O PAU COMEU, MANÉ Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2014 Crônica Nº 1.184 Imagem: (cidadenewsitau.blogspot.com). Quando ...

O PAU COMEU, MANÉ


O PAU COMEU, MANÉ
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2014
Crônica Nº 1.184
Imagem: (cidadenewsitau.blogspot.com).


Quando o técnico Scolari terminou de anunciar os convocados, Zé Bodó nem esperou mais. Correu para o Bar do Rabudo, pediu uma cachaça e emborcou a “marvada” de uma só vez. Cuspiu no pé do balcão e lascou o murro na prateleira, quebrando garrafas de todo tipo. Rabudo ficou vermelho e quis experimentar o pé do ouvido de Bodó. Rabudo indagou:
- Por que você está assim, seu fio da peste. – e danou-lhe o braço por cima do bebedor de lavagem, segundo Pedro Peba, testemunha fiel do embate.
Bodó caiu com as pernas pra cima quebrando as cadeiras do bar. Levantou-se e gritou:
- Eu sabia que aquele fi’ duma égua não ia convocar Robinho!
- E eu tenho nada a ver com boba de Robinho, seu sacana!
- Tem não, é! Pois você vai ver! Somente mãe pode bater nessa carinha que ela beijou!
- Você vai pagar meu prejuízo, cabra fio de uma porca! Tá pensando que meu bar é campo de futebol, desgraçado! Eu tenho nada a ver com Robinho, Kaká e esses porras todo!
Preguinho ia chegando na hora e gritou para o dono do bar:
- Coidado, Rabudo, olhe a faca!!!!
E era uma faca mesmo. Zé Bodó levantou-se como touro brabo e partia para o dono do bar com uma faca-peixeira na mão. Rabudo tentou correr, mas uma facada tirou-lhe couro da bunda.
Preguinho gritou de novo:
- Chega gente, vamo pegar o home!
Zé Bodó virou-se para o outro lado e foi logo advertindo:
- Eu derrubo o fato do primeiro cachorro que encostar!
Maria, mulher de rabudo, foi pegar um taco de sinuca e partiu para rachar a cabeça do bebão. Bem perto de Bodó, pisou em falso e caiu desmantelada. A saia foi pra cabeça e não tinha nada por baixo.
Zé Bodó berrou esperto:
- Eu não vou te cortar fia da boba, porque você já tá de bunda cortada, mas esse tá de Preguinho vai levar uns furos.
E lá vai o cabra correndo em direção a Preguinho e aos outros clientes.
Rabudo já voltava com uma garruncha do tempo que Adão comprava fiado e apontou pra o sujeito. Mas, três homens se abrufelaram com o bebão e a faca voou longe. Dois outros indivíduos tomaram o partido do bebão e, a coisa rendeu. Quando a polícia chegou, todo mundo ficou manso.
Um sargento fez uma avaliação do campo, treinou umas duas mãozadas, convocou o time, escalou os briguentos e apitou o fim do jogo. Depois de assinar a súmula levou todos para o hotel de onde se vê o sol quadrado.
O bêbado, na fileira, ainda disse para Rabudo, trincando os dentes:
- Se Robinho não jogou hoje, mas amanhã eu venho e você vai ver Kaká.
Bem, do outro dia eu não sei, mas nesse aí o PAU COMEU, MANÉ!









BRASILEIRO, LAVOURA DE CUPIM Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2014 Crônica Nº 1.183 CUPINZEIRO. Imagem (Wikipédia). Exis...

BRASILEIRO, LAVOURA DE CUPIM



BRASILEIRO, LAVOURA DE CUPIM
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2014
Crônica Nº 1.183

