quinta-feira, 3 de agosto de 2023

 

PONTOS DE REFERÊNCIA

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.939

 



Achamos que as autoridades, quando houvesse um marco importante da história da cidade, pudesse registrar e arquivar no Patrimônio Público a bem da histórico municipal, caso tivesse de ser extinto, até por catástrofes naturais. O problema é que os compromissos dos ignorantes, os não estudiosos do seu torrão, a má vontade com o patrimônio coletivo ou a empáfia desajustada, prejudica pesquisadores, estudiosos e uma tradição histórica. Estamos nos referindo aos inúmeros casos que acontecem neste país chamado Brasil. As coisas simples, de tradição até seculares, fazem parte da cultura de um povo, seja popular, seja elitista. Vamos nos referir a três coisas do cotidiano santanense desde os tempos dos nossos avós.

“As Cajaranas”, lugar marcado por um conjunto de árvores chamadas cajaranas, situadas no final da antiga rodagem para Olho d’Água das Flores. O lugar “Cajarana”, hoje rua situada por trás do Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, por existir ali uma frondosa cajarana. Um marco que dividia o trecho urbano do rio Ipanema em dois; uma craibeira baixa, de tronco muito grosso e torto, situada na margem direita do rio, na curva perto da antiga olaria de “Seu Piduca. O pé de mulungu muito antigo à beira do caminho abaixo da famosa fazenda de Isaías Rego – estrada para a serra do Poço. E a craibeira frondosa por trás da delegacia de polícia, onde se armavam os circos que chegavam à cidade. Olhem o destino desses patrimônios de Santana do Ipanema de longa e longa tradição:

As cajaranas foram cortadas, ficando apenas os tocos. Quem fez o crime? A cajarana do outro lugar Cajarana, já havia sofrido um atentado de incêndio por um bêbado ou um irresponsável. Foi derrubada por uma forte ventania e, o lugar continua sendo chamado Cajarana. Até o hospital é denominado pelo povo de Hospital da Cajarana. Da craibeira do rio Ipanema, restou apenas o toco. Quem praticou o crime? O pé de mulungu, também foi cortado na surdina. Só o toco ficou. E a craibeira dos circos, foi derrubada por ordem do, então prefeito Paulo Ferreira, que não atendeu inúmeros pedidos da sociedade, inclusive, um apelo nosso num jornalzinho maçônico da época. Assim a história de um município vai se apagando e seus habitantes, viram alienados da história.

RIO IPANEMA (FOTO: REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS, B. CHAGAS).

 

 

 


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