600 CRÔNICAS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2011   Não restam dúvidas de que estamos contentes com a marca alcançada de 600 crôni...

600 CRÔNICAS

600 CRÔNICAS
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de agosto de 2011

 Não restam dúvidas de que estamos contentes com a marca alcançada de 600 crônicas publicadas na Web. Identifico-me melhor no romance, peça literária ampla, complexa e a mais completa da Literatura. Na verdade gosto de ser chamado romancista. Dois romances publicados, dois no gatilho há bastante tempo e mais um em formação, todos são históricos e pertencem a série cangaço. Outros livros também estão no gatilho perfazendo um total de cinco, com mais três em formação e mais ainda a coletânea de crônicas da Internet que podem ser enfeixadas em livro.  Passada certa fase de indiferença, estamos dispostos a publicar todos eles. Nem a crônica nem outro gênero literário me atraem como o romance rural. O meu namoro com esse tipo de texto curto sobre o cotidiano, vem dos tempos do vozeirão de Edilson Costa na “Rádio Correio do Sertão”, quando publicamos 200 crônicas num programa chamado “A Crônica do Meio-Dia”, diariamente apresentado por Edilson, um mestre nesse tipo de leitura. Infelizmente todas foram destruídas por mim.
         Para preencher o vazio entre publicações de livros, iniciei novas crônicas no blog que mantenho até hoje: (clerisvaldobchagas.blogspot.com) com as crônicas diárias, menos os sábados e os domingos. O trabalho inicial foi “Comendo boi, comendo onça”, falando sobre corrupção eleitoral. Convidado depois pelo professor Valter, o site SantanaOxente passou a hospedar o meu blog, aumentando assim a audiência. Após convite do empresário Malta Neto, passei a apresentar as crônicas também em seu site Maltanet. Recentemente, também a convite do empreendimento de Sérgio Campos e Lucas (seu filho), estamos no site alagoasnanet. A capacidade criativa dessas pessoas citadas e seus familiares fez surgir uma rede informativa em nossa urbe, prestadora de relevantes serviços nessa nova área de comunicações da “Rainha do Sertão”. Sinto-me orgulhoso de fazer parte com meus trabalhos das páginas publicadas por essas pessoas: pratas de casa, ouros da terra.
        Para escrever crônicas tive que adaptar meu estilo de romancista para o texto curto. Não foi fácil. Mantive a linguagem erudita, porém simples, com o adendo sertanejo, pois é importante clareza no que se escreve, sem cair na vulgaridade. O restante ficou pelos truques mágicos, coloridos de quem escreve, das mexidas constantes em palavras, frases de efeito e tantas outras figura de estilo. Gostaria de receber convites também de outros sites da cidade, da região e do país para reprodução das crônicas. É marcar encontro por e-mail e conversar, somente isso. As 600 crônicas na Web, completadas hoje, percorreram o mundo, com leitores nos acessando com frequência em países como Estados Unidos (maior parte), Holanda, Rússia, Canadá, Alemanha, Ucrânia, Reino Unido, Croácia e Itália. Prova que deu certo, graças à força dos sites citados acima aos quais “agradeço de coração” como dizia o saudoso primo, vereador e advogado, Tácio Chagas Duarte. Estaremos hoje no programa “Liberdade de Expressão” da Rádio Milênio, às 11 horas, quando seremos entrevistados por outro valor da terra na área de comunicações radiofônicas, Flávio Henrique. Participe. Comemoremos juntos, essas 600 CRÔNICAS.

BRINCANDO COM DEUS Clerisvaldo B. Chagas, 2 de agosto de 2011   Jesus exemplificava o pensamento fixo na riqueza sem atenção ao Criador. Fo...

BRINCANDO COM DEUS

BRINCANDO COM DEUS
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de agosto de 2011

