A PERSISTÊNCIA DOS CORONÉIS Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2015 Crônica Nº 1.371 Quem assistiu a reportagem do SBT...

A PERSISTÊNCIA DOS CORONÉIS



A PERSISTÊNCIA DOS CORONÉIS
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.371

Quem assistiu a reportagem do SBT, Conexão Repórter, com Roberto Cabrini, “Os Filhos dos Coronéis”, em Abaré, na Bahia, quarta-feira última, ficou completamente estarrecido. Foi aquele mesmo choque das denúncias do coronelismo em Traipu, estado das Alagoas.

Veja abaixo:

Por Carol Pires (Vereadora de Abaré-BA)
“Caros,
A denúncia que realizei junto a vocês referente à escola numa casa de taipa tomou proporção muito grande e o renomado repórter investigativo Roberto Cabrini veio a Abaré. Foram meses de investigação junto com sua equipe sobre as irregularidades encontradas em nosso município. venho agradecer a todos que contribuíram nessa missão e avisar que a Conexão Repórter irá ao ar nesta quinta, dia 05 de setembro, pelo Sbt após “A praça é Nossa”, como segue no link. (...)
Aproveito para mandar fotos em anexo sobre a reportagem e texto assinado por Glauber Dantas a respeito desta matéria”.
 “O município de Abaré, na Bahia, é uma das provas do descomprometimento e da insensibilidade de gestores públicos do Brasil. A população sofre uma dura realidade, marcada pelo drama da seca, precariedade do sistema de ensino e diversas outras mazelas que se agravam com um comportamento retrógrado dos seus líderes, mostrando um grande paradoxo: em pleno século XXI, no auge da consolidação da democracia e dos direitos humanos, vive-se como no período do coronelismo, quando o povo não tinha voz nem vez, e era submetido aos desmandos dos caciques políticos, que buscavam atender aos interesses particulares da elite em detrimento das reais necessidades das camadas sociais menos favorecidas. No dia 05 de setembro, à luz da antítese desenvolvimento x estagnação, vislumbrada no município baiano, o programa Conexão Repórter, exibido pelo SBT, apresentado pelo renomado jornalista Roberto Cabrini, vai denunciar a opressão dos líderes políticos de Abaré e, por conseguinte, os resquícios da desídia administrativa que perpetua o poder e condena a população, nutrida por pseudo-promessas oriundas de jogos políticos, que assiste atônita à exasperação do caos, presente desde os casebres de lona que servem como salas de aula, perpassando os barracos sub-humanos onde moram, se é que isso pode ser chamado de residência, e culminando na escassez de água e luz. É mergulhando neste Brasil que não chega aos olhos de boa parte da população que a vereadora Carol Pires engaja e fortalece o real motivo da sua jornada política: a melhoria de vida da população com o orgulho de representar o povo de Abaré, Carol conclui que a denúncia do programa é apenas o primeiro passo para a consolidação do progresso do município".
Abraços”.
Quem ontem viu a reprodução da reportagem não acredita que isso acontece no Brasil. Dizer mais o quê?

O LUTADOR E O PAPELÃO Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2015 Crônica Nº 1.370 (wikipédia) Como outros fãs do lutado...

