FERREIRINHA
Clerisvaldo B.
Chagas, 24 de agosto de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica
1.722
MARCELLO, FERREIRINHA, CLERISVALDO. Foto: (Arquivo Clerisvaldo). |
A
contribuição de artistas para o próprio município continua com a máxima de
Jesus de que “ninguém é profeta em sua terra”. Na sua contribuição versátil à
cultura popular, o poeta, compositor e cantor Ferreirinha iniciou sua vida
artística abrindo caminho no sertão para a música sertaneja, ainda tabu nessa
região interiorana. Tabu porque só se ouvia o forró sem vez para a música de
raiz do distante Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Foi ele quem enfrentou a
indiferença pela chamada atualmente de “música sertaneja” daquelas regiões,
formando dupla com Ferreira. A dupla cresceu e passou a ser convidada para
espetáculos nos mais diferentes lugares em Alagoas, Pernambuco e Bahia. Ganhou
muitos aplausos de multidões em praças públicas, notadamente em festas de
vaquejadas e de política. Com o passar do tempo, a única dupla sertaneja de
Santana do Ipanema se desfez. José Cícero Barbosa, o Ferreirinha, então, passou
a cantar sozinho pelos mesmos espaços já conquistados com o colega.
Talvez
pela sua humildade Ferreirinha ainda não tenha sido reconhecido como o artista
mais mutável da terrinha: canta sertanejo, toca viola, declama poesias matutas,
improvisa, canta serestas e compõe. Faz parte do coral da Igreja Matriz de São
Cristóvão, da AGRIPA e do nosso círculo de amizade. Acometido por um mal muito
difícil, Ferreirinha venceu mais essa etapa. Após a cirurgia realizada na
cidade de Arapiraca, o artista repousa em sua residência sob os cuidados e
carinho dos seus familiares. Graças a Deus vai se recuperando bem do abalo que
veio para sua provação.
Terça-feira
passada, eu e o escritor Marcello Fausto estivemos com o valoroso Ferreirinha,
com os mimos de amizade e respeito profundo, tanto pelo homem quanto pelo
artista. Repetimos para ele o que nos disse o forrozeiro Manoel Messias, o
Imperador do Forró: “Quebrou uma peça da gráfica para que lhe desse tempo de
recuperação para o lançamento do livro 230”. E Ferreirinha, lépido, passou a
cantar meu cordel presenteado “A Igrejinha das Tocaias; sua história”.
Esta
semana voltaremos lá novamente quando ouviremos sua viola que só falta falar.
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