AÇUDES ARRETADOS Clerisvaldo B, Chagas, 20 de julho de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.997 Açude de Jaramat...

AÇUDES ARRETADOS


AÇUDES ARRETADOS

Clerisvaldo B, Chagas, 20 de julho de 2017

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica 1.997
Açude de Jaramataia. Foto: (Divulgação).
      Desde os tempos de D. Pedro II que os açudes começam a aparecer no semiárido entre realidade e ilusão no combate à seca.      Lembramo-nos de uma visita de três dias à fazenda Pai Mané do, então, proprietário Seu Zezinho, onde está localizado o poderoso açude de meia légua. Um mundo d’agua muito difícil de prever o esvaziamento completo. E foi o próprio fazendeiro quem redigiu carta ao presidente Getúlio Dorneles Vargas, reivindnar mais de 19 milhões de metros cúbicos de água, considerada salobra. Foi a partir do riacho Sertão, afluente do rio Traipu que foi possível à construção do gigante. Mesmo o líquido sendo pesado para os humanos, ajuda na criação de gado bovino, na irrigação e na criação de peixe, originando uma colônia de pescadores denominada São Pedro Z-29. A pescaria é fonte de renda para cerca de 300 famílias da cidade de poucos habitantes. 
     Da praça central de Jaramataia é possível vê a imponêicando o açude. Mas, a barragem só foi construída em 1964, para atender o município de Dois Riachos e região. Em nossa ida àquelas terras, não havia ainda o povoado que ora se representa como o maior do município.
     Em 1967, porém, o DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – concluía o açude de Jaramataia, o maior dos 22 escavados pelo órgão no estado de Alagoas. O citado açude tem capacidade para armazencia do açude que se estende até o povoado São Pedro II. É ali onde estão construídos os sangradouros e o grandioso paredão de pedras que faz represar os milhões de litros d’água.

Com a seca prolongada de tantos anos e que agora acabou, a cidade e o próprio município receberam um abalo imenso de seca, fome e desespero. O famigerado açude de Jaramataia chegou quase a zero numa incrível verdade de muitas dores.
Com tantas chuvas de junho para cá, esperam-se as recuperações dos açudes construídos graças a engenheiros e cassacos do DNOCS que já fez tanto pelo povo sertanejo nordestino.
A respeitabilidade do Departamento é merecida e reconhecida, sobretudo, pelas garantias dos tempos em que os homens tinham vergonha.













OS OLHOS DOS GOVERNOS Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.696 Plantação de ...

OS OLHOS DOS GOVERNOS

OS OLHOS DOS GOVERNOS
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.696

Plantação de eucalipto. Foto: (Agência Alagoas).
Não existe história de Alagoas sem a cana-de-açúcar que caracterizou os primeiros movimentos agrícolas no estado. E com os engenhos iniciais e a expansão da lavoura canavieira, misturam-se as narrativas escravagistas, nódoa não retirável dos nossos acervos. Modernizando-se o engenho, usina toma conta como nova denominação no fabrico do açúcar. Passa o senhor-de-engenho a chamar-se usineiro, mas permanecem as extensas propriedades produtoras de cana deixando Alagoas como produtor destaque. Todavia, é sabido que a monocultura não é coisa de muita garantia, uma vez que sempre houve altos e baixos na balança mundial quebrando seus produtores. Os exemplos estão aí por todas as partes com o café, o açúcar e a borracha no Brasil.
A choradeira no campo dos canaviais não é de hoje chegando até a provocar a titulada Guerra dos Mascates.
Visando a diversificação da cultura canavieira, vamos apreciando e apontando novas paisagens nos tabuleiros com o plantio do eucalipto que a exemplo da própria cana-de-açúcar, vai aos poucos se expandindo em outro cenário.
Registramos inúmeras pessoas à margem da pista colhendo feijão-de-corda de enorme área que antes pertencia à cana. Esse feijão aparece sendo vendido no comércio de Maceió, onde muitas vargens são debulhadas na hora da venda.
Pelo que estamos entendendo, porém, a grande aposta para o futuro agrícola dos tabuleiros, além do eucalipto, é a produção de milho e soja. E até existe um modo de pensar que se toda a produção de cana fosse substituída por feijão comum e milho, talvez os preços estivessem sempre ao alcance da pobreza pelo volume produzido anualmente. Mas logo outro raciocínio se contrapõe. Sendo o maior abastecedor de alimentos do mundo, todos esses grãos iriam ser exportados e nós permaneceríamos como antes.
Seja como for, enquanto são investidos milhões pelo governo e particulares na produção de milho e soja na Zona da Mata, continuamos sem o algodão que erguia o sertanejo nos antigos meses de setembro.
Fecharam todas as algodoeiras e nos deixaram apenas às terras exauridas que não produzem mais nada. Nem mandacaru.







OS OLHOS DOS GOVERNOS Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.696 Plantação de ...

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OS OLHOS DOS GOVERNOS
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.696

Plantação de eucalipto. Foto (Agência Alagoas).
Não existe história de Alagoas sem a cana-de-açúcar que csa o senhor-de-engenho a chamar-se usineiro, mas permanecem as extensas propriedades produtoaracterizou os primeiros movimentos agrícolas no estado. E com os engenhos iniciais e a expansão da lavoura canavieira, misturam-se as narrativas escravagistas, nódoa não retirável dos nossos acervos. Modernizando-se o engenho, usina toma conta como nova denominação no fabrico do açúcar. Pasras de cana deixando Alagoas como produtor destaque. Todavia, é sabido que a monocultura não é coisa de muita garantia, uma vez que sempre houve altos e baixos na balança mundial quebrando seus produtores. Os exemplos estão aí por todas as partes com o café, o açúcar e a borracha no Brasil.
A choradeira no campo dos canaviais não é de hoje chegando até a provocar a titulada Guerra dos Mascates.
Visando a diversificação da cultura canavieira, vamos apreciando e apontando novas paisagens nos tabuleiros com o plantio do eucalipto que a exemplo da própria cana-de-açúcar, vai aos poucos se expandindo em outro cenário.
Registramos inúmeras pessoas à margem da pista colhendo feijão-de-corda de enorme área que antes pertencia à cana. Esse feijão aparece sendo vendido no comércio de Maceió, onde muitas vargens são debulhadas na hora da venda.
Pelo que estamos entendendo, porém, a grande aposta para o futuro agrícola dos tabuleiros, além do eucalipto, é a produção de milho e soja. E até existe um modo de pensar que se toda a produção de cana fosse substituída por feijão comum e milho, talvez os preços estivessem sempre ao alcance da pobreza pelo volume produzido anualmente. Mas logo outro raciocínio se contrapõe. Sendo o maior abastecedor de alimentos do mundo, todos esses grãos iriam ser exportados e nós permaneceríamos como antes.
Seja como for, enquanto são investidos milhões pelo governo e particulares na produção de milho e soja na Zona da Mata, continuamos sem o algodão que erguia o sertanejo nos antigos meses de setembro.
Fecharam todas as algodoeiras e nos deixaram apenas às terras exauridas que não produzem mais nada. Nem mandacaru.