O LUTADOR E O PAPELÃO



O LUTADOR E O PAPELÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.370

(wikipédia)
Como outros fãs do lutador, também ficamos perplexos diante do que nos foi reservado. Anderson mesmo não pode apenas ter ouvido falar de dificuldades na vida. Quem vem de baixo conhece muito bem a luta e o valor de cada posição conquistada. A grande maioria não teve o privilégio de chegar aonde o Aranha chegou. Com muita briga, raça e dificuldades sim, mas a meta atingida soa como privilégio de poucos. Tendo o mundo aos seus pés, em parte também pela humildade, o brasileiro jogou fora o respeito mundial nocauteando os seus admiradores.
Todos erram e até possuem o direito de errar. Mas agir como Anderson agiu e ainda procede, além de decepcionar, irritou os fãs que foram contemplando pedaços do ícone cair uns após outros.
E para não engasgar a garganta estreita com a decepção larga, melhor exibir apenas parte do bilhete vermelho:
A Comissão Atlética de Nevada (NSAC) resolveu suspender temporariamente Anderson Silva durante audiência realizada nesta terça-feira, em Las Vegas (EUA). O brasileiro já havia sido flagrado em um exame surpresa no dia 9 de janeiro, menos de um mês antes do UFC 183, quando venceu Nick Diaz, e voltou a ser pego nos exames pós-luta. O de urina acusou drostanolona, como no exame anterior, e o de sangue apontou para temazepam e oxazepam, substâncias que são usadas como sedativos e proibidas de acordo com a entidade. Com isso, o lutador fica impedido de voltar ao octógono até ser julgado pela NSAC”. (Evelyn Rodrigues).
 “Anderson Silva não apareceu na audiência e foi representado pelo seu advogado, Michael Alonso, que participou por telefone e pediu mais tempo para se preparar para uma audiência. Ele deve ser julgado em março pela Comissão Atlética. A tendência é que a vitória de Anderson sobre Nick Diaz no UFC 183, dia 31 de janeiro, se transforme em ‘No Contest’ (luta sem resultado), mas isso só deve ser oficializado após o fim do processo”. (Evelyn Rodrigues).
Estamos acostumados a perder, a ganhar e a torcer por nossa Seleção de Futebol, mas desde os 7 x 0 para a Alemanha, nunca mais seremos os mesmos.
Você até pode dar a volta por cima, Anderson, ninguém irá deixar de vê-lo na arena. Mas, cabra velho, nunca mais, nunca mais será a mesma coisa.

TERNO E GRAVATA Clerisvaldo B. Chagas, 18 de fevereiro de 2015 Crônica Nº 1.369 No descambar dos anos 60, ainda bebíamos água d...

TERNO E GRAVATA



TERNO E GRAVATA
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de fevereiro de 2015
Crônica Nº 1.369

No descambar dos anos 60, ainda bebíamos água das cacimbas arenosas do leito seco do rio Ipanema. O velho Panema ainda fazia a cidade crescer e progredir. Por trás do comércio havia o importante balneário Poço dos Homens, diversão principal de jovens e adultos. Poucos tomavam banho nu, porém, ao espremer os calções, alguns não tinham muito cuidado em relação ao casario situado a cerca de 80 metros, ribanceira acima.
Por isso ou por aquilo (já narramos esse fato antes) alguém foi dizer ao delegado civil, comerciante José Ricardo, sobre a falta de vergonha de alguns banhistas.
O delegado, então, proíbe severamente o banho com uso de calções. Para isso soldados ficavam entre o Beco São Sebastião, no comércio e a descida para o poço, atração gostosa da cidade.
Logo os maiores frequentadores do balneário entre as pedras lisas do Ipanema, tomaram conhecimento. E como Zé Ricardo era um homem de bem, mas de queixo duro, a rapaziada preferiu não criar problema com a autoridade e nem mais utilizar os calções da safadeza.
A solução encontrada foi descer para o banho de terno e gravata, mergulhando com roupa e tudo naquela delícia.
O caso “folclórico” foi comentado com riso frouxo durante semanas e meses às costas do delegado.

Diante da exigência moderna, vai ficando sem prestígio o do calção, da bermuda, das roupas afuleiradas ou mesmo os dos trapos comuns... O tapa sexo completo de cada dia. O olhar alheio para o caráter exemplar em roupa coletiva passeia do pescoço ao calçado.
O terno bota para correr o mau cidadão e rouba momentaneamente à dignidade de quem tem. É o homem enganando o próprio homem. A frase que se usa hoje como brincadeira, não passa da verdade embutida: “Homem de gravata eu respeito”.
Bem, por via das dúvidas, vá de terno mesmo compadre. Mesmo sem colete e a rima danada que ele tem.
Afinal, o que é o tempo senão as repetições das horas!
Sua ordem ainda tem prazo de validade, Zé Ricardo!