NOVA ERA (Clerisvaldo B. Chagas, 17 de fevereiro de 2011).        Com a pólvora pegando fogo no norte da África e na Ásia Seca, os que com...

NOVA ERA

NOVA ERA
(Clerisvaldo B. Chagas, 17 de fevereiro de 2011).

       Com a pólvora pegando fogo no norte da África e na Ásia Seca, os que comandam o opressor regime iraniano, estão morrendo de medo das manifestações de rua. Gritando: “Morte ao ditador e abaixo o governo”, é de se imaginar as cenas escondidas da Internet do povo enfurecido e da cúpula apavorada, sem dormir vinte e quatro por dia. Os parlamentares aterrorizados se unem aos gritos angustiantes pelo enforcamento das lideranças revolucionárias. Com o senhor Mahmoud Ahmadinejad, acontecimento menor de que o de Mubarak é improvável. A fúria acumulada circulando nas avenidas, não faz lembrar somente os momentos do Cairo e de Túnis, mas também dos desmantelos que tomaram conta da França na tomada da Bastilha.
       Com a tremenda confusão gerada pela Revolução Francesa, vários nomes ilustres destacaram-se, bem como alguns partidos revolucionários. Entre esses clubes participantes ativos da revolução que mudou o modo de pensar do mundo, dois foram destaques. Os girondinos, a princípio, deputados da província de Gironda, depois, grupo mais amplo, inclusive, da alta burguesia que procurava defender seus interesses. Era um bloco mais conservador. Os jacobinos, assim conhecidos, porque se reuniam nos conventos dos monges jacobinos, era um grupo radical sob a chefia de Maximilien Robespierre. Representavam a pequena burguesia e os sans-cullotte (pessoas das camadas populares). Havia também os cordeliers, representados por Georges Danton e Jean-Paul Marat.
       Após a tomada da Bastilha, muitas cabeças rolaram na guilhotina durante uma das passagens revolucionárias que ficou conhecida como a “fase do terror”. Ninguém estava seguro. Os jacobinos demonstrando força ficaram no poder sob a chefia de Robespierre, apelidado “O Incorruptível”, porém, formalmente radical, condenou a morte seu antigo companheiro Danton. Ao ser levado à morte, Danton teria gritado profetizando: “Hás de seguir-me Robespierre”. E na continuação desse processo, o próprio chefe Robespierre também foi condenado, seguindo a dura profecia do mesmo caminho de Danton.
       Aqueles do Irã que condenam inocentes, mulheres, crianças e tantos indefesos, em nome de moral egoísta e satânica usando o nome de Alá ou Maomé, estão completamente inquietos. Dirigir o povo a chicote de três pontas vai custar caro aos infames dirigentes. Com o recrudescimento da juventude nas praças, a insegurança torna-se muito maior por dentro dos palácios do que nos pavimentos das vias públicas. A mentalidade mesquinha, retrógrada, desumana, tudo indica que vai desaguar num banho de sangue na capital do antigo império persa. Avaliando pela ótica francesa, pode ser que no primeiro momento os líderes da revolta sejam enforcados, como pedem os parlamentares. Mas, igualmente a Danton, poderão ir primeiro ao cadafalso, contudo, os carrascos depois hão de segui-los assim como fizeram a Robespierre. O povo condenado há de dizer: “Hás de seguir-nos Ahmadinejad”. E no Irã também será iniciada a NOVA ERA.

BOGOTÁ (Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2011).        Tendo iniciado com a visão futurista do brasileiro José Sarney e do argentin...

