BRINQUE COM REPENTISTA! Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2013 Crônica Nº 1098 Foto: (Anderson Barbosa/G1). A foto ac...

BRINQUE COM REPENTISTA!



BRINQUE COM REPENTISTA!
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1098

Foto: (Anderson Barbosa/G1).
A foto acima que ilustra a situação de seca no Rio Grande do Norte, faz lembrar um objeto não muito comum chamado “galão”. Com uma lata d’água pendurada em cada extremidade de um pau, este é conduzido nos ombros pelo sofredor.  Mas a palavra “galão” tem vários significados, como por exemplo, galão de tinta, divisa dourada usada como distintivo militar e outros mais.
Por outro lado, o violeiro-repentista nordestino é valorizado pela criatividade em qualquer circunstância. Mostremos como primeiro exemplo uma cantoria que estava havendo numa fazenda. Era hora de arrecadar dinheiro e a cada nome assinalado pelos versos, vinha à pessoa para depositar num prato, ali no centro, uma significativa oferta monetária, após rasgado elogio do violeiro.  Eis que havia ali no meio daquele pessoal, um senhor pobrezinho, pobrezinho que tinha apenas no bolso uma nota de pequeno valor. A esse tipo de nota o nordestino chama de “piniqueira” ou "couro-de-rato. Joaquim, o pobrezinho, não quis, entretanto, ficar sem a sua colaboração diante do chamado do poeta. Ao colocar sua nota no prato, a criatividade do vate foi maior do que a sua misericórdia:

“Parece que seu Joaquim
Passou a noite no mato
Com uma faca amolada
Tirando couro de rato
Deixou o rato sem couro
Jogou o couro no prato”.

Pois bem, voltando ao caso do galão, dois poetas cantavam na feira, também pedindo dinheiro através das estrofes criativas, quando se aproximou um cabo e um tenente. Um dos vates iniciou a sextilha dizendo que iria promover o tenente a capitão, mas logo a estrofe tomou um rumo novo. Disse o repentista:

“Eu agora vou botar
Um galão nesse tenente...”

Mas o tenente não gostava de pagar a cantador, puxou o cabo e disse: “Vamos embora, deixe esse corno pra lá”. O poeta conseguiu ouvir e terminou a estrofe dizendo:

“...Mas o galão que eu falo
É um galão diferente
É um pau com duas latas
Uma atrás outra na frente”.

BRINQUE COM REPENTISTA!

·         Foto: galão (Anderson Barbosa/G1).


FOI MASSA! Clerisvaldo B. Chagas, 3 de dezembro de 2013 Crônica Nº 1097 Escola Estadual Profª. Helena Braga das Chagas; Ont...

FOI MASSA!



FOI MASSA!
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1097
Escola Estadual Profª. Helena Braga das Chagas;

Ontem, dia 2 de dezembro, houve reunião de professores na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, Bairro São José. Ainda militando na área educacional naquela unidade, constatei a presença maciça de todos os convocados e ouvi frases como “atualmente é a melhor escola da cidade para se trabalhar”. Da minha parte o que sei é que o diretor, além de pulso, teve sorte de formar uma excelente equipe comprometida de fato com Educação. Ao término dos trabalhos pedagógicos, um lanche foi oferecido a todos, recheado de boa música nordestina. Tivemos a felicidade de contar com a visita do professor e novo escritor da cidade, Fábio Campos, ocasião em que foi abrilhantado esse encontro vespertino.
Caí na surpresa da turma quando eu mesmo já havia esquecido o próprio aniversário. Entre os parabéns planejados secretamente, tive que encarar as velinhas que marcavam meus “dezoito anos”, soprar as “teimosinhas” e partir o bolo! Que delícia, um aniversário lembrado por colegas e amigos.
Encerrada a primeira fase, ainda ficamos conversando até o anoitecer, eu Marcello Fausto, diretor, Fábio Campos e o professor Ivanildo, todos apaixonados por temas do Nordeste. Mais uma vez a Escola Helena Braga foi cenário de literatura e poesia especializada de Fábio Campos, cuja fábrica estava funcionando a pleno vapor. O telão mostrava Gonzaga, Zé Ramalho e outros monstros sagrados da música regional, alegrando à tarde sagitariana que chegava ao fim.
Discutidos os acertos para o final do ano letivo, um aprazível lugar foi apresentado para confraternização. Com certeza 2014 poderá ainda render boas novas para a escola do Bairro São José, de acordo com o planejamento e vontade dos seus militantes integrados.  Se eu fosse mais jovem teria dito: FOI MASSA!

PALESTINA Clerisvaldo B. Chagas, 02 de dezembro de 2013 Crônica Nº 1096 Foto (cidade-brasil). A região asiática de a Palest...

PALESTINA



PALESTINA
Clerisvaldo B. Chagas, 02 de dezembro de 2013
Crônica Nº 1096

Foto (cidade-brasil).
A região asiática de a Palestina estar formada dentro de um deserto onde a vida não é muito fácil. Sabemos que por mais inóspito que seja o lugar, nunca deixa de haver compensações. Os homens, porém, ainda neste planeta belo e selvagem, encurtam a sabedoria e esticam a intolerância. E as discórdias religiosas dos tempos bíblicos, prolongam-se pelos rumos atuais com o nome Deus na língua e o sangue na espada.
Longe, todavia, do Oriente Médio, outra Palestina enfrenta problemas comuns no Brasil, como a sabedoria política de todos os lados. Mas a cidade Palestina alagoana não é só política. É um núcleo populacional com mais de 5.000 habitantes, localizado em pleno semiárido, recebendo toda influência da Bacia Leiteira das Alagoas. Vive, como os demais vizinhos, do criatório de gado e da agricultura tradicional de milho e feijão. A cidade é simples, mas agradável e antes possuía o nome de Retiro. Servida por via asfáltica, a Palestina marca 174 km até à capital e convive bravamente com as secas periódicas. Tudo começou com uma fazenda de gado desde os tempos de 1880. Ali foi instalada primeiro uma mercearia e um entreposto  de compra de cereais. Em seguida foi montada uma fábrica de laticínio que chegava a produzir 10 mil litros de leite por dia. Foi instalado ainda um descaroçador de algodão para absorver o produto local. Assim começou a progredir o conhecido Retiro de Cima. Um povoado logo surgiu formando sua feirinha, ainda em 1949.
Para quem gosta de passear, conhecer e se sentir bem com a simplicidade das cidades sertanejas, poderá fazer uma visita a Palestina, bem iluminada pelo sol, limpa, cheia de comidas regionais e outras atrações na feira semanal. A festa do Padroeiro, Sagrado Coração de Jesus, acontece no dia 29 de junho, sendo motivo de fé, alegria e orgulho para todos os palestinenses.
Estive ali algumas vezes, mas não consegui fazer o que muita gente  gosta de aprontar: tomar banho no açude do DNOCS, em tempo de calor. Perto do rio São Francisco, o município fica um pouco afastado da rodovia, mas vale pela tranquilidade e acolhimento da sua gente. Nem só de eleições vive a PALESTINA.




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