MUTUM NO MOQUÉM ENTENDEU? Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.748 AVE MU...

MUTUM NO MOQUÉM ENTENDEU?
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.748

AVE MUTUM-DE-ALAGOAS. Foto: (IMA).
Com a transformação da escrita, principalmente nesses tempos modernos, muita gente jovem engole calada ou mergulha na pesquisa de palavras quase em desuso. Uma delas voltou com tudo em Alagoas e no Brasil, nos últimos dias. A outra faz parte de algumas comunidades quilombolas, mas no geral está praticamente esquecida. São elas: mutum e moquém. Em nossa infância quando alguém falava em mutum quase sempre era para rimar. A mesma coisa acontecia com a outra palavra. Havia na época até uma piada de putaria que circulava entre os adolescentes. Um sujeito era fanho (outra palavra de pouco uso) e ouvira o cantador dizer: amanhã eu vou ao Mutum. E o fanho dizia para imitar: amanhã em vou no u... Dum. Entendeu, não é?
Pois bem, o mutum é uma ave que em nosso estado e no Brasil é chamada mutum-de-alagoas. Foi considerada extinta por aqui, pois não se via um mutum na Mata Atlântica de Alagoas há trinta anos. Com a volta de casal trazido do cativeiro, o Pauxi mútu se encontra em viveiro na Usina Utinga, até se adaptar e partir para a natureza. Assim o governador, sexta-feira passada (22) decretou o mutum como ave símbolo de Alagoas. Você deve saber que no caso da Flora, já tínhamos o símbolo do estado que é a craibeira, não é? Pois agora temos os dois o da Flora e da Fauna: Craibeira e Mutum. Bem que isso daria belo tema para um trabalho escolar. Outros dois casais criados em cativeiro também estarão chegando para povoar as nossas matas.
Sobre o moquém, se você ainda não descobriu, é uma antiga cozinha ou uma grelha alta na cozinha que usava lenha para esquentar (moquear) a carne para que ela tivesse maior durabilidade. Essa palavra sempre foi muita usada nas comunidades negras dos quilombolas e nos parece africana. Assim fica mais fácil entender o desafio do título desta crônica. Bem, agora que o título estar entendido como carne moqueada, não quer dizer que iremos capturar o casal de mutum que chegou ao nosso estado para metê-lo na grelha e se deliciar. E se você sabia de tudo, parabéns, está bem informado. E se não sabia, vamos fazer como dizia Camões, segundo o povo: “É morrendo e aprendendo”.


MUTUM NO MOQUÉM ENTENDEU? Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.748 AVE MU...

MUTUM NO MOQUÉM ENTENDEU?

MUTUM NO MOQUÉM ENTENDEU?
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.748

AVE MUTUM-DE-ALAGOAS. Foto: (IMA).
Com a transformação da escrita, principalmente nesses tempos modernos, muita gente jovem engole calada ou mergulha na pesquisa de palavras quase em desuso. Uma delas voltou com tudo em Alagoas e no Brasil, nos últimos dias. A outra faz parte de algumas comunidades quilombolas, mas no geral está praticamente esquecida. São elas: mutum e moquém. Em nossa infância quando alguém falava em mutum quase sempre era para rimar. A mesma coisa acontecia com a outra palavra. Havia na época até uma piada de putaria que circulava entre os adolescentes. Um sujeito era fanho (outra palavra de pouco uso) e ouvira o cantador dizer: amanhã eu vou ao Mutum. E o fanho dizia para imitar: amanhã em vou no u... Dum. Entendeu, não é?
Pois bem, o mutum é uma ave que em nosso estado e no Brasil é chamada mutum-de-alagoas. Foi considerada extinta por aqui, pois não se via um mutum na Mata Atlântica de Alagoas há trinta anos. Com a volta de casal trazido do cativeiro, o Pauxi mútu se encontra em viveiro na Usina Utinga, até se adaptar e partir para a natureza. Assim o governador, sexta-feira passada (22) decretou o mutum como ave símbolo de Alagoas. Você deve saber que no caso da Flora, já tínhamos o símbolo do estado que é a craibeira, não é? Pois agora temos os dois o da Flora e da Fauna: Craibeira e Mutum. Bem que isso daria belo tema para um trabalho escolar. Outros dois casais criados em cativeiro também estarão chegando para povoar as nossas matas.
Sobre o moquém, se você ainda não descobriu, é uma antiga cozinha ou uma grelha alta na cozinha que usava lenha para esquentar (moquear) a carne para que ela tivesse maior durabilidade. Essa palavra sempre foi muita usada nas comunidades negras dos quilombolas e nos parece africana. Assim fica mais fácil entender o desafio do título desta crônica. Bem, agora que o título estar entendido como carne moqueada, não quer dizer que iremos capturar o casal de mutum que chegou ao nosso estado para metê-lo na grelha e se deliciar. E se você sabia de tudo, parabéns, está bem informado. E se não sabia, vamos fazer como dizia Camões, segundo o povo: “É morrendo e aprendendo”.


REALIDADE DA POPULAÇÃO Clerisvaldo B. Chagas, 28 de setembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.747 ARAPIRACA...

REALIDADE DA POPULAÇÃO

REALIDADE DA POPULAÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de setembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.747

ARAPIRACA. Foto (Divulgação).
O meu amigo leitor sabe quais são as nove maiores cidades de cada estado nordestino, tirando as capitais? Caso tenha esquecido, iremos lembrá-lo nessa nova ordem brasileira. Nas últimas décadas as pessoas têm procurado mais as grandes cidades do interior para viver. Esses aglomerados urbanos se modernizam oferecendo quase tudo que se encontra nas capitais, a maioria em regiões litorâneas. Para facilitar sua compreensão, vamos apresentar a maior cidade em cada estado nordestino pela ordem. O número de habitantes de cada uma delas está em número redondo, assim distribuído: a maior de todas as cidades do Nordeste, tirantes as capitais é: Jaboatão dos Guararapes, 695.000 habitantes (Pernambuco). E nos outros estados são as maiores: Feira de Santana, 627.000 habitantes (Bahia); Campina Grande, 407.000 habitantes (Paraíba); Caucaia, 358.000 habitantes (Ceará); Mossoró, 295.000 habitantes (Rio Grande do Norte); Imperatriz, 254.000 habitantes (Maranhão); Arapiraca, 237.000 habitantes (Alagoas); Nossa Senhora do Socorro, 181.000 habitantes (Sergipe); Parnaíba, 150.000 (Piauí).
Visto, então, as cidades acima, podemos dizer que elas são as em cada um dos nove estados nordestinos. Jaboatão dos Guararapes – vencedor entre todos os estados – faz parte da região metropolitana do Recife. É conhecida como Berço da Pátria, por ter sido palco da Batalha dos Guararapes, travada em dois confrontos em 1648 e 1649. Com esse acontecimento, pernambucanos e portugueses expulsaram os invasores holandeses. Por essa luta, em 1989, o município passou a chamar-se Jaboatão dos Guararapes, mas também por outros motivos.
Como se vê, a casa dos 600,000 habitantes é reduzida entre os núcleos interioranos, não passando de apenas duas cidades. Na faixa dos 500.000 habitantes não existe nenhuma. A mais comum é a faixa dos 200.000 habitantes, mas não tão comum assim. Para nós, moradores do Nordeste, uma cidade do interior com mais de 200.000 habitantes, já representa um monumento gerador de empregos, renda e serviços essenciais à população. São elas as preferidas nesse fluxo migratório de início de Século XXI.