O BOI VAI BERRAR Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.013   Finalmente,...

 

O BOI VAI BERRAR

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.013



 

Finalmente, após 18 anos ano de nascido, O Boi vai berrar em Maceió, na Jatiúca, precisamente na “Estaiada Choperia e Drinkeria” no dia 13 de março. Mas vai também berrar em  Santana do Ipanema no dia 20 de março no “Restaurante Santo Sushi”, no Bairro Domingos Acácio. Na verdade, trata-se do lançamento do livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA, tão ansiosamente esperado no Sertão inteiro de Alagoas. Pix e convites para o grupo das 100 pessoas, virão após o dia vinte de fevereiro, oficialmente. Os que não fazem parte do grupo dos 100, poderão também receberem convites no papel. Daremos um jeito para que ninguém fique sem adquirir, o maior documentário sobre Santana do Ipanema, jamais produzido na terra.

O livro ainda se encontra na gráfica editora, moendo até ser entregue ainda este mês. O grupo dos 100 irá adquirir o livro nos locais de lançamento, já devidamente autografados. Os que não fazem parte do grupo também poderão adquirir o seu exemplar logo após os do grupo e, autografados na hora. São 436 páginas contando toda a história desde os primeiros habitantes da Ribeira do Panema até, rigorosamente em ordem cronológica, chegar ao ano de 2006. Sesmarias, formações rurais, expedições, Brasil Colônia, Brasil Vice-Reino, Brasil Império e a Ribeira do Panema passando por todas essas fases, até o início do Século XXI. Essa história completa de Santana não é a história das elites governistas, mas sim uma história que congrega e descreve todas as camadas sociais. Um livro profundo, complexo, mas de escrita simples e cristalina onde o leitor poderá alimentar a sua alma com as 436 páginas informativas, acolhedoras e amigas.

A capa do livro, amarela e cinza, representa no mesmo plano o Museu Darras Noya, a Igreja Matriz da cidade e o céu santanense, no primeiro plano. No segundo, a silhueta da Ponte da Barragem, o coronel Lucena e o padre Bulhões. Ainda a figura do boi e a representatividade nordestina do chapéu de couro. Tudo em montagem do autor e modificado em arte pelo PC. Abaixo, estamos exibindo a capa do livro, ainda incompleta, como aperitivo. Portanto, estamos aguardando a sua presença ou no dia 13 ou no dia 20 de março, em Maceió ou Santanna do Ipanema, onde um cantor da terra abrilhantará o evento do povo.

BÁSICO DA CAPA DO LIVRO O BOI, A BOTA E A BATINA...

 

  FALANDO EM CANGACEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.011   O Josi...

 

FALANDO EM CANGACEIRO

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de fevereiro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.011



 

O Josias Mole, morador na serra da Remetedeira, em Santana do Ipanema, vingou a humilhação do pai, matando seu desafeto, comeu cadeia por duas vezes, além de levar uma sova da polícia. Procurou Lampião, ingressou no bando e recebeu o vulgo de Gato Bravo. Tempos depois, fugiu do cangaço e foi preso como barbeiro nas imediações de Arapiraca. Seu nome foi registrado por um cordelista quando esteve em Juazeiro com Lampião. Porém, além de Gato Bravo, Santana do Ipanema teve outro cangaceiro que assim como o Gato também fugira do cangaço após seis meses no bando.

Filemon e dona Júlia era um casal moreno.  Ela, desbocada e vendedora de comida nas feiras de sábado, assim como sarapatel.  Muita conversadeira em voz alta. Filemon, moreno alto, magro e muito calado, só falava quando era preciso. Sempre era contratado pela sociedade, para fazer feijoadas nas festas, bem como matar e preparar cágados (jabutis) para os boêmios da cidade. Era incomparável cozinheiro nas iguarias acima e muito procurado para o mister. O casal era cliente da loja de tecidos de meu pai, onde ouvi sua narrativa resumida como ex-cangaceiro. Trabalhava na vila Mariana, em Pernambuco, quando por ali passou Lampião e seu bando, convido-o para suas hostes e ele aceitou na hora. Acompanhou o bando. Não falou o vulgo que recebeu e se falou não lembro. Disse que passara seis meses no cangaço e, sentindo que aquilo não era vida para ele, fugiu do bando do qual ninguém podia deixar. Estava presente no sequestro de um coronel de Águas Belas e explicou direitinho porque Lampião não o matou. Bate com alguns escritores que falam do assunto.

