CAÇANDO ONÇA
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de março de 2019
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.074
ONÇA-PINTADA (FOTO: PREFEITURA DE CÁCERES |
Apesar da bisonha
trajetória da fauna brasileira, as histórias de onças continuam no imaginário
popular. É do avô para o neto, é do caçador para admiradores, é dos mentirosos
para rodas de amigos. É possível observar ainda através de vídeo, caçadas de
onça com cachorros. Cachorrada espantando, acuando e cercando a pintada em
cima, nos galhos da árvore. Em baixo, o predador de duas pernas com espingarda
boa, marca mais um tento contra a preservação da natureza. Isso faz lembrar a
anedota do matuto polêmico que matou uma deles e tirou o couro. Passa um
sujeito e pergunta: “Esse couro é seu?”. “É não senhor, é da onça”. “Vai fazer
o que com ele?”. “Vou vender na rua”. “Homem, diga pelo menos se Deus quiser”.
“Se ele não quiser, eu vendo o outro...”.
Assim torna-se bonita a caçada à onça
realizada de forma diferente, na televisão. Caçada pelos profissionais da vida,
visando a captura e os estudos completos sobre o formidável felino. Trabalheira medonha para se obter êxito com as
armadilhas. Depois, sedar o animal e fazer serviço completo. Medir peso,
altura, examinar o sangue, condições das garras, dentição, verificar idade,
sexo, doenças... Tudo sendo cuidado por biólogos, veterinários e outros
profissionais afins. Maravilhoso trabalho pela preservação da espécie e que
estimula a torcida pela natura através da televisão. E os lugares onde os
grandes animais já foram extintos, nem foto de onça, na parede. Muito interessante
para essa geração às boas reportagens com qualidade, sobre o tema exposto.
No Brasil temos a onça-pintada também chamada
canguçu; e a onça-parda conhecida ainda por suçuarana. Ambas habitavam o Brasil
inteiro. No semiárido existem casos e casos sobre a onça-parda que não possui o
mesmo desempenho da pintada. Comum é se dizer em momentos de decisão: “É hora
da onça beber água”. Até indiretamente o bicho aparece, como cantou o
cordelista referindo-se às mulheres na praia:
“A nêga levanta a
perna
A gente vê a caverna
Da onça suçuarana”
(...)
Avé
maria!
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