MENDIGANDO FORÇA Clerisvaldo B. Chagas, 14 de fevereiro de 2012.           Mais uma vez o esquema de segurança de Alagoas decepciona, frus...

MENDIGANDO FORÇA

MENDIGANDO FORÇA
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de fevereiro de 2012.

          Mais uma vez o esquema de segurança de Alagoas decepciona, frustra o cidadão do interior sem chance nenhuma para se defender. De vez em quando sai à propaganda que não deixa de ser verdadeira, sobre novas aquisições de viaturas, coletes, armas para a polícia. O leigo pensa, então, que o que faltava já foi preenchido e agora a eficácia do policiamento será nota mil. Puro engano! Parece que o quadro real da Briosa ainda está longe da modernidade exigida nos dias atuais no combate ao crime que surge de toda natureza. Num estado territorialmente pequeno como Alagoas, ainda se reclama de efetivo curto. Batalhão em Maceió, Arapiraca, Santana do Ipanema... Mesmo assim não se encontram policiais na hora da precisão como foi o caso do assalto em Mata Grande, região serrana do alto sertão. Segundo foi noticiado, os bandidos ─ apenas para uso da expressão popular  ─ deitaram e rolaram com um bando de vinte homens armados de fuzis e metralhadoras. O que iria fazer em uma cidade tradicional que já botou Lampião para correr, um soldado apenas de plantão?
          É sabido que na cidade de Mata Grande havia na década de trinta, uma unidade do exército para espantar os bandidos da região. O seu período foi relativamente curto, porém, enquanto esteve ali à unidade verdinha, cangaceiros passavam por longe, não tendo sido registrado nenhum caso de ação bandoleira no município. Cidades como Mata Grande, Delmiro Gouveia, Água Branca, por exemplo, situadas no extremo oeste do estado, precisam de um reforço policial permanente, pois além da distância da capital, é zona de fronteira tripla, não se admitindo um isolamento total em matéria de segurança. O estado tem que adquirir helicópteros, que hoje não são mais bichos de sete cabeças, pois o Brasil entra no cenário mundial com a segunda frota dessas aeronaves tão úteis para o policiamento. Pelo menos em cada regional deveria haver um desses aviões com uma flotilha capaz de inibir qualquer ação criminosa de grande monta como a ocorrida na manhã de ontem em Mata Grande e Canapi.
          O investimento maciço em segurança pública é um dever do estado, sobremaneira nesses tempos difíceis onde à bandidagem é sempre protegida pela brandura carinhosa das nossas leis. Será que é preciso novamente voltar aos tempos das volantes como as do tenente João Bezerra, sargento Aniceto Rodrigues ou sargento Joaquim Grande? Enquanto isso o Alto Sertão fica em polvorosa MENDIGANDO FORÇA.


PRESENTE PARA GREGO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2012.   Nenhum brasileiro gostaria de viver o drama da Grécia no presente ...

PRESENTE PARA GREGO

PRESENTE PARA GREGO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2012.

 Nenhum brasileiro gostaria de viver o drama da Grécia no presente momento. Já sofremos enormemente parte das dores que afligem os nossos irmãos do outro lado do Atlântico. Os apertos desconcertantes ministrados pelo FMI, ainda repercutem na mente dos que sofreram em suas unhas quando o fundo dava as suas ordens no Brasil. Ninguém sabe quando vai melhorar as agruras nas terras de Sócrates e nem quando chegará à paz necessária para se viver. O parlamento daquele belo país já aprovou o plano de austeridade e resgate financeiro, levando o povo às ruas num protesto violento. Geralmente a má administração pública sempre desemboca no mar que afoga pobres e funcionários públicos. É igual a chavão popular sem limite algum de repetência. Para quem não faz bem o dever de casa, recebe a visita do senhor “Gringo”, com gravata comprida e óculos de grau mais seu contemporâneo caderno de fiados. Começa examinando a pele e espichando o couro do paciente em soluços terminais. Surgem receitas de injeções miraculosas cujos efeitos são alérgicos para as classes básicas da pirâmide. Uns troços que amargam e queimam o porvir, o futuro, a esperança.
          Para continuar na zona do Euro, a Grécia baixou o pescoço para a canga da austeridade financeira, motivo de protesto e gritaria da sua população que fica sem entender o desmantelo. A exigência dos credores foi de fato crua e refletiu sem doce, sem mel, sem o açúcar na capital Atenas. A noite violenta caracterizada pelas manifestações traduz a negativa popular contra a beberagem que chega pelos carrascos. As vítimas de situações como essa, já sabem que irão para a tortura da demissão de emprego, cortes no salário, problemas com a previdência, com a aposentadoria, com a alimentação e tudo o mais que gira em torno da sobrevivência. Quando as autoridades condenam o vandalismo em uma democracia, esquecem o desespero de milhões de famílias que receberão as ferroadas que vêm de cima. Seria a mesma coisa de espancar mandando a vítima sorrir. Vem da boca do primeiro-ministro que os três objetivos do plano aceito pela Grécia, são o saneamento das finanças públicas, o restabelecimento da competitividade do país e o reforço do seu sistema bancário. Para isso o ministro irá receber a bolada para o equilíbrio ou para continuar a danação que maltrata o povo do Mediterrâneo.
          Entre a cruz e a espada, o medo triste da bancarrota; do fantasma da crise que passou a morar nos corredores da Europa; da reação popular que vai bater os ossos de raiva com a crise interna. O país aguarda a dinheirama que deve chegar logo para pagar seus credores ansiosos. Enquanto isso, vamos mudando os ditados inventados pelo povo. Antes, uma oferta que iria dar trabalho, mas camuflada em coisa boa, era chamada “presente de grego”. Agora é o próprio FMI quem embrulha a “macumba”, ornamenta o pacote, borrifa extrato de rosas e escreve no cartão: PRESENTE PARA GREGO.





