ALMOÇANDO NA BARRIGUDA
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de março de 2019
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica:
2.075
GALINHA DE CAPOEIRA. (FOTO: B. CHAGAS). |
É, o título acima talvez confunda o leitor
amigo. Será que o autor não se perdeu? Não seria: “Almoçando com a Barriguda?”,
isto é, almoçando com a mulher grávida? Não, a abertura acima está correta e
acontece muito com a nossa língua portuguesa. Em Santana do Ipanema, a seis
quilômetros do centro em direção a Olho d’Água das Flores, encontra-se o sítio
Barriguda. Fica à margem direita da rodovia AL-130 o citado lugar, cuja
denominação vem da árvore conhecida popularmente por barriguda (Ceiba glaziovii).
Naquela região, proliferaram três ou quatro restaurantes muito pocurados pelos santanenses.
Corria a fama da galinha de capoeira e outros pratos típicos à sombra dos
alpendres ou das árvores frondosas dos terreiros, movimentavam-se as pessoas
nas manhãs domingueiras.
Não sei se a árvore barriguda ainda existe no
famigerado sítio. Mas é uma árvore que ocorre também em outros estados nas
caatingas do Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia. Também na
Mata Atlântica dos brejos de serras nordestinas e Minas Gerais, São Paulo e
Paraná. Até mesmo em algumas cidades do Centro-Oeste. “Barriguda refere-se ao
intumescimento da parte central do caule, à meia altura da árvore, tendo a
mesma um diâmetro maior no meio do que na base, e que serve para armazenar água
extraída através da seiva xilemática”. Também é chamada paineira-branca, devido
às suas folhas brancas quando a árvore começa a perder a folhagem.
Essa árvore que pode chegar aos
18 metros de altura pode dispersar sementes pelo vento. Serve para caixotaria,
para encher travesseiro, selas, almofadas, colchões e estofamentos de móveis
com sua chamada lã de barriguda (pelos que envolvem suas sementes). Na medicina
caseira sua casca serve contra inflamação do fígado e para tratamento de
hérnia. Pode ser usada para recompor área degradada. É a árvore símbolo do
distrito de Roda Velha, município de São Desidério, Bahia.
Logo estaremos indo atrás de
galinha de capoeira nas imediações do sítio Barriguda. É logo ali na entrada de
Carneiros.
“Quer ir mais eu, vamo, quer ir mais eu
vambora”.
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