Na época em que nem pensava em pesquisar o cangaço, inclusive, havia muitas fontes de soldados volantes que mataram Virgulino, todos os dias em reuniões de amigos na porta da igreja principal de Santana; e ainda um dos ordenanças do coronel Lucena, o soldado reformado como sargento Idelfonso, vulgo Fon-Fon.  Esse era alto, magro e branco, puxava por uma perna e ainda usava cartucheira com revólver e lenço vermelho no pescoço. Orgulhava-se tremendamente em ter sido da “confiança de Lucena Maranhão”.  Sobre Gato Bravo, sua vida civil foi descrita pelos escritores Oscar Silva e Valdemar Souza Lima. Sobre Filemon foram registradas poucas linhas por mim, semelhantes a estas. Fora avô do presente funcionário público, lotado no Colégio Estadual Mileno Ferreira da Silva, Carlão, que também fora líder sindical.

  PONTE – PONTE Clerisvaldo B. Chagas, 8 de fevereiro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.011   Assim como o pr...

 

PONTE – PONTE

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de fevereiro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.011

 



Assim como o prefeito Firmino Falcão Filho, deixou seu nome bem alto em Santana do Ipanema, ao construir a ponte Cônego Bulhões sobre a foz do riacho Camoxinga, estamos precisando de novo pensador. A redenção da cidade foi sem dúvida a construção da Ponte General Batista Tubino sobre o rio Ipanema, na região do comércio, o que elevou o nome do prefeito que conseguiu a façanha com o, então, interventor estadual. Porém, a cidade se expandiu, o trânsito ficou caótico e a nova Santana do Século XXI, necessita de pelo menos duas grandes pontes para aliviar a mobilidade urbana. Uma ligando o Bairro São Jose, na Avenida Castelo Branco, ao Bairro Floresta, ao lugar Cajarana onde se encontram o Campus da UFAL e o Hospital Regional Clodolfo Rodrigues de Melo. Um atalho de uma volta de cerca de quatro ou cinco quilômetros que se tornaria trecho de apenas 800 metros.

Por outro lado, é gritante a falta de outra ponte sobre o rio Ipanema no trecho do antigo Minuíno, rodagem velha para Olho d’Água das Flores, da Rua São Paulo com o Conjunto Eduardo Rita, famoso e tradicional trajeto das olarias. Essa realidade continua desafiando prefeitos e mais prefeitos, aguardando o dirigente premiado que um dia realizará as obras citadas, talvez em 2069, como a cidade pode crescer sem estrutura básica de mobilização?

Não estamos mais na era do carro de boi, onde tudo era devagar com os mesmos prédios, com as mesmas ruas, com os mesmos pensamentos... Estamos virando a Índia, em matéria de trânsito urbano. Projetos arrojados e vitais iriam solucionar coisas do momento e que se renovarão quando chegar o novo caos.

O fluxo viário do Oeste santanense, isto é, todo o trânsito oriundo

do Alto Sertão, em busca do hospital, poderia evitar o centro da cidade, seguindo diretamente pelo Bairro São José – Alto da Cajarana, retornando pela mesma via sem causar nenhum constrangimento no gargalo da Ponte General Batista Tubino. Não foi à toa que a Ponte Cônego Bulhões (1948-50), fez do fraco Bairro Camoxinga, uma poderosa “cidade”; que a Ponte General Batista Tubino (1969) permitiu uma nova Santana, na margem direita do rio Ipanema, antes, completamente desabitada. Passagem molhada é apenas um par de muletas; Ponte, representa duas pernas sadias para longas caminhadas.

AVENIDA CASTELO BRANCO NO BAIRRO SÃO JOSÉ, DISPONÍVEL PARA UMA PONTE ATÉ O HOSPITAL (FOTO: B. CHAGAS)