A AMEAÇA DOS CARPEROS Clerisvaldo B. Chagas, 10 de fevereiro de 2012.   Não deve ter razão os invasores de terras do Paraguai, que parec...

A AMEAÇA DOS CARPEROS

A AMEAÇA DOS CARPEROS
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de fevereiro de 2012.

 Não deve ter razão os invasores de terras do Paraguai, que parece entrar na xenofobia da Europa. Quando pessoas que trabalharam naquele país ou visitantes por algum tempo voltavam ao Brasil, falavam que o Paraguai não produzia nada; que era um povo muito preguiçoso e que só havia ali contrabando, preguiça e alcoolismo. Não foi só de uma pessoa que ouvimos essa afirmação. E como não trabalhavam mesmo, os brasileiros foram entrando no território e produzindo como ainda hoje produzem. Passaram muitas situações difíceis vivendo e trabalhando incansavelmente em um lugar de língua e costumes diferentes, enfrentando todas as adversidades. Muitos, devido à persistência, progrediram e casaram com moças paraguaias conquistando assim a binacionalidade. Muitos impostos foram recolhidos ao governo daquele país e empregos para quem quisesse trabalhar. Somente agora, após o progresso e a consolidação dos brasiguaios, parece existir um ciúme doentio de quem não fez o dever de casa e espicha os olhos para a riqueza do suor alheio, agindo como bandidos invasores.
          O pior de tudo é que o governo do Paraguai, pela sua atitude morna, também parece apoiar o movimento infeliz, dizendo uma coisa e fazendo outra para encorajar os carperos. Caso seja feita uma investigação séria, descobrir-se-á as origens desse movimento suspeito que possa trazer sérios transtornos para o Brasil. Já temos um passado de desconfiança entre as duas nações, devido a maior guerra latina já realizada, quando a Inglaterra teceu a trama entre os dois países, para o confronto. É bom perguntar com pergunta séria, quem está por trás desse emaranhado agora. Quem tem interesses escusos para um novo conflito entre as duas nações da América do Sul. Fez muito bem em sair uma comissão do senado brasileiro para visitar o senado do país vizinho e o executivo para se inteirar do movimento criminoso que estar acontecendo.
          É bom lembrar que ainda existe um atraso de mentalidade muito grande na América Latina, onde povos e governos de alguns países ainda não conseguem pensar como nos tempos reais do presente. A mente tacanha do colonialismo ou do caudilhismo continua vigorando em alguns idiotas que somente falam em poder e revolução como se ainda estivessem nos tempos românticos de Fidel. Mas essa unidade pretendida pelos que moram na América do Sul, também incomoda aos de fora que às vezes tentam jogar irmão contra irmão para tirar proveito, pois não querem uma América do Sul unida e forte. Esperamos que os senadores brasileiros tenham êxito nessa missão ao Paraguai, embora seja difícil persuadir um movimento organizado e um governo comprometido. O Planalto deve estar muito preocupado com A AMEAÇA DOS CARPEROS.