BOGOTÁ

BOGOTÁ
(Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2011).
       Tendo iniciado com a visão futurista do brasileiro José Sarney e do argentino Raul Alfonsín, nasceu o MERCOSUL. Superando o individualismo tradicional da região, o Mercado do Sul vai chegando à terceira fase do seu destino. Criado como movimento econômico de reforço, passou pela fase aduaneira para a fase social dos países e agora atinge o seu ponto máximo que é a valorização individual dos filhos dos quatro países envolvidos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em breve teremos vários benefícios como livre circulação, validade de diplomas, chapa padronizada de veículos e, talvez, moeda comum aos membros permanentes. Hoje o Brasil faz troca de mercadorias, baseado nas moedas locais, antes regidas pelo dólar. A parceria, Brasil e seus vizinhos, já supera o comércio com os Estados Unidos, antes, seu principal destino comercial. É simplesmente extraordinário o movimento de transportes na região, especialmente de caminhões cruzando planícies e montanhas da parte meridional do continente.
       A América do Sul é composta de doze países, quatro dos quais fazem parte permanente do bloco e outros cinco são membros associados como Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. A Venezuela já pediu a entrada como membro pleno e agora é a Colômbia, com negociações adiantadas, procurando fazer parte definitiva desse auspicioso conjunto. Essa foi a grande notícia dada ─ ainda que bem discreta ─ na mídia nacional. Vale salientar que todos são convidados, ficando, porém, à vontade e marcando seu ingresso quando achar conveniente.
       A Colômbia, mesmo com seus problemas com a guerrilha é uma das nações que mais cresceram no mundo nos últimos tempos. Potência média da América Latina, segunda população regional, representa hoje a quarta economia da América do Sul. A Colômbia tem 46% de pessoas abaixo da linha de pobreza, uma renda má distribuída e uma população que se urbanizou rapidamente. Fala-se o castelhano com mais de uma centena de dialetos numa população entre 80% e 90% de seguidores do catolicismo. Rica em recursos naturais, a Colômbia exporta café, petróleo, carvão, ouro, esmeraldas e flores. A futura parceira plena será um reforço importantíssimo na evolução do MERCOSUL que, com a entrada definitiva da Venezuela, serão seis membros fortes entre si que por certo atrairão os outros países regionais.
        A repercussão dessas duas últimas nações no bloco econômico será altamente positiva no mundo inteiro. Causará ciúmes aos que não queriam esse mercado independente como a grande nação americana do norte. Quando acontecer de fato, estaremos todos de parabéns nessa parte pouco acima e abaixo do Equador, pois o significado da Colômbia entre nós é de tamanha profundidade que só o desenvolvimento acelerado poderá dizer. Pela decisão tomada e agora em vitrina, parabéns ainda para a terra da Cordilheira dos Andes, Amazônia e Caribe, representada pela sua alta, bela e acolhedora capital BOGOTÁ.

MÃO DE PILÃO (Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2011).        Acompanhamos o grande momento histórico de transformação política no...

MÃO DE PILÃO

MÃO DE PILÃO
(Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2011).

       Acompanhamos o grande momento histórico de transformação política no Egito. Veja na crônica intitulada Praça Tahir, quando afirmávamos pela manhãzinha que a queda de Mubarak se daria mais cedo ou mais tarde. E antes mesmo de terminar o dia, o homem desapareceu do palácio, sumiu da capital e do país. Vamos ficar aguardando agora a mudança social, esperando que as forças armadas não tomem gosto pelo poder, pois o povo poderá voltar com redobrada disposição depois da porteira aberta. De qualquer maneira o novo comando do país não vai mudar a situação econômica em apenas seis meses. Casos os militares sejam inteligentes, tentarão resolver o impasse povo/governo no menor tempo possível porque os nervos estão à flor da pele e a tensão não para. Mas poderemos também estar vivendo um momento histórico de transformação política e social no mundo. O exemplo da Tunísia e do Egito já atingiu outros países governados por ditaduras militares ou teocracias. Como também havia falado antes, o poder da comunicação com as novas tecnologias, vão invadindo esses países onde o indivíduo não tem liberdade religiosa, de palavra, de locomoção, de ascensão trabalhista. Afinal, não tem a direito a nada. Alguns povos estavam na escuridão deísta da Idade Medieval, privados do que se passava no resto do mundo com as mulheres, os negros e as garantias individuais. Descobertas essas coisas, ninguém mais pode segurar as multidões sequiosas por liberdade.
       Com as investidas populares, após os exemplos dados, as mãos de ferro vão enferrujando, caindo aos pedaços e contaminando o plácido sono dos semideuses de guabiroba. Essas rebeliões que vão endurecendo no centro da África, ganharam força com esses movimentos do norte continental que também já pulou para a Ásia do senhor Mahmoud Ahmadinejad. Aliás, falando nesse homem sem cor, bem que ele tentava desviar a atenção do povo voltando-se a vociferar contra americanos e israelenses, enquanto proibia notícias vindas de fora em seu reino que mistura política com religião. Por certo, mesmo com a tirania dos dirigentes, os muçulmanos começam a entender que essas pregações religiosas são disfarces para manter o povo acorrentado. Aquilo que o senhor Ahmadinejad chama de oposição, é nada mais nada menos de que cidadãos que despertaram para o aperto das suas garras, digo, garras do regime, da falsa simbiose entre o divino e o terreno.
       Volto a repetir, talvez estejamos testemunhando um fato histórico de proporções gigantescas que varrerá a terra de ditadores religiosos, militares e outras castas, se houver. Lembram-se dos vendavais que sopraram a União Soviética, Polônia e suas afiliadas socialistas?
      Depois de haver testemunhado tantos fatos relevantes no mundo, vamos agora anotando as derrotas dos Governos com mão de ferro e as vitórias dos povos com MÃO DE PILÃO.