SANTANA – ÁGUAS BELAS Clerisvaldo B. Chagas, 20 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.967 ÁGUAS BELAS...

SANTANA - ÁGUAS BELAS


SANTANA – ÁGUAS BELAS
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.967
ÁGUAS BELAS. (FOTO: DIVULGAÇÃO).

Em 1938 o progresso andava de gatinhas.  No dia 28 de julho, Santana do Ipanema recebia o senhor Pedro Gaia, proveniente de Palmeira dos Índios, como novo interventor. Havia muito pouca gente na festa, segundo o saudoso escritor, Oscar Silva. Mas, por coincidência, foi naquele mesmo dia que chegou de Piranhas um telegrama dando conta da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove sequazes. A festa que estava morna reanimou-se e passou a ser o maior evento nacional. De repente chegou a Imprensa de quase todo o país com seus repórteres e fotógrafos e mais multidão vinda da própria Alagoas e de estados limítrofes.  E assim começava a administração do senhor Pedro Gaia com o pé direito e prenúncio de bom governo.
Mesmo com as dificuldades da época, o interventor fez a primeira reforma da prefeitura e abriu a estrada para Águas Belas, cidade vizinha do lado pernambucano. Saiu rasgando caminho pela região serrana de Santana até a terra dos índios Fulni-ô ou Carnijós, primeiros habitantes da região. Pedro Gaia reconheceu a importância do intercâmbio entre as duas cidades amigas e bicentenárias. As visitas mútuas entre seus habitantes passaram a ser mais frequentes e refletiam nas feiras semanais de ambas. Quando o time do Ipanema foi criado na década de 50, sempre jogava em Águas Belas, aumentando a amizade entre as duas, a ponto de o torcedor santanense ter todas as despesas pagas pela população daquele lugar.
E se os tempos de Pedro Gaia eram difíceis, não podemos dizer a mesma coisa neste século XXI. Precisamos repensar a nossa política ultrapassada e beneficiar as regiões dos nossos povoados com o asfalto benfeitor. Pedra d’Água dos Alexandre, São Félix e São Raimundo precisam urgente desse benefício. No caso São Félix, o asfalto seria prorrogado até a nossa coirmã Águas Belas que fica apenas a um pulo de Santana do Ipanema. Essas regiões hoje esquecidas abraçariam de vez o progresso e passariam a contribuir muitas vezes mais com os impostos para o município, trazendo melhor qualidade de vida aos seus cidadãos.
Por que Pedro Gaia pode e o século XXI não pode?
Gestores... Pensem na proposta.

 

NÓS E O TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.966   ILUSTRAÇÃO: (BL...

NÓS E O TEMPO


NÓS E O TEMPO
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.966
 
ILUSTRAÇÃO: (BLOG DE ROCHA).
Diz o povo do meu sertão que “mês miou, mês findou”. E para melhor entendimento do praciante, como o sertanejo também diz, é que chegou a primeira quinzena, pronto, o tempo parece correr para o final do mês. Os dias não miaram com o português do analfabeto, mas mearam. E de fato parece que quando a coisa não anda muito bem em nossas vidas, o tempo parece muito devagar e depois acelera a jornada quando chega tal dia 15. Quem vive da agricultura e de um pequeno criatório, fica desanimado e muito mais pobre quando as chuvas não chegam com precisão em nosso semiárido. No sertão nordestino pode-se falar em tudo, porém, o assunto principal naturalmente é o clima que reflete muito bem a doideira do hoje em dia.
O movimento é grande em diversas prefeituras do interior, visando à ajuda do governo central, contra a seca. Nem terminou ainda o nosso período chuvoso e se torna necessário o berro descomunal do homem do campo. É como dizia certo proprietário rural: “No Nordeste estamos sempre começando”. Amealha-se alguma coisa por certo tempo e depois se perde tudo para voltar ao ciclo vicioso que marca o agronegócio do pequeno. Mas nem todos conseguem persistir na resistência e migram. Migram para bem longe da terra natal, dando adeus à terra que lhe deu à luz. Tenta-se em outro canto conquistar a dignidade que as terras e os senhores da terra não quiseram dar. É assim que se ouve uma triste partida silenciosa e sem a melodia do Rei do Baião.
E volta-se à triste e necessária política do caminhão–pipa, tristeza para o Jeca, felicidade para o político viciado que esfrega as mãos com o contentamento da seca que lhe arranja escravos. A água mistura-se a humilhação diária, mata a sede, mas não anima. O caminhão-pipa não chega com o charque, o açúcar, a proteína... Nem a saúde combalida de velhos, crianças e adultos que batem com o desengano nos pratos lisos. Agosto “miou”, um miado gigante que destroça o coração do necessitado. Mas os rios de dinheiro tornam-se riachos para as necessidades da Justiça que procura um aumento do tamanho de um elefante.
Continuamos vivendo uma vida egípcia onde a desumanidade ainda reina nos cetros dos faraós.

SERÁ DIA 22 Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.965 HELENA, PONTO DE E...

SERÁ DIA 22


SERÁ DIA 22
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.965

HELENA, PONTO DE ENCONTRO DO DIA 22 (Foto: livro 230, de B. Chagas).
Agendamos para o dia 22 próximo, o nosso encontro para avaliação do livro “O Boi, a bota e a batina; história completa de Santana do Ipanema”, que foi escrito até 2006. Como escrever documentários da cidade, nunca foi compreendido pelas sucessivas autoridades, a urbe vai ficando sem a sua história real enquanto gasta-se o que não tem com um cantorzinho saído do buraco da onça, somente para fazer zoada na praça. O maior documentário jamais produzido no interior do estado não baterá mais à porta dos donos do poder que têm obrigação de publicar documentos úteis à população e existe verbas aos montes para isso. Sem questionar, estaremos na Escola Estadual Profa. Helena Braga das Chagas, apresentando em vídeo o nosso trabalho dia 22 próximo (quarta-feira) as l9 horas e 30 minutos.
A Escola Helena Braga enviou convites para esse encontro, às escolas, sem exceção, para que seus mestres possam apreciar, questionar e sugerir como publicá-lo. Não somente os professores de Geografia e História estão convidados, mas qualquer pessoa de Santana do Ipanema que esteja interessada em sua história. Após a apresentação e conclusões, será mostrado o “Projeto Resgate do Campo” que terá início no próximo mês de setembro e já possui a parte de gabinete bem adiantada. O nosso projeto é aberto e todos os cidadãos e cidadãs podem se engajar. Como? Indo ao encontro do dia 22 para se inteirar de tudo. Confirme sua presença com o professor Marcello Fausto, coordenador da Escola Helena.
Agradecemos o apoio do diretor e professor Ivanildo Ramalho que deseja uma escola modelo para o Helena e confia que o nosso trabalho no campo seja de qualidade e digna de primeiro mundo. Assim também esperamos o apoio desde o gari ao empresariado santanense e das demais unidades de ensino, Imprensa, pesquisadores e cidadãos comuns. Todos estão convidados para a noite do dia 22 (quarta-feira) às l9 horas e 30 minutos.
“A união faz a força”.