FESTA DO LEITE Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.595 Trevo em Cacimbin...

FESTA DO LEITE

FESTA DO LEITE
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.595

Trevo em Cacimbinhas. Ilustração (alagoas24horas).
A Festa do Leite, em Major Isidoro, vai começar na próxima quinta-feira, seguindo até o sábado, dia 26. Esta será a 90 edição agropecuária de sucesso em Major. Denominada antes, Sertãozinho, a cidade é localizada no Médio Sertão de Alagoas entre Cacimbinhas e Batalha. Com antiga vocação para a criação de gado, Major Isidoro forma junto a Batalha e Jacaré dos Homens, o triângulo forte entre todos os componentes da chamada Bacia Leiteira alagoana. É uma cidade pequena, limpa e apaixonante que também vive do milho, feijão e algodão herbáceo.
Devido a sua intensa e selecionada criação bovina à base do nelore, holandês e guzerá, é chamada “Capital do Leite” e muitos afirmam que Major é o maior produtor do estado. Seu município possui dezenas de fábricas de queijo atraindo compradores e revendedores de todas as regiões. Com a agropecuária, comércio e serviços, o município de Major Isidoro procura seus próprios caminhos de desenvolvimento.
Muitas atrações estão articuladas para os três dias festivos como bandas de forró, palestras, exposição de animais e produtos, torneio leiteiro, entrega de Cadastro Ambiental Rural, prêmios aos vencedores dos embates e atrações musicais todas as noites, inclusive com grupos famosos.
O apoio será da Prefeitura de Major Isidoro, da Associação dos Produtores de Leite, da Secretaria de Estado da Agricultura e Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), esperando-se um movimento de mais de R$ 1 milhão de quinta-feira para o sábado.
Para quem não conhece Major, deixando a capital pela BR-316, após Palmeira dos Índios, é só entrar à esquerda no trevo de Cacimbinhas e pronto. Ótima oportunidade para se conhecer a Capital do Leite. E se Major Isidoro já é um lugar agradabilíssimo sem evento algum, imagine você, compadre, com três dias de festa!

Diz a senhora da propaganda que “É TORANDO!”.

TABACARIA Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2016 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.594 (Foto: Márcio Chagas G...

TABACARIA

TABACARIA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2016
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.594

(Foto: Márcio Chagas G1).
Novembro é o mês dos ventos.
Foi boa a reportagem publicada no G1 sobre a comunidade Quilombola Tabacaria. Os autores são Márcio Chagas e Paula Nunes, numa edição de ontem, 20 de novembro, dia da Consciência Negra. Com 69 comunidades quilombolas, Tabacaria, zona rural de Palmeira dos Índios, iria receber ontem a titulação das terras, em solenidade condizente na serra da Barriga. As condições em que vivem os descendentes de escravos, não são diferentes de inúmeras outras comunidades rurais, povoados, vilas, bairros e ruas de cidades pequenas e grandes do Brasil. Uma reportagem de cinco páginas e cinco fotografias ampliadas mostram sem maquiagem o drama cotidiano do que é ser negro neste país e, além de negro, descendente direto de escravos.
Mas se o alerta foi dado numa reportagem anual quando se comemora a morte do herói negro Zumbi, fica invisível a situação humilhante após o dia da Consciência. Os bolsões de misérias estão em todos os lugares independentes da negritude e da brancura. No caso de localizações rurais, os habitantes ainda possuem uma válvula de escape nos tempos invernosos: o plantio do feijão, milho, mandioca e batata – que fica dependente das chuvaradas – porém, na periferia de todas as cidades, não existe condições nenhuma de fuga. E o que se vê é o fabrico do tráfico de drogas facilitado pela fome, pela falta do básico... Até mesmo pela ausência de um colchão ou um lençol.
O governo num todo, até que tenta reduzir a degradante condição humana comentada, mas a corrupção que vem de Brasília e se enraíza por assembleias, governos estaduais, prefeituras e câmaras, desanimam até grupos particulares que praticam a solidariedade.
(Foto: Márcio Chagas G1).
Hoje em dia, cada um cuidando dos seus próprios problemas, dificilmente sabe do que se passa com milhares e milhares de famílias que às vezes nem comem uma só vez em vinte e quatro horas.
A reportagem sobre Tabacaria (nome da comunidade quilombola devido a antigo plantio de fumo) é apenas a ponta da ilha submersa.
Aguardamos novo despertar na consciência dos mandatários do Brasil e a mudança favorável dos ventos de novembro.