DIVIDIR O BOLO
(Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2010)
Levando em conta o tamanho desse país continente, suas diversificações regionais e seus recônditos peculiares, o brasileiro pode se orgulhar dessas eleições. As dificuldades encontradas, principalmente na grande região Amazônica onde toda distância é um mundo e os meios de transportes aquáticos, a velocidade com que foram apuradas as urnas e transportados os resultados para a central marcaram uma grande vitória de organização. O avanço tecnológico das urnas eletrônicas é de deixar qualquer país do Hemisfério Norte com inveja e admiração da eficiência e da rapidez nas apurações. Podemos afirmar sem medo nenhum de erro que as partes tecnológica, organizacional e mesmo a social, deixaram um amadurecimento importante, evolutivo, salutar e equilibrado, permitindo ao povo brasileiro entrar numa era de plenitude durante a escolha dos seus representantes. É inacreditável que esse país pudesse dá conta com ordem e tranquilidade de um acontecimento tão significativo nesse dia maior. Os formidáveis exemplos de organização, tranquilidade e democracia, devem tocar fundo nas feridas de arroubos da América do Sul e Caribe. No mínimo, deixarem pasmos os Estados Unidos e União Europeia.
Em Alagoas mesmo, a serenidade do pleito, deixa pelo menos uma esperança de um novo comportamento do mundo político. Parece que uma série de medidas que antecederam as eleições por parte da Justiça, da polícia federal, da OAB, dos movimentos populares, começa a fazer efeito na capital e no interior. É sabido que uma peneira grossa ainda deixa passar bastantes caroços. Mas pelo que deslumbramos, parece que houve certo aprendizado que deverá ser incluído nas próximas administrações executivas e parlamentares. Ainda que esses indesejáveis grãos tenham conseguido escapar da peneira grossa, a continuação dos vícios não deverá acontecer mais em toda plenitude. Isso, se levarmos em conta as novas e constantes intervenções das classes acima, pela moralização que se faz desejada para abreviar o nosso equilíbrio.
Por outro lado, a decisão que se realizará no segundo turno ─ apesar de muita conversa batida dos candidatos ─ promete. Pelo menos na disputa pelo governo estadual, poderão ser arrancados compromissos que beneficiarão o povo e em particular aos servidores. Sem definições sobre precatórios e reajustes salariais, dificilmente o candidato levará os votos dessa classe massacrada pelos que fazem o poder. Agora é a vez dos servidores pressionarem os dois sobreviventes pelos compromissos escondidos do primeiro turno. E assim, entre eleições de quatro em quatro anos, pode ser que pingue alguma coisa interessante para os que já sofreram tanto. E o melhor: os tempos de promessas parecem estar acabando. É bem possível que estejamos entrando na era do comprometimento. Hora de DIVIDIR O BOLO.
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