PRAGA DE PADRE VELHO Clerisvaldo B. Chagas, 8 de abril de 2013 Crônica Nº 995 MACEIÓ, A CONCENTRAÇÃO DA BUROCRACIA. Foto: (Wi...

PRAGA DE PADRE VELHO



PRAGA DE PADRE VELHO
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de abril de 2013
Crônica Nº 995

MACEIÓ, A CONCENTRAÇÃO DA BUROCRACIA. Foto: (Wikipédia).
     Mais uma vez lançamos um olhar para o nosso Estado e novamente nos deparamos com a má vontade. Não bastasse a greve de médicos, o Ipaseal Saúde vem recebendo muitas críticas dos seus usuários, principalmente do interior. O citado órgão, ao invés de melhorar o seu sistema de atendimento, alarga o passo para trás, fazendo inveja a caranguejo. Foi retirado o credenciamento médico no interior, nas cidades polos. Agora o precisado tem que se deslocar à capital se quiser desde uma simples consulta médica até casos graves de internamento. Quem mora nos confins de Alagoas, Delmiro, Piranhas, Penedo ou seja onde for e precisar do Ipaseal Saúde, além de se deslocar a Maceió, gasta muito dinheiro, perde tempo e leva muita maçada. Dias e mesmo semanas são necessários ao cidadão para voltar para casa. Vamos somando a despesa do transporte, ida e volta, semanas de hospedagem, lanches, ônibus e um profundo estresse. Tudo por culpa dos que estão no poder e trata o povo como lixo.
     Faz-se uma consulta normalmente, isto é, sem precisar autorização, consulta que pode ser marcada até um mês após o pedido. Ao ser atendido, o usuário vai penar também para que o órgão autorize o seu exame, o que significa outra viagem à central, só para receber o sim, que muitas vezes só é devolvido dois ou três dias depois. Ainda outra viagem até o laboratório e mais alguns dias para receber o resultado. Novo atendimento para o médico que solicitou os exames. Não é raro adiar cirurgias em cima da hora quando o prolongamento demora até demais. Como disse um cidadão de Viçosa que estava na fila do Ipaseal: “É uma fuleiragem da peste!” Os usuários da capital ainda vão se conformando com a coisa, entretanto, para quem é do interior que abandona tudo para passar semanas diante da burocracia russa e sem sentido do Ipaseal Saúde, é desesperador, humilhante e cruel. Isso deveria ser visto pelo Ministério Público como abuso de poder, constrangimento e outras coisas mais e que o estado deveria levar uns apertos fortes da Justiça independente. Mas nós estamos num estado onde os mesmos não largam o poder nem a pau e o povo não tem opção. A escolha é sempre pelo menos ruim que ao chegar ao poder fica pior do que o que estava. Existe um ódio quase centenário dos poderosos de Alagoas pelos funcionários públicos. E os sindicatos parecem que estão com a cabeça em lugares completamente diferentes do que o da defesa dos seus filiados no campo da Saúde. Até quando continuará o sofrimento do povo alagoano? Não terá limites se foi o resultado de PRAGA DE PADRE VELHO

ANARQUISMO KKKK Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2013. Crônica Nº 994 PROUDHON Quando o intelectual, no consultório mé...

ANARQUISMO, KKKK



ANARQUISMO KKKK
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2013.
Crônica Nº 994

