LAMPIÃO SEU TEMPO E SEU REINADO Clerisvaldo B. Chagas, 15 de novembro de 2013. Crônica Nº 1087 Faço minha as palavras extraídas...

LAMPIÃO SEU TEMPO E SEU REINADO



LAMPIÃO SEU TEMPO E SEU REINADO
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de novembro de 2013.
Crônica Nº 1087

Faço minha as palavras extraídas do “Anuário Cultural Humanus VII – edição Lampião”. O padre Maciel escreveu o livro “Lampião Seu Tempo e Seu Reinado”, em seis volumes, obra de fato impressionante. Frederico Bezerra Maciel nasceu em Pernambuco em 1912. Grande estudioso, principalmente de temas regionais. Sacerdote, com estudos especializados na Europa: Itália, França, Suíça; sociologia, parapsicologia, psicoterapia, arte, estudos bíblicos e, por último Técnico Agrícola em Pernambuco. Além disso, poeta, compositor musical, desenhista arquitetônico e homem de ação e atuação social.
Sobre Lampião compulsou mais de 30.000 exemplares de jornais da época, publicados desde o Ceará até São Paulo; esquadrinhou 78 cartas geográficas e 44 plantas de localidades, a fim de traçar mapas-roteiros dos assucedidos lampeônicos. Buscou novos depoimentos em entrevistas, volveu por várias vezes, aos sertões do Reinado de Lampião.
Não há em sua obra, propósito contra ninguém, inteiramente baseada, com imparcialidade, em depoimentos. Nada de imaginação, pressa ou caprichos. Escrito com absoluto critério de honestidade perante a verdade e com infinita paciência: pesquisa de 30 anos, 4.000 horas de redação, mais de 3.000 nomes de pessoas, mais de 2.000 nomes de localidades.
O trabalho do Padre Maciel: Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado é grandioso e desafiante, polêmico, exaustivo. Mas de uma grandeza que abala o leitor.
Maciel dedicou a maior parte de sua vida a fim de legar à História um dos trabalhos mais bem feitos realizados até hoje. Torna-se impossível alguém repetir ou superar o trabalho realizado por esse corajoso e competente historiador, uma vez que não seria possível, hoje, ter contato direto com a maioria dos personagens que compõem esta fascinante história, conviver com eles, entrevistá-los, sentir e recolher as informações diretamente da fonte de forma tão fiel e poética como ele fez.
Ficou comprovado pelo nosso departamento de memória histórica que nenhum autor consultado entre mais de 40 obras, teve a responsabilidade biográfica do padre Maciel.
O padre Maciel foi autor da tese do envenenamento na morte de Lampião, coisas que hoje outros autores, os adoradores de cangaceiros rejeitam. Mesmo além-túmulo, o padre Maciel afirma categoricamente o envenenamento, testemunhado pelas próprias palavras de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião.

LAMPIÃO E RIFLE DE OURO Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2013. Crônica Nº 1086 Antonio Silvino      Dizia o poeta p...

LAMPIÃO E RIFLE DE OURO



LAMPIÃO E RIFLE DE OURO
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de novembro de 2013.
Crônica Nº 1086

Antonio Silvino
     Dizia o poeta popular:

“Portanto se o leitor gosta
De história de cangaceiro
Que bebia o sangue humano
No Nordeste brasileiro
É essa do assassino
Bandido Antônio Silvino
Desastrado bandoleiro.”

     “No dia 2 de novembro de 1875, nascia em Afogados da Ingazeira, sertão pernambucano, Manoel Batista de Morais, mais conhecido como Antônio Silvino. Foi o cangaceiro mais notório antes de Lampião. Entrou no cangaço ainda jovem, junto com o irmão, para vingar a morte do pai, Batistão do Pajeú, bandoleiro. Fez parte do bando de seu tio Silvino Aires, de quem herdou o comando do grupo. O bando – formado por cangaceiros como Cavalo do Cão, Relâmpago, Nevoeiro, Bacurau, Cobra Verde, Azulão, Cocada, Gato Brabo, Rio Preto, Pilão Deitado e Cossaco – espalhou o terror pelo sertão de Pernambuco e da Paraíba.”

“Antônio Silvino foi
O mestre de Lampião
Mas um guerrilhou primeiro
Outro noutra ocasião
No tempo de Antônio Silvino
Lampião era menino
Prestando toda atenção.”

   “Depois de assumir a chefia, passou a vestir farda de coronel e a exigir ser chamado de capitão Antônio Silvino.
Entre as muitas ações lideradas por ele está o ataque às obras da empresa Great Westem, responsável pela implantação do sistema ferroviário na Paraíba. O bando arrancava trilhos, prendia funcionários e até sequestrava os engenheiros. Antônio Silvino foi preso em 24 de novembro de 1914 e solto em 1937 por bom comportamento, por meio de um indulto concedido pelo presidente Getúlio Vargas. Pai de oito filhos, ele morreu aos 69 anos. Também chamado de ‘Rifle de Ouro’, suas aventuras foram eternizadas na literatura de cordel”
.* Texto, Revista História da Biblioteca Nacional, novembro de 2012, pag.88.
Estrofes de Cordel (?).
    

DAMAS DE BRANCO Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2013. Crônica Nº 1085 Garça-branca-pequena. (Imagem Wikipédia). O ...

DAMAS DE BRANCO



DAMAS DE BRANCO
Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2013.
Crônica Nº 1085

Garça-branca-pequena. (Imagem Wikipédia).
O inverno prolongado no sertão alagoano pode emendar com trovoadas terríveis e benfazejas em benefício da agropecuária. Retornam as aves migratórias para as telas da paisagem campesina. Entretanto, o Bairro Floresta, em Santana do Ipanema, registra todos os dias ao entardecer, uma cena de colônia. Ocupando metade de um campo de futebol, garças-brancas-pequenas (Egretta Thula), provavelmente, pousam para o pernoite no garçal improvisado.
As garças já viviam no período eoceno (há 40 milhões de anos) e no plioceno (há 11 milhões). Elas são apreciadoras de terrenos pantanosos de águas rasas, onde encontram fartura de alimentos. Aplicam estratégia particular caçando e pescando aos deixar os ninhais. Nutrem-se de peixes, insetos aquáticos, caranguejos, moluscos, sapos e répteis.
Não temos uma região típica do habitat das garças, por aqui, o que faz pensar na razão dessa permanência. Em terreno pedregoso, inclinado e seco, ao lado de uma rua nova e sem calçamento, acomodam-se as aves. Na barreira, entre o hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo e o rio periódico Ipanema, formam o garçal pelo chão e sobre os arbustos resistentes às estações. Onde as garças-brancas-pequenas procuram alimentos para centenas de indivíduos? Ali por perto o rio Ipanema está completamente poluído. Os poços estão cobertos por plantas aquáticas e os peixes sumiram. Garça por perto é sinal de rio em condições ecológicas razoáveis, o que não acontece com o trecho urbano do Panema.
Encontramos bandos dessas aves nas proximidades do matadouro público municipal, no leito do rio, lugar denominado Volta. Contudo, as garças também se espalham pelos campos e são vistas ao lado de bovinos em plena pastagem, acompanhando os rebanhos. Dizem que em busca de carrapatos.
O certo é que ao pôr-do-sol, o espetáculo do ninhal na barreira do Bairro Floresta está completamente garantida. Aguardando estudiosos, apreciadores da natureza e máquinas fotográficas, ali estão as elegantíssimas aves. Possuem a perfil de sinuosas e belas mulheres da nossa sociedade, ilustrando verdadeiramente as DAMAS DE BRANCO.