AS OBRAS COXAS DO BRASIL Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.939 MAQUETA. ...

AS OBRAS COXAS DO BRASIL


AS OBRAS COXAS DO BRASIL
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.939
MAQUETA. (Agência Alagoas)

Segundo os “caneiros” do meu bairro, o Brasil continua sendo o país da fuleiragem. É mundo enorme de obras paradas e quando recomeçam param de novo. Uma típica brincadeira de país sem moral, sem o menor respeito ao cidadão honesto e trabalhador. Essas obras inacabadas estão à mostra em todos os lugares, acintosamente, chamando o povo de banquelo, besta e bundão. Isso vai desde o minúsculo município que se conhece até o requinte das grandes metrópoles, infelizmente.  E quando sai alguma coisa concreta do meio da mediocridade, ainda pedimos parabéns e batemos palmas com se a solução fosse unicamente àquela. Tiremos apenas uma amostra para a vitrina do descaso.
Uma obra de suma importância para a capital, Maceió, como o trevo rodoviário da Polícia Rodoviária, no Tabuleiro, após anos e anos de esperança, teve seus “trecos” embargados. Como é que uma obra com verba federal e de tamanha responsabilidade seja entregue a uma firma que não zela pela segurança dos funcionários e dos transeuntes? Brasil entregue a golpistas e corruptos, (vejam as denúncias todos os dias) não pode dar certo nem hoje e nem nunca. Dobra o transtorno da população maceioense, em especial os usuários de veículos e o trânsito pesado. O cão continua chupando manga na esquina da tolerância.
"Entendemos que uma intervenção dessa natureza pode gerar reclamação em parte da população, que não vê a hora de a obra estar concluída. Contudo, devemos nos lembrar que o trabalho deve agregar valor a toda sociedade na qual ele está inserido - e um acidente de trabalho, ao contrário, só traz prejuízo: prejuízo para a construtora, que tem sua carga tributária elevada e enfrentará processos judiciais; prejuízo para a família,  entra tanto o abalo financeiro quanto psicológico; e prejuízo para a sociedade, pois será mais um benefício do INSS pago pelos cofres públicos", apontou o auditor Fiscal do Trabalho Alexandre Sabino. (GazetaWeb).
E você, Zé Trabalhador, cidadão contribuinte, o que acha disso?

RABO-DE-ONÇA Clerisvaldo B. Chagas, 10 de julho de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.938 RABO-DE-ONÇA. (FOTO: ...

RABO-DE-ONÇA


RABO-DE-ONÇA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.938
RABO-DE-ONÇA. (FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS).

O rabo abana, Zé, mas atrapalha. E as diversas fontes procuradas não colocam hífen no rabo da onça. Para que rabo de onça quer hífen, “primo véi?”. Taí, então, rabo sem os pestes dos traços. Vamos mergulhando no Sertão de Conselheiro, padre Cícero, Gonzaga, Jesus e nosso. É muito espinho para um lugar só: Mandacaru, facheiro, xique-xique, alastrado, coroa-de-frade, favela, rasga-beiço, unha-de-gato, rabo-de-raposa e o rabo-de-onça. Mas o rabo-de-onça que falamos é um pequeno cacto ornamental. E assim, vamos à nova regra ortográfica: “O acordo regularizou o uso do hífen na grafia de todas as palavras que indicam espécies de plantas ou animais”. Acabemos a dúvida e coloquemos os benditos hífens.
O rabo-de-raposa, adulto, não serve para jardim pequeno; cresce muito e se esgalha demais. Já o rabo-de-onça, serve muito bem para ornamentar jardins caseiros e lugares de entrada da casa. É pequeno, roliço e farto de espinhos. O seu charme são os diversos tipos de florzinhas roxas que fazem o contraste com o seu verde bastante escuro. Cabe em qualquer lugar. Pessoas usam o rabo apenas como enfeite, mas outras ainda aproveitam para se defender de possíveis demandas, assim como usam a coroa-de-frade. Alegam que o mal chegado não penetra na casa porque se engancha nos seus espinhos. É preciso, porém, cuidado em dobro se a casa tiver criança pequena. Mas que a planta é linda, não há dúvidas.
Assim é o nosso Sertão repleto de riquezas e pouco valorizado pelas autoridades. Imenso laboratório a céu aberto que não despertou ainda o olhar distante da grande maioria de escolas. E se no Nordeste nascesse mais cem Luís Gonzaga, ainda não cantariam nem um quarto dos nossos magníficos sertões. É andando pelas trilhas, em tempo de inverno, que a caatinga desabrocha em toda plenitude. E o bom observador vai passando os olhos nos lombos e na periferia dos lajeiros onde estão os pequenos cactos que embelezam a mata. Nocivo, porém, o ato desembestado de extrair para venda e ajudar assim a extinção das espécies.








O CACHIMBO DA SERRA Clerisvaldo B. Chagas, 9 de julho de 2018 Escrito r Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.937 Serra do Poço ...

O CACHIMBO DA SERRA


O CACHIMBO DA SERRA
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de julho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.937
Serra do Poço Cachimbando. (Foto: Clerisvaldo B. Chagas).
Sertão velho de guerra fazendo uma frieza danada, neste mês de julho. As chuvas têm sido poucas e desiguais. Parece até que o inverno veio adiantado e vai se arrastando até agosto. Os órgãos noticiosos, não acompanham o tempo diariamente no Sertão, de modo que não se pode falar por um todo. E se está ruim na pluviosidade esperada, parece que vai ser bom para a Festa da Juventude e para os festejos da Padroeira, Senhora Santana. Hotéis e pousadas lotados ou quase, o mês parece garantir uma boa trégua para os eventos que atraem pessoas de todos os lugares de Alagoas e de vários outros estados.
Mas no caso da umidade do ar, parece até que estamos na Borborema. Nessas ocasiões o sertanejo mira as serras e os serrotes tentando adivinhar se as poucas chuvas continuam  ou haverá estiagem nos próximos dias. Foi criada a expressão: “serra cachimbando”. Isso quer dizer que está havendo neblina naquelas elevações. Mas ainda tem mais sabedoria matuta e popular deixada pelos nossos avós. Se a neblina estiver acontecendo na parte superior da serra, os próximos dias serão secos. Mas se a névoa estiver acontecendo somente no pé do monte, as chuvas terão continuidade. Flagramos ontem a serra do Poço nessa situação do cachimbar, a partir da região do Centro Bíblico. Aliás, o tempo tem formado belas imagens para o bom observador.
Já estamos no segundo semestre. Mês de julho é mês de frio em nosso Sertão, mas Santana do Ipanema, com sua altitude modesta, não promove festival de inverno ou coisa parecida. Isso fica para Água Branca, lá nas alturas, comadre; ou mesmo em Mar Vermelho, coisas que surgem como maravilhosos eventos. Mesmo assim pipocam festas por todos os lugares com frio ou sem frio, com chuva ou sem chuva. Assim temos festa em Dois Riachos, cidade alegre e festeira e a nossa Festa da Juventude quando a urbe não cabe de tanta gente. Em seguida o novenário da Padroeira com a parte religiosa e a banda profana que ornamentam as nossas tradições. A Rainha do Sertão já está agitada com os acontecimentos que virão. Até as escolas entram em recesso para espiar de pertinho o fuzuê gostoso do mês de julho.
Enquanto isso, a SERRA DO POÇO CONTINUA DANADA CACHIMBANDO.