AGRIPA JÁ TEM DIRETORIA Clerisvaldo B. Chagas, 11/12 de agosto de 2013. Crônica Nº 1066 ALGUNS MEMBROS DA AGRIPA, TENDO AO ...

AGRIPA JÁ TEM DIRETORIA




AGRIPA JÁ TEM DIRETORIA
Clerisvaldo B. Chagas, 11/12 de agosto de 2013.
Crônica Nº 1066

ALGUNS MEMBROS DA AGRIPA, TENDO AO FUNDO A SERRA DO POÇO.
A Associação Guardiões do Rio Ipanema - AGRIPA - sem perda de tempo, reuniu-se na tarde do último sábado (10) no Bairro Camoxinga, onde houve debates e consensos. Houve também recepção musical e muita alegria pelos acertos e entendimentos entre os guardiões. A AGRIPA vai, paulatinamente, fortalecendo sua linha mestra, definindo situações e desenhando o seu caminho. Com a maioria dos guardiões presentes, foi estabelecido o Dia do Rio Ipanema que deverá ser comemorado todos os anos na data 21 de abril. O símbolo da AGRIPA será um busto de mulher com pote e rodilha levando água das cacimbas do rio. Como Santana do Ipanema já possui o monumento ao jumento com suas ancoretas, cangalha, cabresto e tangedor, que fazia esse papel, nada mais justo de que homenagear a cabocla sertaneja e seu pote de barro que simbolizava a luta pela sobrevivência nas areias grossas do Panema. Inclusive também, a figura completa poderá ser transformada em monumento de praça pública. As reuniões ordinárias ganharam calendário anual para as segundas e últimas sextas-feiras, às 15H30MIN.
O Estatuto encontra-se em elaboração e deverá ser discutido, aprovado e registrado brevemente. A Associação ficará aberta a todos os que quiserem se integrar à luta pela proteção ao rio. O futuro poderá trazer sede própria aos independentes guardiões. Entre outras coisas que se definiram nessa etapa organizacional, a formação da Diretoria Provisória foi uma delas, composta por sete membros, com rotatividade anual. Assim ficou formada a cabeça da AGRIPA: Presidente: Sérgio Campos (fazendário); Vice-presidente: Paulo César (professor); Secretária: Maria Vilma de Lima (especialista em Geo-História); 2º Secretário: Manoel Messias (ambientalista); Tesoureiro: Marcello Fausto (especialista em Geo-História); 2º Tesoureiro: Ariselmo de Melo (ambientalista); Orador: Clerisvaldo Braga das Chagas (especialista em Geo-História).
Os Guardiões pensam em exportar depois, a ideia para cidades e povoados de Alagoas banhados pelo rio Ipanema, como Poço das Trincheiras e Batalha, Quandu, Poço da Cacimba, Fazenda Nova, Capelinha, Funil, Saúde, Timbaúba, Dionel e Poço do Marco. A posse da diretoria acontecerá em pleno leito do rio Ipanema, com várias atrações para um dia de lazer.


SEI NÃO! Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2013. Crônica Nº 1065 Foto: (semiaridobahiablog). A caatinga , palavra origi...

SEI NÃO!



SEI NÃO!
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2013.
Crônica Nº 1065

Foto: (semiaridobahiablog).
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional.  Ela está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. Infelizmente o homem tem revirado esse Bioma de cabeça para baixo, principalmente a partir dos anos 60, quando surgiu financiamento para desmatar. Com essas intervenções ininterruptas, o homem, já alterou 80% da cobertura original. Achamos pouco apenas 1% da sua área protegida em 36 unidades de conservação. Essa imensa região de cobertura vegetal caatinga, está sujeita às secas cíclicas e muitas vezes prolongadas que afetam diretamente o ser humano em todas as questões. A recuperação do bioma é muito rápida, mas as ações das derrubadas são as maiores inimigas da caatinga que traz, além de arbustos e cactáceas, várias árvores de porte como o cedro, braúna, craibeira, ipê, pereiro, angico, aroeira, juazeiro e o sagrado imbuzeiro tão decantado por escritores e poetas nordestinos. Destacam-se ainda, o mandacaru, facheiro, xiquexique, coroa-de-frade, rabo-de-raposa, alastrado, rasga-beiço e muitas outras representações de nome.
As temperaturas médias anuais são elevadas e oscilam entre 25 e 29 graus, sendo a região do clima semiárido de solo pedregoso e arenoso. Na caatinga temos o fenômeno das trovoadas que acontecem em Alagoas e Pernambuco entre os meses de novembro a janeiro, mas também fugindo às regras do passado. A pluviosidade vai para 800, 900 milímetros, contudo, há lugares com índice em torno dos 200.
Mesmo com muita propaganda sobre conservação da natureza, a cobertura vegetal do semiárido continua sendo atacada com as mais diferentes finalidades. Material para fornos de padarias, fornos de carvão, cerca de estacas e tantas outras serventias, inclusive medicinais. Vê-se que o arcaico machado chegou muito antes da conscientização e assim permanece nesse ingrato desafio. Nesse momento em que a estrela é o bioma amazônico, não é fácil mudar o foco para os problemas seculares invasores da flora nordestina. Falta ainda o grande grito de independência do matuto, do carrapicho, do macaco. SEI NÃO!.


LAMPIÃO E A CRUZ DE TINAN Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2013. Crônica Nº 1064 06 a 09.1934. Fazenda Marrecas (AL). (Mun...

LAMPIÃO E A CRUZ DE TINAN



LAMPIÃO E A CRUZ DE TINAN
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2013.
Crônica Nº 1064

06 a 09.1934. Fazenda Marrecas (AL). (Município de Inhapi). Muita gente trabalhava na fazenda Marreca do senhor João Martins, e todos andavam armados. Numa época de colheita (achamos que deve ter sido no período de safra entre julho e setembro de 1934), Lampião começou a rondar a fazenda para tentar pegar alguma pessoa armada.
O caçador Pedro Tinan também estava por ali. Certa manhã o caçador foi tocaiar veados com o companheiro Zeca Alves. Espalharam-se em duas esperas. Zeca Alves ouviu um tiro e pensou que Tinan matara um veado. Tempos depois, foi e viu Tinan, que fora atingido por um tiro de Lampião em cima de árvore. Após a queda, o bandido sangrou-o e abriu seu ventre. Apoderou-se do fuzil do caçador e continuou sua perambulação sinistra (SILVA 117:118).
Contou-me o senhor Antônio, meu fiel empregado, por alguns anos, que morou muito na região da Ribeira do Candunda, pois é originário dali, sobre Tinan. Tempos depois da sua morte, uma mocinha começou a ter problemas e descobriram que era a alma de Tinan que procurava falar com algum encarnado, usando a moça para chamar atenção. Ao deparar-se com um médium, declarou não querer fazer mal a moça. Tudo que queria era apenas que colocassem uma cruz em sua cova, lá num pé de lajeiro onde sepultaram seu corpo, pois sua alma estava sofrendo por falta do símbolo cristão. Providenciada a cruz, tudo voltou à paz de antes. (55).
·         Do livro Lampião em Alagoas, pag. 200.