QUALQUER COISA SERVE
(Clerisvaldo B. Chagas. 27.10.2009)
Para os que ainda não se acharam
Em tempos idos, no mesmo Conjunto São João em que habitamos, sempre surgiam alguns garotos pobres. Havia uns três ou quatro irmãos pequeninos que me faziam conversar e brincar com eles. Para mim eram três puríssimas criaturinhas que, enviadas de Deus, ajudavam-me a dividir o pão. Isso fazia lembrar sempre a minha piedosa genitora, professora Helena Braga, chamada a mãe da pobreza da Rua Antonio Tavares e adjacências. Quando aquelas famintas e às vezes nuas criancinhas, chegavam à porta, pediam. Em momentos, não tínhamos o que teoricamente elas solicitavam. O maiorzinho dos irmãos, nesse caso, puxava o coro com os outros: “Qualquer coisa serve...” Há bastante tempo àqueles manos desapareceram. Na certa agora são homens que trabalham quem sabe, mesmo perto de nós. As crianças de hoje logo se transformam até por que a vida parece passar rapidamente. Mas nunca apenas ensinamos a elas e, sempre, sempre, aprendemos também.
Quando estamos caminhando na vida, principalmente nas vicissitudes, as lições são maiores do que as do outro lado da moeda. As dificuldades com certeza surgem para que possamos aperfeiçoar o aprendizado na volta ao Criador. Talvez por isso o Cristo tenha falado sobre a dificuldade de um rico entrar no reino dos céus. As lições de vida que são transformadas em sabedoria são de fato dirigidas aos mais simples que rapidamente as aprendem. E assim o homem estuda, trabalha, termina sua universidade e vai passando por diversos estágios. Uns tem sorte (sorte?) e logo se definem na lida com tudo que sonharam. Entretanto, as lições do livro da vida, não os acompanham. Com todo conforto, riqueza, cargos importantes, parecem tão broncos quantos antes. Vão longe os tempos em que nos deleitávamos com as obras de um escritor que conquistava a nossa alma: Humberto de Campos. Homem que parecia entender e transmitir com meiguice suas lições aos pequenos.
Vivemos no ocidente o tal capitalismo. Mas os defeitos de cada segmento econômico, talvez estejam na essência do próprio homem. É possível também que o sumo dos evangelhos, seja desconhecido, mesmo na maioria cristã. Não só os evangelhos, mas livros importantes do Antigo Testamento, ciências para a vida, estão em falta nas instruções cotidianas. Dizia um célebre advogado santanense que pensava saber tudo nas Artes, na História, na Geografia, no Direito... E, por uma felicidade qualquer, ao ler a Bíblia pela primeira vez, levou um choque muito grande por que descobriu que nada sabia. Teria que recomeçar do zero. E sem as ambições desmedidas; sem querer tudo que existe; sem tentar abarcar o mundo com as pernas; vamos colhendo com os simples, com os inocentes, com os verdadeiros iluminados, os emblemas invisíveis dos ensinamentos cristãos. E a humildade muitas vezes se apresenta em primeiro lugar (para os desentendidos sinais de fraqueza), fazendo lembrar as lições das doces criaturinhas que chegavam a nossa casa: “QUALQUER COISA SERVE”.
(Clerisvaldo B. Chagas. 27.10.2009)
Para os que ainda não se acharam
Em tempos idos, no mesmo Conjunto São João em que habitamos, sempre surgiam alguns garotos pobres. Havia uns três ou quatro irmãos pequeninos que me faziam conversar e brincar com eles. Para mim eram três puríssimas criaturinhas que, enviadas de Deus, ajudavam-me a dividir o pão. Isso fazia lembrar sempre a minha piedosa genitora, professora Helena Braga, chamada a mãe da pobreza da Rua Antonio Tavares e adjacências. Quando aquelas famintas e às vezes nuas criancinhas, chegavam à porta, pediam. Em momentos, não tínhamos o que teoricamente elas solicitavam. O maiorzinho dos irmãos, nesse caso, puxava o coro com os outros: “Qualquer coisa serve...” Há bastante tempo àqueles manos desapareceram. Na certa agora são homens que trabalham quem sabe, mesmo perto de nós. As crianças de hoje logo se transformam até por que a vida parece passar rapidamente. Mas nunca apenas ensinamos a elas e, sempre, sempre, aprendemos também.
Quando estamos caminhando na vida, principalmente nas vicissitudes, as lições são maiores do que as do outro lado da moeda. As dificuldades com certeza surgem para que possamos aperfeiçoar o aprendizado na volta ao Criador. Talvez por isso o Cristo tenha falado sobre a dificuldade de um rico entrar no reino dos céus. As lições de vida que são transformadas em sabedoria são de fato dirigidas aos mais simples que rapidamente as aprendem. E assim o homem estuda, trabalha, termina sua universidade e vai passando por diversos estágios. Uns tem sorte (sorte?) e logo se definem na lida com tudo que sonharam. Entretanto, as lições do livro da vida, não os acompanham. Com todo conforto, riqueza, cargos importantes, parecem tão broncos quantos antes. Vão longe os tempos em que nos deleitávamos com as obras de um escritor que conquistava a nossa alma: Humberto de Campos. Homem que parecia entender e transmitir com meiguice suas lições aos pequenos.
Vivemos no ocidente o tal capitalismo. Mas os defeitos de cada segmento econômico, talvez estejam na essência do próprio homem. É possível também que o sumo dos evangelhos, seja desconhecido, mesmo na maioria cristã. Não só os evangelhos, mas livros importantes do Antigo Testamento, ciências para a vida, estão em falta nas instruções cotidianas. Dizia um célebre advogado santanense que pensava saber tudo nas Artes, na História, na Geografia, no Direito... E, por uma felicidade qualquer, ao ler a Bíblia pela primeira vez, levou um choque muito grande por que descobriu que nada sabia. Teria que recomeçar do zero. E sem as ambições desmedidas; sem querer tudo que existe; sem tentar abarcar o mundo com as pernas; vamos colhendo com os simples, com os inocentes, com os verdadeiros iluminados, os emblemas invisíveis dos ensinamentos cristãos. E a humildade muitas vezes se apresenta em primeiro lugar (para os desentendidos sinais de fraqueza), fazendo lembrar as lições das doces criaturinhas que chegavam a nossa casa: “QUALQUER COISA SERVE”.
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