CUPINZEIRO. Imagem (Wikipédia).
Existem insetos sociais bastantes conhecidos pela população. São eles os cupins que surgem nos campos, mas também podem aparecer nas cidades. No campo, os cupins têm a parte boa e a banda ruim. Na parte boa, eles participam da “saúde” de campos e florestas como a drenagem das águas e reciclando nutrientes. Mas, na banda ruim, esses insetos isópteros, são terríveis e dão bastante trabalho.
Os cupins de vida subterrânea causam maiores danos à agricultura. É que eles têm o poder de destruir sementes, atacar raízes de plantas como a do café, cana-de-açúcar, abacaxi, milho, amendoim, arroz, algodão, mandioca e eucalipto.
Já os cupins de montes ou de montículos, são aqueles que constroem seus ninhos na superfície do solo. Os montes ou cupinzeiros apresentam-se em formas arredondas ou afuniladas que de longe parecem pedras. Eles dificultam a formação de pasto e danificam mourões e estacas de madeiras das cercas.
Outras espécies de cupins fazem ninho nas cidades. Atacam plantas em ruas e praças, derrubam tetos de madeira, danificam livros, revistas, couro, tijolos, cabos elétricos e telefônicos, móveis de casas, inclusive camas.
Você pode chamar o inseto de cupim, térmita, térmite, itapecuim, baga-baga, salalé e muchém. Quanto ao seu ninho, pode ser entendido como cupinzeiro, cupineiro, itacuru, itacurubá, itapecuim, tacuri, tacuru, tapecuim, termiteiro, tucuri, baga-baga e salalé.

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A pior espécie, entretanto, de cupim, é aquela que aprendeu a falar, pedir voto e vestir gravata. Logo cedo já sabe roer as verbas públicas causando enormes prejuízos à saúde, à educação, aos transportes e ao bem estar do país. Os insetos dessa espécie, também são chamados de corruptos, safados, cachorros, ladrões e outras denominações impublicáveis. O antídoto é cadeia, prisão perpétua, guilhotina e “el paredon”.
Enquanto a população for devota da santa Esperança, a proliferação desse tipo de inseto tende a aumentar, formar arrastões e arrasar os biomas. A imprensa livre aguarda a manchete: BRASILEIRO, LAVOURA DE CUPIM.




ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de maio de 2014 Crônica Nº 1.182 POVOADO AREIAS BRANCAS (foto: Sertão24horas)....

ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO



ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de maio de 2014
Crônica Nº 1.182

POVOADO AREIAS BRANCAS (foto: Sertão24horas).
Quando o IBGE divulgou o Censo de 2010 e outros resultados, os números não surpreenderam. Não surpreenderam, talvez, por causa das pesquisas e informações que o Instituto costuma divulgar entre um censo geral e outro.
Quando o Nordeste (diga-se zona canavieira) perdeu competitividade e foi à falência com a cana-de-açúcar, o Sudeste iniciou o seu desenvolvimento, iniciando com o café e pequenas indústrias de artigos comestíveis. O resultado neste início de século XXI está bem visível diante de todos, com São Paulo e seu parque industrial como carro-chefe.
Após aqueles famosos êxodos nordestinos até a década de 70, cumpre informar a descoberta de um novo Nordeste. Habitantes da região retornam do Sudeste para as capitais e cidades médias, algumas com realidade diferente. A industrialização total ainda não aconteceu, mas tudo é uma questão de tempo que teve início com as chamadas ilhas ou polos de prosperidade em alguns estados dessa região. Não há dúvida de que a indústria paulista ainda fala mais alto, cuja expansão periférica invadiu Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, principalmente.
A descoberta do Nordeste por grandes empresas, pela melhora do seu poder aquisitivo, posição estratégica para mercados africanos, mão de obra e terrenos mais baratos, além do chamariz provocado pelos governos estaduais, vai povoando o solo nordestino dos três maiores estados, com suas chaminés. Entretanto inúmeras indústrias pulam a faixa do trio acima e preferem estrategicamente, estados menores que também vão se industrializando.
O fato de pequenas cidades nordestinas registrarem menor população, entre um censo e outro, não nos parece tão relevante quanto o crescimento geral da região. Os povoados e as pequenas cidades continuarão exercendo o papel de ligação entre os sítios e as cidades mirins e essas, entre os povoados e as cidades maiores em uma hierarquia bastante consolidada.
A tecnologia no campo e a distribuição de renda fixam o homem que agora enviam seus filhos para os estudos e os têm de volta como agrônomos, veterinários, zootécnicos, empresários do agronegócio e assim por diante.
Sem otimismo exagerado, nossos filhos e netos ainda verão um Nordeste rico justificando o ENCOLHIMENTO E FIXAÇÃO.