O MUNDO GREGO Clerisvaldo B. Chagas, 25 de novembro de 2014. Crônica Nº 1.311 “O conhecimento científico desenvolvido por est...

O MUNDO GREGO



O MUNDO GREGO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de novembro de 2014.
Crônica Nº 1.311

“O conhecimento científico desenvolvido por estudiosos gregos da Idade Antiga influenciou por muitos séculos as sociedades europeias. Uma demonstração disso é o fato de artistas europeus de diferentes épocas terem criado obras em homenagem a sábios da Grécia, mesmo tendo vivido muito tempo depois deles. As obras a seguir são exemplos disso. Em A escola de Atenas estão representados alguns dos principais filósofos e cientistas gregos da Antiguidade, como Platão e Aristóteles na cena central da obra. Já A morte de Sócrates representa a dignidade e a tranquilidade do filósofo Sócrates em seu leito de morte.
O teatro também foi uma criação dos antigos gregos e era muito apreciado, principalmente na cidade de Atenas. Em teatro ao a livre, encenavam-se histórias trágicas ou cômicas. Não havia cenários ou efeitos especiais. Os atores eram sempre masculinos e usavam máscaras para expressar as características e os sentimentos dos personagens. O público grego apreciava as peças teatrais de autores como Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes, que continuam sendo encenados no mundo inteiro.
Dentre os povos do Ocidente Antigo, os gregos foram os primeiros a registrar por escrito a própria história. Fizeram descrições de batalhas, de cenas cotidianas, de decisões tomadas nas assembleias populares, etc. A palavra história é de origem grega e significa investigação, informação.
As obras literárias, filosóficas e científicas dos antigos gregos divulgaram seu idioma por várias partes do mundo antigo, influenciando outras línguas e culturas. A língua portuguesa, por exemplo, tem inúmeras palavras de origem grega: democracia, biografia, geometria, paleontologia, arqueologia, politeísmo, monoteísmo, teocracia, geografia, biologia etc”.
(VAZ, Luisa Vaz & PANAZZO, Sílvia. Jornadas. hist. São Paulo, Saraiva, 2013).

PUNHAIS CANGACEIROS Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2014 Crônica Nº 1.310 Agora na fase final, escrevendo o livro ...

PUNHAIS CANGACEIROS



PUNHAIS CANGACEIROS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2014
Crônica Nº 1.310


Agora na fase final, escrevendo o livro Maria Bonita, chamou-me a atenção as imagens dos punhais cangaceiros.
Os punhais, existentes há muito séculos, adquiriu uma forma especial no Brasil, principalmente na indumentária cangaceira do bando lampiônico, muito parecido com o punhal utilizado na época no Rio Grande do Sul.
Em diferentes tamanhos essa arma branca foi bastante usada nas cintas dos cangaceiros, como forma de ostentação, vaidade e poder.
Os fornecedores desse tipo de arma, não só para o bando de Virgolino, mas para qualquer cidadão que quisesse adquiri-la, seriam os próprios fabricantes que trabalhavam caprichosamente em suas rudes tendas em várias partes do Nordeste, principalmente no Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
O cangaceiro usava facas, facões e punhais. As facas eram utilizadas para o cotidiano como de qualquer família, no lar. Os facões, principalmente para abrir passagem nas veredas e em tarefas que precisassem de uma arma mais rude e robusta. O punhal, unicamente para sangrar a sua vítima.
A vaidade fazia encomendar punhais de ótima lâmina e caprichado trabalho no cabo, que podia se de ou conter, níquel, ouro, chifre, osso, marfim, prata, conforme o poder aquisitivo de quem os encomendasse.
Na rudeza daquele mundo semiárido, fora e dentro do cangaço, famílias que se matavam entre si, aceitavam a morte como coisa do mundo masculino. Tanto se matava como se morria, tudo era coisa natural da ignorância da época. O que não se admitia era que a vitima fosse sangrada, pois um homem não se sangra como um porco ou outro animal. Era uma ofensa grave esse procedimento. O ato de sangrar pessoa era, então, considerado desmoralizante, daí ter havido muitas vinganças no semiárido, em pagamento com a mesma moeda.
Mesmo, já nos anos 60, belíssimos punhais de cabo trabalhado, eram ainda exibidos e vendidos, livremente, nas bancas das feiras nordestinas. Respondendo à pergunta: “De onde vêm esses punhais?” A resposta quase sempre era a mesma: “Do Juazeiro do Norte”.


ESPINHOS BENDITOS Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2014. Crônica Nº 1.309 Vamos hoje passar a palavra ao saudoso escritor...

ESPINHOS NA ESTRADA



ESPINHOS BENDITOS
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2014.
Crônica Nº 1.309
Vamos hoje passar a palavra ao saudoso escritor santanense, Raul Monteiro.
“No verão os campos dos nossos sertões, por natureza áridos, tornam-se nus e causticantes. O solo pedregoso, fica exposto à inclemência dos raios solares, que ali raramente sofrem interferência, deveras providencial, de nuvens que passeiam no firmamento atenuando os rigores caloríficos da estiagem.
Aqui e ali se alteiam paradoxalmente, no espaço cinzento da paisagem, as verdes copas de juazeiros e quixabeiras, que, como uma bênção de Deus, dão com prodigalidade, sombra, flores e frutos, num verdadeiro desafio ao sol intenso e constante, que cresta os outros vegetais, notadamente arbustos e gramíneas.
As aves e os pequenos animais, salvam-se com frequência, não apenas da insolação, mas também da fraqueza extrema e da morte por inanição, graças à presença dessa árvores. Elas resistem milagrosamente ao martírio da seca, parece que em favor dos gados mirins, que por sua vez dão leite e carne aos também sofridos donos ou proprietários.
Faz gosto vermos esses vegetais frondosos, que embora espinhentos, são um refrigério na vida agoniada da miunça leiteira. É que, como as abelhas bravias que defendem no tronco oco das árvores antigas o mel de sua produção, os espinhos desses vegetais impedem que a mão predatória do homem desfaça a fonte da salvação que deles brota, durante a seca em prol da criação pequena, composta de ovinos e caprinos.
No campo sensório de todos nós, há também aridez e desertos.  E há igualmente (graças de Deus), juazeiros e quixabeiras da salvação, verdadeiros oásis que são uma afirmação inequívoca da presença de Deus na Natureza.
Aqui, a aridez desértica é representada pela indiferença dos que veem, mas não sentem o sofrimento alheio, ao passo que a alma humana movida pela compaixão e pelo atendimento, configura o refrigério das árvores que abrigam os pequenos animais e as aves que as procuram.
É a força suprema de Deus, expressa na Natureza aos nossos olhos”.
(MONTEIRO, Raul Pereira. Espinhos na estrada. Campina Grande, Caravela, 1999.)