OS
MUSEUS NO TEMPO
Clerisvaldo
B. Chagas, 17 de agosto de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.946
Lembrando
a antiga estrada de rodagem, Palmeira dos Índios – Sertão, continua ainda de
pé, testemunhando a história dos transportes e da engenharia em Alagoas, a
antiga ponte sobre o rio Traipu. A
referida ponte foi descartada por ser estreita para o novo padrão rodoviário. O
outro padrão veio de ponte mais larga e logo recebeu cobertura asfáltica.
Aponte antiga, muito bem feita, por sinal, ficou à beira da estrada, servindo
apenas para passagem de carros de boi, pesquisador ou apreciadores das cheias
do rio, observadas por ambas as pontes. É bem ali na BR-316, próximo do acesso
a Minador do Negrão. Sem dúvida alguma uma relíquia da história no museu a céu
aberto que irá se acabando com o tempo. Mas se não podemos levá-la para um
museu fechado, pelo menos deveria ser feita uma maqueta para tal fim.
Outra
ponte relíquia da história é a de Dois Riachos que perdeu para ponte nova com
outro traçado do trecho que passa pela cidade.
Mas,
essa ponte, sabiamente passou a ser uma das entradas da urbe, usada normalmente
por automóveis, carroças, animais e humanos na rotina da “Terra de Marta”.
Tanto a ponte nova quanto a ponte velha, são também mirantes para apreciação
das cheias do rio Dois Riachos, afluente do Ipanema e de calha bastante
respeitosa. E mesmo ainda com tanta serventia, não deixa de ser, a ponte, um
museu a céu aberto de muito significado para a cidade e município da “Pedra do
Padre Cícero”. Os estilos das pontes velha e nova são diferentes, mas a
história é a mesma em riquezas de detalhes.
Estamos
falando de lugares, aonde palmilhamos ultimamente e vamos sentindo a evolução
como acontece com as diversas ciências que iluminam a condição humana. O sertão
do carro de boi para o sertão do automóvel; os rios das travessias, para os
rios das pontes; O interior do grito pelo interior do celular; os lugares da
escolinha pelos lugares das universidades; as cidades das rezadeiras pelas
cidades da telemedicina... E a firmeza na crença no desenrolar do mundo. O
caráter do homem também transfigurará, fazendo desse planeta de expiação, uma
sociedade mais justa, mais igualitária. Afinal, o HOMEM não morreu em vão. Deixemos
que o sertão vire mar e que o mar vire sertão. O coração do homem não pode é
dispensar a harmonia e a beleza do rotineiro e do exótico para alimentar a sua
alma sedenta do Grande Arquiteto do Universo.
PEDRA
DO PADRE CÌCERO – (DOIS RIACHOS – AL) – foto: gazeta de alagoas.
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