LIBERTADORES
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2011
Taça Libertadores pode até ser uma série de jogos comuns entre países irmãos. Uma final, porém, de Libertadores, é simplesmente empolgante até para pessoas que não simpatizam muito com futebol. Acontece que são inúmeros itens que estão anexados ao simples rolar da bola no gramado. A grandiosa festa onde estão juntas milhares e milhares de pessoas, o colorido das roupas, dos estádios, da torcida. Fogos, cânticos, gritos, xingamentos, urros gigantescos, movimento forte no trânsito, discussões, alegria, bandeiras, comidas de rua e a mídia do mundo inteiro funcionando, deixam o futebol no topo do esporte das multidões. É bom parar um pouco o dinamismo da corrida diária para relaxar, nem que seja na poltrona, assistindo um belíssimo espetáculo da Libertadores. E foi assim que aconteceu em Montevidéu, uma das mais simpáticas capitais do mundo, bem ali na frieza meridional da América do Sul.
A brancura maior do terno dos Santos faz contraste com o verde do gramado, com o terno à moda DETRAN, do Peñarol. Uma névoa invade o estádio e a ocupação total das arquibancadas aguarda com ansiedade o toque de início. O resultado é sem gol, mas o jogo foi bom, tenso, raçudo, com o mínimo de violência, acostumada a residir em países como Uruguai e Paraguai. Mesmo assim, o empate na casa do zero, foi como importantíssima vitória para o time da Vila que vai decidir no Brasil uma vitória por um placar simples. Em havendo empate, prorrogação. Persistindo o empate, pênaltis. Mais uma vez a final da final fica em nosso território, o que significa festa dobrada, muito dinheiro circulando, possibilidade real de ganhar o torneio pela terceira vez. Se no Uruguai o espetáculo foi garantido já imaginamos a festa que acontecerá no Pacaembu. Está certo que Neymar não foi brilhante em todo o seu potencial, mas também não foi tão decepcionante assim. Mas a mania de cair constantemente sem motivo, irrita mesmo a torcida adversária e também a nossa. O povo quer ver jogo de bola e não fingimento de quedas a cada minuto. É preciso alguém para abrir os olhos do jogador, nesse caso, pois o atleta vai-se tornando antipático e ao invés de aplausos ganha vaias bem motivadas, sim. O Estádio Centenário proporcionou um bom teste ao time do Peixe. O Santos precisa melhorar a posição e a atenção dos seus zagueiros, bem como a ligação mais junta a Neymar e Zé Eduardo. Elano não conseguiu ser um homem criativo como das outras vezes e, a falta de Ganso foi claramente notável.
O grande momento do jogo foi quando o bandeirinha, com honestidade e coragem, deu impedimento durante o gol uruguaio. Ainda existem pessoas que valorizam a sua decência, como fez o bandeira em Montevidéu. Vamos aguardar a decisão na próxima quarta, que promete outro bom momento para o brasileiro que vai e o que não frequenta estádios. Afinal, não é sempre que temos a oportunidade de acompanhar time do Brasil na LIBERTADORES.
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