HOJE A PORCA TORCE O RABO Clerisvaldo B. Chagas, 6 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.936 As expr...

HOJE A PORCA TORCE O RABO


HOJE A PORCA TORCE O RABO
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.936

As expressões sertanejas: “É hoje que a porca torce o rabo”; “vamos ver quem tem roupa na mochila”; ou “é a hora da onça beber água”, se encaixam muito bem no jogo Brasil X Bélgica. Bem que nos deram dois dias de jejum, da Copa. Esses dois dias foram monótonos sem bola e de anseio por espetáculo. É o reflexo de uma paixão nacional que não respeita fronteiras interestaduais. Movido a futebol, cachaça e sofrimento, vai o brasileiro tentando esquecer golpistas, ladrões e traidores, com os gritos de gol na velha Rússia. Esse desabafo nacionalista tem prosseguimento hoje diante da rica nação belga. E se sair à vitória tão aguardada, pelo menos se alivia o peito por algumas horas, enganando as decepções pátrias.
Continuamos sempre colocando palavras e expressões sertanejas em nossos escritos, tentando não deixar morrer nossos usos e costumes. E quando os sertanejos estão diante da telinha, ansiosos pelo jogo, Maria se aproxima e diz: “Chegou a hora da onça beber água”. Quer dizer, a hora da decisão. José confirma a frase de Maria: “Isso mesmo, hoje saberemos que tem roupa na mochila”, isto é, quem será o mais poderoso, o grande vencedor. E assim, não somente o Sertão de meu Deus, mas também os diversos lugares povoados do Brasil aguardam a hora da bola que poderá trazer satisfação ou desgosto. Quem bebe, começa logo cedo à torcida etílica, quem não bebe vai à pipoca com manteiga.
E por falar em manteiga, chega o sebo. Sebo de carneiro capado, como se diz por aqui, para o Tite passar nas canelas de William. Acelerar mais ainda o nosso “Foguetinho” em cima dos gringos é desejo da galera. Os que não gostam de futebol ficam de cara amarrada e vão cumprir missão de c... de ferro no trabalho. E nós já estamos observando o corre-corre na rua em busca de bebidas nos supermercados ou cadeiras desconfortáveis das mesas de bar. Os automóveis passam com bandeirinhas tremulantes jogando força para o território russo. Bem, da nossa parte não corremos tanto, quem deve correr são eles, os que têm procuração para desbancar os galegos, será? Vamos aguardar  a hora da PORCA TORCER O RABO.

LEMBRANÇAS Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.935 Antigo Ginásio Santana. ...

LEMBRANÇAS


LEMBRANÇAS
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.935
Antigo Ginásio Santana. (Foto: B. Chagas/Livro 230).

Ah, velho Ginásio Santana que tantos bons serviços prestou aos santanenses. Vendo aqui algumas referências sobre professores, vêm passando pela cabeça velhos mestres. O professor Conrado (História) falava muito em Rocha Pombo (grande historiador brasileiro); Ernande Brandão (Matemática, Geografia, História) não esquecia a frase: “E assim sucessivamente”; Maria Eunice (Francês) mandava a gente fazer um biquinho na pronúncia; Dona Déa (Desenho), a mulher dos triângulos: equilátero, isóscele e escaleno, dizia diante do nosso “não entendi”: “Estou com tanta pena do senhor...”; Alberto Agra (Geografia): “Ninguém pode servir a dois senhores”; Antônio Dias (Porrtuguês): “Errar duas vezes é diabólico”; José Pinto Araújo (Geografia) sempre falando da “ponta Seixas, no Cabo Branco, na Paraíba”; Genival Copinho (Matemática) deixou-nos o tal Crivo de Erastóstenes; e o padre Cirilo (Latim), rindo animadamente conosco porque só entendíamos do seu Latim, a palavra: puella, puella, puella... Aliás, do Latim, dizíamos nós, morrendo de rir: - Latinhorum é difiçorum, quem num filorum num passorum.
O velho casarão sofreu um mostruário intenso de pinturas, desde a sua fundação para ser hospital. Todos os dirigentes, entretanto, sempre tiveram preocupação com sua arquitetura original, como prédio ocioso, quartel de batalhão e escola. É um dos edifícios mais bonitos e elegantes de Santana do Ipanema e que guarda no seu bojo, inúmeras histórias de cangaceiros, volantes e escolares que jamais o tempo destruirá. Situado no Bairro Monumento, faz parte do quarteto patrimonial histórico da cidade, em uma curta área onde estão: Tênis Club Santanense, Escola Estadual Padre Francisco Correia e Igrejinha/monumento a Nossa Senhora da Assunção.
O mais velho do quarteto arquitetônico é a igrejinha/monumento, construída pelo, então, padre Capitulino, no ano de 1899, como marco de passagem do século XIX para o século XX. O padre Manuel Capitulino de Carvalho, também foi político e intendente de Santana do Ipanema – ainda no tempo de vila – chegando a ser governador interino. Era natural da cidade ribeirinha de Piaçabuçu e foi ele quem promoveu Santana/vila a Santana/cidade no breve espaço de tempo em que substituiu o governador Fernandes Lima.
Ô, VIDA “MARVADA!”.


CORURIPE E JEQUIÁ PASSAM QUIN AU Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.934 ...

CORURIPE E JEQUIÁ PASSAM QUINAU


CORURIPE E JEQUIÁ PASSAM QUINAU
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.934

CORURIPE. (FOTO: TURISMO/DIVULGAÇÃO).
Muito interessante para o nosso estado, a divulgação de um estudo pela Federação da Indústria do Rio de Janeiro – FIRJAN. De acordo com esse estudo, já divulgado, o município de Coruripe, com balneário marítimo importante, saiu-se muito bem. Situado a 85 km de Maceió, foi o primeiro colocado em IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), com a pontuação de 0,7731, considerada alta. Esse índice corresponde ao ano de 2018 e, no ano passado, Coruripe obteve o segundo lugar entre os 102 municípios alagoanos. O índice apura dados sobre saúde, educação básica, mortalidade infantil, taxa de emprego e renda média dos trabalhadores. Coruripe alcançou 0,8410 em educação e 0,8114 em saúde, ficando com 0,6668 em emprego e renda.
O IFDM varia de 0 (mínimo) a 1 (máximo).
O estudo revela ainda que Jequiá da Praia, também no litoral Sul, aparece em segundo lugar, com o índice 0,7161. O município de Teotônio Vilela com 0,6980 e Arapiraca em quarto lugar com 0,6918. Ano passado, Jequiá era o primeiro do ranking. Maceió ficou em quinto lugar com 0,6918.
E para nossa tristeza do Sertão, Mata Grande surge como último lugar com 0,4801 e ainda Jacaré dos Homens com 0,4901, penúltimo lugar.
O município de Coruripe é famoso pelo seu balneário, pelas imensas plantações de coqueiros, dunas, farol e até mesmo pelo rio Coruripe. Quem não já ouviu falar nos povoados Lagoa do Pau, Miaí de Baixo, Miaí de Cima e Colônia Pindorama?
Jequiá da Praia, por sua vez, é pequeno, mas tem os mais variados desenhos geográficos em seu litoral, chamado litoral Sul, em relação a Maceió. Seja no litoral, seja no Sertão, é sim motivo de satisfação intensa pelos níveis alcançados. Mesmo os municípios sertanejos de Mata Grande e Jacaré dos Homens, alcançando índices fracos, acreditamos na superação das marcas como já aconteceu com outros territórios.
Medir os índices quase sempre é positivo porque a comparação estimula a concorrência pelo melhor.
Cartas da mesa.