passado, sem memória e sem futuro, outras
sobrando raízes e orgulho dos feitos até os presentes dias.
Fazer
o quê?!
CAJARANA
TOMBADA, SÍMBOLO DO LUGAR CAJARANA (FOTO: CORPO DE BOMBEIROS).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.