SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
LAMPEÃO, VEADOS E ARTESÃOS Clerisvaldo B. Chagas, 25/26 de novembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.619 O t...
LAMPEÃO,
VEADOS E ARTESÃOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 25/26 de novembro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.619
O
talento está espalhado por todas as partes do mundo. Ele se sobressai no
Nordeste com a arte do fabrico de artigos do couro, isso desde o início da
ocupação pastoril nos sertões, forçadas pela exigência portuguesa. Inúmeras
necessidades dos nativos passaram a depender dos artesãos em todos os tipos de
matéria prima. Os artesãos em couro muito contribuíram fabricando bogós para
armazenar água nas viagens, vestiram os vaqueiros da cabeça aos pés com chapéu,
gibão, luvas, calça, calçados e ainda arreios para as cavalgaduras: selas,
chibatas, cabrestos, rédeas e muito mais. Procuravam-se os melhores que eram
chamados de “Mestres” e faziam jus ao título popular. Mas a arte não morre e
vai varando os tempos cada vez mais robusta no século XXI.
O
couro trabalhado predominava o do boi e do bode. Mas como encomenda especial,
trabalhava-se com a pele do veado que foi rareando nas caatingas com extinção
quase completa. Ele é macio e tem qualidade superior nas mãos dos artífices.
Assim encomendávamos anda nos anos 60/70, alpercatas tipo xô-boi e chapéu de
couro de veado. Nestas eras, ainda dava para se encomendar a própria carne do servo
nas feiras do município de São José da Tapera. Mas tudo foi sumindo e evaporou.
LAMPIÃO, que era exigente na qualidade dos seus trajes, gostava sim de uma
xô-boi de couro de veado, talvez assim como o seu chapéu com enfeites únicos.
Chegamos a usar ainda esse tipo de alpercata que foi substituída pelo sapato “Passo
Doble”.
Alguns
deputados e senadores do Nordeste, chegaram a exibir nas reuniões, essa moda de
alpercata sertaneja de couro de veado feita pelos mestres artesãos nordestinos.
Em Alagoas, deputados e acadêmicos lançavam a moda na capital. Poderíamos
apontar mestres do passado da Rua Antônio Tavares e Travessa, mas que já estão
em outra dimensão. Hoje não sabemos os endereços nem os nomes desses
maravilhosos artistas do couro, mas eles estão espalhados por todo o Sertão e
Sertão do São Francisco. Um grito de encomenda, ligeiro chega à casa de um
mestre.
Infelizmente
o couro dos veados da rua não prestam para sela, chapéu, gibão e alpercata. E o
pior é que mudaram o “E”.
Fazer
o quê?
ARTESÃO DO COURO (FOTO: AUTOR NÃO IDENTIFICADO)
NOVAMENTE A PRAÇA DO TOCO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de novembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.618 Quando ...
NOVAMENTE
A PRAÇA DO TOCO
Clerisvaldo
B. Chagas, 24 de novembro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.618
Quando
o senhor Sebastião Jiló morava ao lado da pracinha, o povo a chamava de “Praça
de Sebastião Jiló”. Tempos depois, o senhor Henaldo Bulhões passou a morar na
casa que antes pertencera a Jiló. Os populares, então renovarem o apelido do
espaço: “Praça do Dr. Henaldo”. Ninguém nunca a chamava pelo seu verdadeiro
nome de batismo: “Praça Emílio de Maia”, deputado palmeirense que muito ajudou à
cidade na era de 40. Sem placa, sem incentivo escolar, já nos anos 60, 70,
ninguém não sabia mais o verdadeiro nome da pracinha. Como o Dr. Henaldo
Bulhões ainda mantém à residência vizinha, seu nome continuava referência do
logradouro até o final do século XX. Até então era a única praça original de
Santana do Ipanema. Sebastião Jiló viera da cidade de Ouro Branco e foi quem
deu esse nome aquela urbe emancipada de Santana. Dr. Henaldo Bulhões fora
prefeito de Santana do Ipanema.
