A MORTE DAS SERESTAS Clerisvaldo B. Chagas, 1 0 junho de 2016 Crônica Nº 1.523 Foto: (Notalgics). A crônica é uma forma lit...

A MORTE DAS SERESTAS



A MORTE DAS SERESTAS
Clerisvaldo B. Chagas, 10 junho de 2016
Crônica Nº 1.523

Foto: (Notalgics).
A crônica é uma forma literária curta e objetiva que registra o dia a dia sobre qualquer assunto. Por isso mesmo é importantíssima para estudantes e pesquisadores, pois sempre é ela a história viva em compartimentos.
Em Santana do Ipanema, representando o Sertão alagoano, havia regulares serenatas de seus filhos. Até a década de 60 e no máximo de 70, era doce acordar a partir de meia-noite ao som de uma bela voz e de um afinado violão.
O primeiro seresteiro do qual tivemos conhecimento, foi o Agnaldo, também apelidado “Gaguinho” e que fazia parte da banda da Polícia Militar ou do Exército. Era de fato uma voz abençoada por Deus. Depois lembramos o famoso Cícero de Mariquinha do mesmo naipe do primeiro.
Os seresteiros organizavam-se em grupo pequeno de no máximo cinco pessoas, munido, primordialmente de um violão e talvez mais uns dois instrumentos. Saiam cantando às portas de quem queriam homenagear. Chegavam em silêncio. O dono ou a dona de casa ou a mocinha alvo, acordavam com a música sem nenhum barulho antecipado. Pense que surpresa agradabilíssima!
Em Santana do Ipanema havia pessoas reservadas que tocavam sax como o Aroldo e o Cecílio, na Rua Nova e, outro chamado, se não falha a memória, Chiquinho, morador do Bairro São Pedro. Esse era mais atirado e chegou até a instalar um bar na Rua Nova, defronte a igreja Batista, com o nome “Bar Seresta”. O ponto não era dos melhores e o bar não durou muito. Mesmo assim, não nos constam que esses homens fizessem serenatas iguais aos outros. Os dois primeiros, reservados e, o outro, comercial.
Temos também impressão que o último seresteiro de Santana do Ipanema, tenha sido o cantor Miguel Lopes que encerrou essas páginas indo embora para Maceió.
Em Mata Grande, também no Sertão, havia bastantes serestas. Pelo menos as de Santana, nos moldes nostalgia, foram engolidas pelo tempo. Será que o costume ainda pode ser recriado?

LUCENA, O CORONEL PROIBIDO Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2016 Crônica Nº 1.522 ESCRITOR MARCELLO FAUSTO. Foto (Clerisva...

LUCENA, O CORONEL PROIBIDO



LUCENA, O CORONEL PROIBIDO
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2016
Crônica Nº 1.522

ESCRITOR MARCELLO FAUSTO. Foto (Clerisvaldo).
Indo mostrar a capa do livro “Repensando a Geografia de Alagoas”, aproveitei para conversar com o escritor Marcello Fausto, sobre o seu novo livro, “Lucena, o Coronel Proibido”.
José Lucena de Albuquerque Maranhão foi o inimigo número um, do cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Homem de extrema coragem, foi o comandante do 20 Batalhão implantado em Santana do Ipanema, em 1936, para combater o cangaceirismo. Seu batalhão era dividido em várias forças volantes espalhadas no Sertão em pontos estratégicos. Em certa investida atrás de um criminoso, um dos seus homens eliminou Seu José, pai de Virgolino, antes da sua fama. Lucena não teve culpa, mas assumiu a responsabilidade. Foram três volantes de Lucena, unidas, que mataram Lampião, Maria Bonita e mais nove sequazes em 1938.
Lucena, após a campanha, foi prefeito de Santana do Ipanema, deputado e prefeito de Maceió. Após essa passagem, as pesquisas sobre ele, tornaram-se raras como se todas as informações a seu respeito tivessem sumido. Diante disso, sugeri ao Marcello Fausto, que pesquisasse a respeito do “Coronel Proibido” e ele assim o procedeu. Continua esse trabalho e já conquistou duas importantíssimas vitórias, ambas em fontes fechadíssimas, quase impossíveis de se obter alguma coisa sobre o homem. Marcello confessou-me que o livro não tem data para sair, assim como o meu, mas, por certo, causará um impacto grande nos meios dos interessados nos bastidores da história nordestina.
Por esse imenso silêncio que caracteriza sua trajetória, silêncio este desde 1955, o véu está para ser levantado. Santana tem a avenida principal com seu nome e Maceió uma praça. Mas a juventude nem sabe quem foi esse homem. O livro “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”, conta o básico sobre o coronel, mas o livro que promete vir a lume, do escritor Marcello Fausto, será sucesso garantido em todo o Nordeste, principalmente na Literatura Cangaceira.
Baseado em fatos, fotos, depoimentos e farto material documentado, “Lucena, o Coronel Proibido”, está sendo costurado e dali não sai nenhum coelho antes da publicação, segundo o escritor. Vamos aguardar com paciência mais esse bom serviço prestado a Alagoas e a História.


EL PAREDÓN Clerisvaldo B. Chagas, 30 de maio de 2016 Crônica Nº 1.521 Segunda opção As páginas dos jornais estão cheias de ...

EL PAREDÓN



EL PAREDÓN
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de maio de 2016
Crônica Nº 1.521

Segunda opção
As páginas dos jornais estão cheias de roubos e assaltos.  As cadeias não cabem mais os marginais, indo além das suas capacidades. É um eterno problema que não se resolve nunca. Diante de tantas insistências de ladrões, estupradores, e assaltantes, tínhamos que renunciar ao sentimento cristão e concordar com o antigo regime cubano de “El Paredón”.
A ordem seria de limpar totalmente o país. A partir do segundo roubo, do segundo assalto, do segundo estupro, comprovadamente, escorar o indivíduo na parede e detoná-lo em nome da lei e da ordem. A tolerância seria apenas com a primeira vez quando se usaria o sistema de prisão.
Durante a ditadura militar, um bando que apavorava a baixada santista, foi dizimado de forma diferente. Todos foram presos e jogados em alto mar, servindo de comida para os peixes. A baixada voltou a respirar aliviada por longo tempo. Não existe outra maneira. Os pais de família continuam sendo mortos a cada dia no trajeto do seu trabalho, nas ruas, no coletivo e mesmo dentro de casa. Seria um regime temporário anticristão, mas por extrema necessidade de limpeza.
Alguém pode perguntar como seria, então, no caso dos políticos que levam todo o dinheiro do Brasil. Bem, políticos e magistrados corruptos teriam o mesmo destino dos marginais menores. Eles próprios dizem para fazer efeito: ninguém está acima da lei e da ordem.
O Brasil está precisando de uma borracha sim, mas uma borracha nessas condições: ou o ”El Paredón” ou o alto mar em região infestada por tubarões. Chega de sentimento bonzinho que alimenta as quadrilhas do país.