VOU MATAR O PADRE!
Clerisvaldo B.
Chagas, 28 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1129
(Foto: Google) |
De vez em quando a
gente se surpreende em relação ao mundo religioso. Na história alagoana mesmo,
mataram um padre em Palmeira dos Índios e os seus dois filhos partiram para a
vingança, formando um bando e aterrorizando agreste e sertão. Ficaram conhecidos
como os irmãos Morais, cuja menção em atacar o Poço, fez com que aquele lugar
fizesse uma trincheira e hoje possui o nome de Poço das Trincheiras. Escândalo
também quando mataram um religioso em Garanhuns. Em Santana do Ipanema havia um
padre politiqueiro que chegou a Intendente e a governador. A antipatia
distribuída pelo sacerdote, nunca fez com que alguém tivesse vontade de matá-lo.
Em meu romance “Defunto Perfumado”, bem que um cabo quer eliminar o padre, mas
dele leva uns tremendos sopapos e sai em desabalada carreira.
Causou comoção geral,
agora em Santana do Ipanema, a denúncia de que um cidadão invadiu a Matriz de São
Cristóvão para matar o padre. Com uma doze polegadas na cinta e querendo eliminar
o vigário, o cidadão foi preso e logo voltou às ruas, tocaiando o padre por
todos os lugares, segundo relatos. Falam que o homem frequentava a igreja, mas
depois, ou teve problemas mentais ou se envolveu com drogas. Queria que o padre
o casasse sem noiva e sem nada. Diante da recusa do pedido inusitado, o
indivíduo botou na cabeça a ideia fixa de matar o sacerdote de qualquer
maneira. A comunidade católica manifestou-se a favor do religioso, mas quer
proteção para o homem de Deus e internamento para o potencial assassino. Tanto corre
risco o padre quanto o agressor, pois a multidão enfurecida pode querer fazer
justiça com as próprias mãos. Ninguém que um cadáver, quanto mais dois.
Não somente os
seguidores do catolicismo vivem momento de tensão, mas Santana do Ipanema como
um todo. Dizem os mais velhos que é fim de mundo. Quem já viu dizer que um
cabra com uma peixeira do tamanho de uma espada gritasse até para a polícia:
VOU MATAR O PADRE!
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