A
“Pracinha do Dr. Henaldo foi completamente descaracterizada em certa gestão
passada. O nome original foi banido da História de Santana e, talvez para
agradar alguém, deram novo título ao espaço reformado. Não queremos dizer que o
lugar ficou mais feio. Ganhou ares modernos, simpáticos e recebeu denominação
de Alberto Nepomuceno Agra. O próprio professor Alberto era contra, assim como
nós, de se retirar nome de obra pública para colocar novos nomes, pois isso
destrói parte da história. O povo passou a chamar o espaço de Praça do Toco
porque havia sido decorada com vários deles. Resultado, nem Alberto, nem
Emílio, só Praça do Toco. Santana não merecia.
Agora
sai a notícia de apreensão de drogas na “Praça do Toco”, isto é, nem os órgãos
informativos respeitam o nome oficial da praça. Talvez seja o caso do Ponte do
Urubu que vai demorar bastante para que a população aprenda corretamente a
apontar os seus logradouros públicos, principalmente os que são mais relevantes
da nossa história e raiz. Inclusive, a rádio pioneira do Sertão alagoano,
situada na Avenida Coronel Lucena, a Correio do Sertão, fica bem defronte a
famigerada “Praça doToco” ou seja, educadamente, Praça Alberto Nepomuceno Agra.
Bons
tempos quando se dizia: “Viva à Pátria e chova arroz!”
Estamos
indo... Mas não para a “Praça do Toco”.
PRAÇA
EMÍLIO DE MAIA EM 2013, AINDA ORIGINAL. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)
SANTANA CAPITAL DO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 23 De novembro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.617 Mais um...
SANTANA
CAPITAL DO SERTÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 23 De novembro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.617
Mais
um grande empreendimento é implantado em Santana do Ipanema e desta vez por
filho da terra retornando ao torrão. Demonstrando sua estrela comercial,
momento em que inúmeras marcas importantes do Brasil estão escolhendo Santana
como base sertaneja para suas filiais, foi inaugurado o Castillo The Bakery, no
humilde Bairro São Vicente, no último sábado dia 20. Trata-se de uma padaria em estilo europeu que
é composta no caso, de padaria, confeitaria, conveniência, restaurante,
quitanda, pizzaria e adega. Assim, os dois bairros, São Vicente e Lagoa do
Junco, vão se agigantando e recebendo empreendimentos como o Complexo da
Justiça, hotel de luxo, condomínios de alto nível, importantíssimas prestadoras
de serviços, escolas, repartições públicas diversas, igrejas e pavimentações.
Prestigiando
a inauguração do Castillo, diversas autoridades santanenses, entre elas a
própria prefeita Christiane Bulhões, secretária de governo e ex-prefeita
Renilde Bulhões, vereadores e várias outras autoridades. O empresário Carlos
Rocha que também é chefe de cozinha, está investindo 1,5 milhão e que gerou
mais de 10 empregos. Experiente e viajado, o empresário aposta na cidade e no
Bairro São Vicente que sempre marcou o itinerário Santana – Povoado São Félix e
possui um marco de passagem do século XX para o Século XXI, o belíssimo
Santuário de N.S. de Guadalupe. Além do Abrigo de Idosos na mesma via
vicentina. Tudo isso à margem esquerda da BR-316, saída de Santana rumo à
capital.
Assim,
o Bakery, funcionando das seis à meia-noite, torna-se uma poderosa opção no
conceito padaria, panificação, diversifica e expande a gastronomia
internacional e local na terra de Santa Ana. A priori, estamos bem servidos no
ramo, notadamente pelos serviços básicos das panificações. No Centro e nos bairros é boa a concorrência
que leva sempre ao questionamento do preço e da qualidade. Boas novas no ramo
são bem vindas e fazem lembrar a Padaria Royal, do saudoso Raimundo Melo, no Centro
de Santana do Ipanema, uma das mais antigas da cidade. A Padaria Royal
costumava brindar a sua clientela todos os finais de ano com um pão tipo
Recife, em forma de jacaré.
A
Capital do Sertão, merece.
(FOTO:
ARMAZÉM DOS PÃES)

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.