PONTOS DE REFERÊNCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de agosto de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.939
Achamos
que as autoridades, quando houvesse um marco importante da história da cidade,
pudesse registrar e arquivar no Patrimônio Público a bem da histórico municipal,
caso tivesse de ser extinto, até por catástrofes naturais. O problema é que os
compromissos dos ignorantes, os não estudiosos do seu torrão, a má vontade com
o patrimônio coletivo ou a empáfia desajustada, prejudica pesquisadores,
estudiosos e uma tradição histórica. Estamos nos referindo aos inúmeros casos
que acontecem neste país chamado Brasil. As coisas simples, de tradição até
seculares, fazem parte da cultura de um povo, seja popular, seja elitista.
Vamos nos referir a três coisas do cotidiano santanense desde os tempos dos
nossos avós.
“As
Cajaranas”, lugar marcado por um conjunto de árvores chamadas cajaranas,
situadas no final da antiga rodagem para Olho d’Água das Flores. O lugar “Cajarana”,
hoje rua situada por trás do Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, por existir
ali uma frondosa cajarana. Um marco que dividia o trecho urbano do rio Ipanema
em dois; uma craibeira baixa, de tronco muito grosso e torto, situada na margem
direita do rio, na curva perto da antiga olaria de “Seu Piduca. O pé de mulungu
muito antigo à beira do caminho abaixo da famosa fazenda de Isaías Rego –
estrada para a serra do Poço. E a craibeira frondosa por trás da delegacia de
polícia, onde se armavam os circos que chegavam à cidade. Olhem o destino
desses patrimônios de Santana do Ipanema de longa e longa tradição:
As
cajaranas foram cortadas, ficando apenas os tocos. Quem fez o crime? A cajarana
do outro lugar Cajarana, já havia sofrido um atentado de incêndio por um bêbado
ou um irresponsável. Foi derrubada por uma forte ventania e, o lugar continua
sendo chamado Cajarana. Até o hospital é denominado pelo povo de Hospital da
Cajarana. Da craibeira do rio Ipanema, restou apenas o toco. Quem praticou o
crime? O pé de mulungu, também foi cortado na surdina. Só o toco ficou. E a
craibeira dos circos, foi derrubada por ordem do, então prefeito Paulo Ferreira,
que não atendeu inúmeros pedidos da sociedade, inclusive, um apelo nosso num
jornalzinho maçônico da época. Assim a história de um município vai se apagando
e seus habitantes, viram alienados da história.
RIO
IPANEMA (FOTO: REPENSANDO A GEOGRAFIA DE ALAGOAS, B. CHAGAS).
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