PROUDHON
Quando o intelectual, no consultório médico, falou ao cliente que o Congresso é uma anarquia, lembrei-me das lições da escola.
O Anarquismo pregava a supressão de toda forma de governo. Defendia a liberdade geral. Um dos seus precursores foi Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Proudhon escreveu o livro “O que é a propriedade”. Fala do socialismo utópico para criticar os abusos do capitalismo e queria tudo como dádiva, amigo. Propõe cooperativa e bancos que emprestassem sem juros aos empreendimentos produtivos, além de créditos gratuitos aos trabalhadores. Propõe ainda uma sociedade sem classe, sem exploração, uma sociedade de homens livres e iguais. Defendia a destruição do estado em favor dos pequenos proprietários. Foi assim que o homem inaugurou o Anarquismo.
Mikhail Bakunin (1814-76) tornou-se líder do Anarquismo terrorista, pois apontava a violência como a única forma de se alcançar uma sociedade sem estado e sem desigualdades. Seria um mundo novo de felicidade e liberdade para os trabalhadores braçais. O homem pregava o revolucionário com o indivíduo que rompe todas as leis. Tudo o que há nesse mundo é odioso para ele. O sujeito, segundo Bakunin, tem que ser frio, deve estar disposto a morrer, resistir à tortura e deve destruir qualquer sentimento nele surgido.
Calvo como bola de sinuca, óculos, sério e muito branco, com uma famosa revista ao seu alcance, continua falando o cidadão. Nem descrevia o Anarquismo, porém, exemplificava o que estava acontecendo no País como a nova resistência que surge contra a corrupção. Manobram para que o Ministério Público não investigue a bandalheira. Não quis me meter na conversa dos dois clientes que pareciam ilustres. Logo a minha senha fala mais alto e eu passo por ambos recordando a lição de certo político raposa. Sempre que procurado por um lado e pelo outro, dava razão a ambos para ficar de bem com os dois. Caso eu dissesse, pelo menos “é isso aí”, talvez estivesse apoiando a ideia do intelectual, mas para quê? Ri por dentro, àquele riso forçado trazido dos antigos gibis: ah, ah, ah..., Logo traduzida pelo cérebro para a Cibernética: ANARQUISMO, KKKK...

SÓ JESUS SALVA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2013 Crônica Nº 993 Vamos verificando que a crônica de ontem tem a mesma da...

SÓ JESUS SALVA



SÓ JESUS SALVA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de março de 2013
Crônica Nº 993

Vamos verificando que a crônica de ontem tem a mesma data da de hoje. Sempre disseram que a pressa é inimiga da perfeição e, quando a gente está fora de casa resolvendo coisas extras, tudo fica mais difícil e o bicho quer pegar. Confundem-se datas e palavras, muitas vezes sem tempo ou tranquilidade suficiente para correções. O pior é que a crônica de segunda procura tomar o lugar de primeira e a tensão empurra os dedos para os caminhos tortuosos parecidos com o destino de cada um. A Gramática corre, o Dicionário foge, a Internet dorme e o pintinho piu, o pintinho piu, piu, piu, piu... Diz a musiquinha repetida do neto. Lá fora o tempo amanhece chuvoso e Maceió toma aspecto nevoento que parece ter chegado o inverno antecipado. Lá vamos nós sem querer acreditar que vem chegando mesmo água do céu. Lembramo-nos do homem que, perguntado se “lá pra cima (Sertão) chove” e, o cabra espirituoso responde que “não senhor, só chove pra baixo”. É assim que outro indivíduo das bandas da Maravilha vai explicando: “Como vai o gado? Ora, Os bois estão de ossos brancos e as vacas produzindo leite em pó”.
Se estivéssemos no Sertão poderíamos ir olhando pelas caminhadas da periferia os sinais ensinados pelos antigos. Vai haver bom inverno ou não vai? Nem só pelas tecnologias adivinha o homem. Se o velho Ipanema chegou com água no verão, vamos ter bom inverno. Se as formigas estiverem se mudando dos lugares baixos para os pontos altos; se o joão-de-barro construiu o ninho virado para o poente; se o mandacaru estiver florando... São sinais de boa safra. Mas, se nada disso estiver acontecendo, somente Deus poderá desmentir os sinais que ele mesmo ensinou aos homens. O Canal do Sertão vai amenizando por onde passa, mas por onde passa porque o restante vai comendo o pão que nem o diabo quer. Novamente olhamos para o tempo chuvoso da capital e não apostamos nem sequer em duas horas de chuvas fina, para dizer que isso tudo é falso. Outros conterrâneos sertanejos vão relatando o drama da seca em que o pequeno fazendeiro está na classe média e de repente vai para o fim da fila o que representa ainda uma grande injustiça social. A seca existe. Mas as providências nunca estão à frente, formando um terceiro mundo dentro do próprio país.
Às vezes penso que certas reIigiões estão certas quando escrevem nas paredes: “SÓ JESUS SALVA”.