 Jesus exemplificava o pensamento fixo na riqueza sem atenção ao Criador. Foi a parábola do homem que pensava colher uma grande safra e imaginava aumentar os celeiros  e abarrotá-los. Passaria o resto da vida somente descansando com o que amealharia. Insensato, disse Jesus. Antes da meia noite a morte veio e levou o homem. Esses insensatos estão espalhados pelo mundo inteiro. Eles não pensam em Deus, mas somente em enriquecer cada vez mais. Quando não é a riqueza é o poder ou os dois juntos. Eu e você, leitor, conhecemos muito bem um bocado desses cabras que não se saciam com os acúmulos ilícitos dos seus bens e as sujas contas bancárias. Arrotam o poder e deixam crescer a barriga para mostrar uma prosperidade à custa do leite das crianças, da merenda escolar, dos salários dos miseráveis. Quando resolvem passar perto de uma igreja é para comprar o vigário com benesses e puxar o saco dos santos, como se eles fossem da mesma laia e acatassem seus desatinos. Esquecem completamente da existência dos olhos de Deus e não param a máquina malévola de formar reais. Na ganância temerária geram cúmplices dos seus asquerosos planos, mulher e filhos que fazem ouvidos moucos a ética do bem viver. Todos, marido, mulher, filhos e filhas formam um bando de ladrões do nosso suor. Tornam-se perseguidores dos que não comungam com suas ideias e até um ou cinquenta reais são tomados dos mais pobres. E para dizer de um modo torto, de um modo não cristão, como um funcionário perseguido falou indignado: “De vez em quando a peste leva um”.
          Pulando dos que você conhece para a Venezuela ─ país irmão que ainda não deu sorte com seus dirigentes ─ somos obrigados a conviver com um carbono da besteira. Continua o fura-penico de lá, irritando os tímpanos do equilíbrio. Romantizando o tempo dos gibis, torna-se beija-pés do matador de gente de Cuba e, arrogante massacra povo e imprensa do seu país. Cinicamente vai à mídia para dizer que só deixará o poder em 2031. Não que desejemos a morte de seu ninguém, pois a vida é dom de Deus e só Ele sabe quando deverá ser colhida. Mas mesmo com um câncer a roer-lhe às entranhas, o insensato “fura”, não pretende deixar o trono, tal um cão faminto que não quer largar o osso. Enquanto o mundo árabe estoura, consciente da liberdade do homem, e abala o BBC (Bem Bom Clube) dos déspotas regionais, o cabra, já sem cabelo, ainda ignora os desígnios do seu Criador.
        E o pior é que nesse mundo calejado, não faltam zumbis mundiais e matutos bestas que falam em ideologia com demonstrações de intelectos fúteis. Tem muita roupa para ser lavada e algodão a ser colhido. Mas também existe tanta covardia no povo que as pragas se prolongam até como castigo pela omissão popular. Com seus uísques legítimos à mesa ou com suas radioterapias no couro, eles, os que você conhece e os outros, continuam rindo de nós e BRINCANDO COM DEUS.












S.O.S. CANAPI Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2011           Mais uma vez o Sertão alagoano teve um excelente inverno. Bastante t...

S.O.S. CANAPI

S.O.S. CANAPI
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2011

          Mais uma vez o Sertão alagoano teve um excelente inverno. Bastante tempero nas chuvas que chegaram lembrando os tempos dos nossos pais: boa distribuição de chuvas e um frio que ressuscita a velha frase sertaneja: “Tá caindo gelo”. Isso faz lembrar a moda dos antigos bons invernos de Santana do Ipanema e região com o clímax na festa da padroeira. Surgiu a moda da “japona”, um bonito casaco, baseado nas japonas da Marinha que, tanto era elegante quanto matava a frieza pertinente desde os meados de maio aos meados de agosto. Os homens desfilavam entre o meio mundo de brinquedos que abrilhantavam o novenário da santa, muito bem protegidos, sim senhor. Era mais ou menos no tempo da camisa “Volta ao Mundo” que tanto sucesso masculino causou no Brasil e, particularmente, por aqui. Ah! E haja música no parque com Waldick Soriano, Silvinho, Ângela Maria e tantos outros cantores, interrompida pela moça que anunciava: (“Para o rapaz da japona azul” ou “Para a moça da flor no cabelo”, assina, você já sabe).
         Pois bem, esse ano, além do bom inverno, houve muita “folia” em Santana do Ipanema, meu amigo. Desde a “Festa da Juventude”, emendando com a de Senhora Santa Ana, com tantos eventos e bandas musicais famosas nas ruas que foi preciso ser bom maratonista para ser testemunha de tudo. O dinheiro que foi gasto não sabemos dizer, não senhor. Mais foi tanta nota de real correndo pela diversificação do comércio que muita gente ficou rica. O movimento pelas praças, avenidas, ruas centrais e periféricas, tinha carro igualmente a Avenida Fernandes Lima, em Maceió. Julho passa para agosto com um dia inteiro de chuva em Santana, dando adeus a grande época marcante dessa terra. Água, pasto, gado gordo, visita da presidenta a Alagoas; incentivo à cultura da mandioca e outras, liberação de verba para esticar o Canal do Sertão e, finalmente a possibilidade de espetar a bola de sopro da dívida alagoana. Você quer mais, ou está bom?
        Mesmo assim, nem tudo é alegria no semiárido. Com tantos festejos do céu e da terra, as reinvindicações do povo canapiense vão se aproximando da velhice. O Alto Sertão, rouco de gritar por décadas a fio, parte para novas ações que não sejam somente da velha garganta. Enquanto outras cidades daquela área ganharam asfalto estadual (que de certo modo desviou o movimento para o polo Santana) Canapi ficou de fora. Cortada pela BR-316, em matéria de estrada o trecho é somente buraco e lama. Sua economia fica comprometida em tudo enquanto contempla o progresso chegando a municípios circunvizinhos. O trecho entroncamento Carié ─ Inajá, é uma vergonha alagoana e nacional. Tem razão os nossos conterrâneos sertanejos em cobrar com várias ações continuadas. Estamos solidários à luta daquele simpático e bravo município para integrar a última cidade sertaneja aos benefícios do asfalto. E se a garganta não dá mais, reivindiquemos agora com foguetes. S.O.S. CANAPI.