ARROGÂNCIA NO CHÃO Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1960 Óleo sobre tela....

ARROGÂNCIA NO CHÃO


ARROGÂNCIA NO CHÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1960
Óleo sobre tela. (Jacques-Louis Davi).

Se você não se lembra mais das aulas do Colégio, vamos relembrar uma saga impressionante que fica como lição à vaidade, à arrogância,  ao imperialismo que muita gente besta carrega dentro das calças. A impressão que é única no mundo e que derrota não existe. Acreditam até esses indivíduos, que são invencíveis e imortais. Você conhece algum dono do mundo na sua vizinhança? Pois o tal Napoleão Bonaparte, talvez pensasse desta maneira. Não estamos aqui falando da piada sobre a posição que Napoleão perdeu a guerra... Enfim, vejamos se dá para aprender alguma coisa com Napu.
 (...) Napoleão respondeu a essa desobediência invadindo a Rússia em 1812, com um poderoso exército formado por 600 mil homens e 180 mil cavalos.
Inicialmente, os generais franceses foram avançando pela imensidão do território russo no encalço de seus adversários, julgando que os venceriam com facilidade. Os russos, por seu lado evitaram o confronto direto e adotaram a tática da “terra arrasada”: conforme iam se retirando, destruíam as lavouras e tudo aquilo que pudesse ser útil aos invasores. Ao entrarem em Moscou, Napoleão e seus homens tiveram uma surpresa, as casas estavam vazias e a cidade queimava numa imensa fogueira feita pelos próprios russos.
O czar russo, Alexandre I sabia que era uma questão de tempo. Dali a um mês chegaria o inverno, o rigoroso inverno russo, que forçaria os franceses a bater em retirada. E foi o que de fato aconteceu. Os franceses iniciaram o longo caminho de volta. Sob uma temperatura de muitos graus abaixo de zero, os soldados morriam de fome e de frio; os cavalos escorregavam no gelo, quebravam as patas e eram sacrificados. Às vezes, serviam como alimento; as rodas das carroças atolavam na neve, retardando a retirada. Os tesouros que os franceses haviam saqueado também iam ficando pelo caminho. Era o “general inverno” vencendo o general francês. Dos 600 mil soldados que partiram para a Rússia, somente 30 mil retornaram aos seus lares na França. O mito da invencibilidade napoleônica havia sido quebrado.
Extraído de: JÚNIOR, Alfredo Boulos. História, sociedade e & cidadania. FTD, São Paulo, 2015, 3a edição, pag.142.

MAIS ASFALTO EM SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.959   FOTO: ...

MAIS ASFALTO EM SANTANA


MAIS ASFALTO EM SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 8 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.959
 
FOTO: JEAN SOUZA
Desde o primeiro anúncio que Santana do Ipanema ganharia 20 km de asfalto urbano que o tempo pareceu infinitamente esticado para a população. Entretanto, agora os meios de comunicação publicam o início das obras a partir dos Bairros Domingos Acácio/Floresta em direção ao Hospital da Cajarana onde também se encontra o Campus da UFAL. 20 km de asfalto equivalem, aproximadamente, ao trajeto Santana – Olho d’Água das Flores. Levando-se em consideração o tamanho das ruas, inúmeras serão beneficiadas, mas essas que terão esse benefício ainda não tiveram seus nomes divulgados. Mesmo assim isso não é nenhum problema, pois o importante é que os trabalhos sejam realizados.
A Prefeitura Municipal mais o Governo do Estado marcam assim um tento merecido e, para nós, independente de política. Não podíamos, como cidade polo, sair eternamente perdendo para inúmeras cidades menores que vem dando banho de piche, melhorando e ornando seus núcleos. É com muito gosto que o visitante passeia por uma cidade limpa, bem asfaltada, sinalizada e bela. Vivemos em tempos de evolução rápida e não podemos ficar dormindo sobre os louros da história. E se hoje somos a Arapiraca do Sertão, precisamos muito mais estrutura para novos e constantes empreendimentos; viadutos e viadutos, longos e pequenos, pontes sobre o Ipanema, novas avenidas, becos e ruas onde a engenharia possa mostrar um novo perfil futurista e seguro.
Asfalto não é mais privilégio para ninguém, mas sim necessidade fremente do ruge-ruge automobilístico do século XXI. Além do conforto para máquinas e condutores, triplicam os valores de imóveis de negócios e residenciais por onde se mudam paisagens. Não falaremos aqui de outras coisas relativas para não estragar a merecida euforia tanto das autoridades quanto das pessoas das ruas que receberão as ações do governo. Mas nesse primeiro momento, o gestor merece sim, receber os parabéns, sem política e sem puxa-saquismo, assim como da crítica quando necessária. Será que depois as comparações serão melhores em relação à cidade A ou B?
Equilíbrio é a senha, gente!

A REVOLUÇÃO E O PADRE Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.958 Execução de ...

A REVOLUÇÃO E O PADRE


A REVOLUÇÃO E O PADRE
Clerisvaldo B. Chagas, 7 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.958
Execução de Frei Caneca. (Por Murillo La Greca).

Falar sobre o padre Francisco José Correia de Albuquerque é coisa prazerosa e melhor ainda seria uma palestra viva sobre ele. Mas, entre tantos atributos do “Santo Padre Francisco”, queremos registrar um vaticínio entre os inúmeros citados pela sua pessoa. O padre Francisco, natural de Penedo, possuía grande força espiritual, semelhante ao padre Cícero do Juazeiro, mas, talvez devido aos escassos meios de comunicação da época, ficou esquecido para as nossas últimas gerações. Quem lê a sua biografia fica extasiado e quase nem acredita na leitura. Fez muito por Santana do Ipanema, sendo o fundador da capela que deu origem à Matriz, introduziu Senhora Santana na região, foi o primeiro pároco, contribuiu para que Santana passasse a povoado freguesia. O padre Francisco ainda foi deputado e conselheiro da província de Alagoas.
Mas voltemos ao vaticínio escolhido. No dia, provável, de 6 de março de 1817, estava o Santo Padre Francisco, diante de multidão em Poço das Trincheiras. No meio do sermão, parou a palavra por alguns instantes, deixando a multidão em suspense. Depois, erguendo a cabeça e retornando à palavra, disse: “Começou uma revolução no Recife”. E de fato, naquele exato momento, tinha início na capital de Pernambuco à chamada Revolução Pernambucana.
A Revolução Pernambucana envolveu religiosos (mais de 60 padres), militares, intelectuais e populares. Durou 75 dias, quando parte do Nordeste ficou independente do Brasil, durante esse período. No fim, o governo central ganhou a guerra, muitos líderes foram condenados à morte, outros anistiados, mas houve ainda muitas desordens e assassinatos. A história exalta, entre outros, a figura de Frei Caneca como herói, tanto da Revolução Pernambucana quanto da Confederação do Equador.
Quanto ao missionário penedense, morreu em 1848, no sítio Casinha, a meia légua de Bezerros, Pernambuco. “Aberta tempos depois sua sepultura, de seus despojos trescalava um cheiro tão suave que excedia ao dos aromas e flores mais fragrantes”.