CARSIL Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.062   Entre os edifícios sant...

 

 CARSIL

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.062

 



Entre os edifícios santanenses, também encontramos casarões fora do Quarteto Arquitetônico do Monumento e do Quinteto Arquitetônico do Comércio. Um deles é o simpático prédio da Cooperativa Agropecuária de Santana do Ipanema – CARSIL. Fundado em 1942, ainda hoje resiste ocupado e prestando os mesmos serviços aos seus associados. Edificado à Avenida Coronel Lucena – a principal da cidade – fica defronte à prefeitura. Tem a sua fachada imponente com um primeiro andar e um corpo longo no térreo que margeia um beco longo e vai até à via de trás, Avenida Nossa Senhora de Fátima, onde tem os fundos. Foi naquele belo monumento e no primeiro andar onde três coisas importantes aconteceram em Santana do Ipanema.

Foi ali que funcionou o serviço de divulgação da prefeitura no governo Hélio Cabral, “O prefeito Cultura”.1956-60. Eram os primeiros passos do rádio em Santana. Apresentava à população as notícias da prefeitura e mesclava com páginas musicais com intérpretes como Luiz Gonzaga, Ivon Curi, Jackson do Pandeiro, Cauby Peixoto e outras feras da música. Em várias partes estratégicas da cidade, havia um poste com um autofalante com essa finalidade, como por exemplo: Um no Bairro São Pedro defronte a fábrica de calçados do senhor Elias; um na cornija do “sobrado do meio da rua”, Comércio; e outro defronte à Escola Ormindo Barros, no Bairro Camoxinga, logo no início do beco defronte. Dar para lembrar que o locutor era o senhor José Pinto Preto e se não estiver enganado, também Darras Noya.

Foi no primeiro andar da CARSIL onde nasceu oficialmente o clube futebolístico Ipanema, suas cores, sua sigla, seus estatutos, criados em 1954. Estas informações são raras para as novas gerações que possuem apenas uma fonte registrada em livro: “230 Iconográficos aos 230 anos de Santana do Ipanema”, da nossa autoria. E todos nós passamos todos os dias na calçada da Cooperativa sem perceber a singularidade do prédio ou a fonte de tantas histórias reais e belíssimas sonhadas e realizadas ali. Sua calçada de boa largura, infelizmente serve hoje de ponto de moto táxis. Não dá nem para ver e refletir sobre sua existência, sua arquitetura e sua história.

CARSIL EM 2013. (FOTO: 230 ICONOGRÁFICO/ B. CHAGAS).

  O MILAGRE DA PEDRA Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2024. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.061   Ainda militá...

 

O MILAGRE DA PEDRA

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.061

 



Ainda militávamos na AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, quando fomo a Capelinha, povoado de Major Izidoro localizado à margem também do rio Ipanema. Foi ali que uma senhora de outra religião não católica, nos levou ao rio para fotografarmos as paisagens dos arredores. Ficamos impressionados com uma igrejinha à margem do rio, cercada de pedras caiadas de branco, assim como a do pequeno e bem cuidado edifício. Perguntamos sobre a capelinha que virou nome do povoado e a senhora nos respondeu que a capela é um monumento à Virgem Maria por um milagre acontecido naquele lugar. Aliás, já contamos esse fato em outra crônica de mais de cinco anos atrás. Entretanto, como estávamos revisando o nosso álbum, a capelinha voltou a tocar no coração e veio para o leitor.

O rio Ipanema botara uma cheia. Estava de toda largura com suas águas violentas.  Ali perto, uma senhora lavava roupa e sua filha pequenina brincava por perto.  Caiu no rio e as águas a levaram. Grande desespero para a mãe aflita. A vizinhança tentava ajudar procurando a vítima e nenhum sinal encontrava. Muita gente dava o caso como perdido, pois apenas um milagre salvaria a garota ou faria encontrar o corpo sem vida naquele trecho. Abro um parêntese para dizer que até   que existe diferença da narrativa anterior, porém, a essência está aqui. Passaram-se cerca de três dias – posso estar errado – O Ipanema baixou, novas tentativas de achar o corpo da garota foram feitas. Então, o milagre havia acontecido: Foram encontrar a menina, vivinha da silva, dentro de um loca de pedra sob as águas.

Pensem na alegria da mãe e do povo ao encontrar a menininha, viva. Indagaram a garota como fora parar ali na loca. Ela disse que fora uma mulher que a pegara e a colocara ali. Dias depois, ao ver uma imagem de Nossa Senhora, disse a sua mãe (da menina: “Foi essa a mulher que me colocou dentro da loca”. O povo ergueu, então a capelinha e o lugar ficou por nome de Capelinha. Hoje é um povoado grande e famoso de Major Izidoro. O rio Ipanema naquelas imediações tem muitas pedras e nas cheias mais moderadas forma corredeiras. A capelinha do rio Ipanema, virou lugar de romaria de alto apreço.

CAPELINHA DO MILAGRE (FOTO: (B. CHAGAS).

  SANTO ANTÔNIO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de junho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.060   Essa era mais mode...

 

SANTO ANTÔNIO

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de junho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.060



 

Essa era mais moderna em que estamos vivenciando, mudou inúmeras coisas regionais e no mundo inteiro. Ontem, véspera de Santo Antônio, um dos santos mais queridos e apreciados do Nordeste Brasil, não houve aquela animação costumeira do passado, em nossa cidade. Porém, houve foguetório e animação em sua igreja no Bairro Floresta desta cidade. A igreja de Santo Antônio fica localizada entre o Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e o início da rua principal. Quase sempre encontramos o templo fechado, mas no dia do padroeiro do bairro, tem bastante movimento com as programações organizadas por alguns moradores. A igreja de Santo Antônio ainda não ficou independente, faz parte da paróquia de São Cristóvão que tem sede no bairro Camoxinga.

Os grandes entendidos do assunto, dizem que Santo Antônio é o santo de maior prestígio no céu. Nos festejos juninos de décadas atrás, havia muitos movimentos relativos ao Santo, no cenário da tradicional fogueira montada na porta de casa na cidade ou nos amplos terreiros das fazendas. Além de alguns rituais de tradição realizados pelos populares na própria fogueira ou no seu entorno, havia também outras formas de crenças que não dependiam da fogueira. Olhar se via o próprio rosto numa bacia com água, para ver se no ano seguinte ainda estaria vivo.  Enfiar uma faca no tronco da bananeira para retirá-la depois com o nome do futuro marido ou mulher, escrito na folha. Roubar o santo e colocá-lo de cabeça para baixo para fazer pedido, além de outros tipos de tradições que remontam de séculos passados

Notamos intensa alegria nas mulheres devotas de Santo Antônio. Até parece que todas as mulheres católicas do Nordeste são devotas do chamado Santo Casamenteiro. E sobre a devoção religiosa do povo santanense, têm ruas com nome de santos por todos os lugares, inclusive, um núcleo habitacional novo e muito pobre que se formou no sopé do serrote do Gonçalinho e que recebeu popularmente o nome de Santo Antônio, mas não sabemos se é bairro oficial ou não.

Santo Antônio rogai por nós.

SANTO ANTÕNIO (DIVULGAÇÃO).