GUARDIÕES
VÃO AO PARAÍSO
Por Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de janeiro de 2013
Crônica
Nº 1115
Após exaustivo
trabalho no inferno de lixo, entulho, cercas de arame, águas negras de fossas, avanço
de construções e pocilgas no leito do rio Ipanema, riachos Salgadinho,
Camoxinga e Salobinho (onde estão a Vigilância Sanitária e a Defesa Civil?), os
guardiões tomaram novo rumo. O destino agora era o paraíso do rio Ipanema, trecho
urbano, entre dois a três quilômetros do centro. Menos de um por cento do povo
santanense conhece o lugar, ali após o Bebedouro, um pouco abaixo da foz do
riacho Bode.
O lugar é chamado
Cachoeiras e poderia ser usado para passeios instrutivos e de lazer para todas
as escolas de Santana e aberto ao turismo controlado. As Cachoeiras representam
um quilômetro ao longo do rio tomando toda a sua largura. É um sem fim de
pedras torneadas, malocas, recantos, craibeiras, flores selvagens, poços
escondidos e inúmeras espécies vegetais que vão desde a erva mais simples às
árvores de porte, passando por cactáceas diversas como facheiro, mandacaru,
macambira de flecha e catingueira, pau-ferro, urtigas, numa formação natural
que nada deve aos jardins botânicos mais famosos que conhecemos.
Na divisão do rio Ipanema, trecho urbano
subdivido em seis, os guardiões marcam as Cachoeiras como o sexto. Devido à
filtração das águas fétidas nas areias, desde a Barragem até o Poço do Escondidinho,
por trás das residências do Bebedouro, o lugar permanece preservado.
Um grupo de guardiões
chegou até a tomar banho entre as enormes pedras, pois o calor reinante
apontava para os diversos córregos internos cercados de muito verde. “É de tirar o fôlego, tanta beleza”, diziam
os guardiões embevecidos. O desprezo popular foi tanto ao rio Ipanema ─ após a
chegada da água do São Francisco ─ que o grande paraíso ficou esquecido por
todos.
O visitante às Cachoeiras
só pode deixar rastros e trazer belíssimas fotos. Das mais de 200 fotografias
sobre as Cachoeiras, selecionamos apenas três como amostra grátis aos nossos
queridos leitores.
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