LAMPIÃO – XÒ-BOI – ALAGOAS Clerisvaldo B. Chagas, 21 de maio de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.050   Lampiã...

 

LAMPIÃO – XÒ-BOI – ALAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 21 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.050

 



Lampião e seus cabras, eu e meus colegas sertanejos, usávamos sim, o tipo de Alpercata da época denominada XÔ-BOI, mas daí a apontar sempre Lampião por tudo que parecia  fazer  há uma grande diferença.  Não existe uma pesquisa profunda falando sobre quem inventou a “percata” XÔ-BOI e se existe, desconhecemos. Não há no mundo quem conte a quantidade de artesãos sapateiros no Nordeste do tempo do cangaço. Também se produzia no Sertão vários tipos de calçados como sapatos, chinelos, sandália de dedo, de sola, tamanco de pau e a “percata” XÔ-BOI. Ela é fechada de couro nas laterais do pé, deixa os dedos a descobertos e possui uma reata na parte de trás para prender ao alto do calcanhar. Fazia-se a alpercata tipo XÔ-BOI principalmente, de sola e de couro de bode e de couro de veado. O couro de veado permitia mais maciez e cor agradável, sendo um pouco mais cara. O último artesão a fazer este tipo de alpercata de couro de veado, em Santana do Ipanema, foi o sapateiro Nô Marcolino, na Rua Pedro Brandão, Bairro da Camoxinga.

Pois a surpresa do sucesso de vendas em pleno Século XX de alpercatas XÔ-BOI em Alagoas é a nova moda calçadeira. É gratificante a exaltação à moda sertaneja geral e do cangaço das caatingas. A foto mostra os novos desenhos dos modernos calçados que antes era liso, sem cores e, no máximo, furos desenhados no couro. Vários parlamentares nos anos sessenta, frequentaram a Assembleia Legislativa Estadual de paletó e “percata” XÔ-BOI.

Portanto, os compradores do estado e turistas, que estão dando preferência a nossa alpercata cangaceira e caatingueira, estão de parabéns pela escolha autêntica nordestina. Lógico que essas coisas relevantes para nosso comércio, moda e economia, deixam de ganhar destaque nos jornais noticiosos que procuram preferência de tragédias e carnificinas. Mas, aqui, acolá vamos apurando a vista para as notícias menores e sem destaques. A citada alpercata, quando bem-feita para não fazer calo, protege bem os pés e dá firmeza ao usuário. Assim vamos apresentando mais uma curiosidade sertaneja do mundo encantado do interior.

Espero que tenha gostado.

Viva o Sertão alagoano!

ALPERCATAS XÓ-BOI NO MERCADO ARTESANAL DE MACEIÓ. (FOTO: TAUANE RODRIGUES).

  A VERTENTE DA PREFEITA Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3. 049   Cada admi...

 

A VERTENTE DA PREFEITA

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 049

 



Cada administrador já sabe antecipadamente as obras que terão prioridade na sua gestão. Mas também recebem influências de seus auxiliares ou de outras fontes. Queremos dizer com isso que um administrador pode ter diferentes tendência do anterior ou do próximo.  No caso, o asfaltamento da cidade de Santana do Ipanema, até a represa recentemente construída no riacho João Gomes, é de fato uma excelente jogada da prefeita Christiane Bulhões.  O trecho cidade/represa, representa um antigo atalho para atingir a cidade de Carneiros e Senador Rui Palmeira, se bem que da represa em diante, continuará estrada/atalho de terra. Além de beneficiar o trecho asfaltado, irá beneficiar também todos aqueles sítios rurais banhados pela represa e influenciados pelo riacho João Gomes.

 Além do exposto, os beneficiamentos sobre agricultura, pecuária, pesca, apicultura, transportes com escoamento rápido da produção e o encurtamento de distâncias, poderá germinar um turismo de resultado com altíssimo nível de planejamento sobre o quarteto irmanado: Reserva Ambiental, Igrejinha das Tocaias, Represa e Santuário com imagem sacra maior do mundo. Para isso precisa também que na saída do asfalto da cidade, seja bifurcado em mais oitocentos metros para interligar os dois primeiros aos outros dois destinos turísticos. Em nossa visão, prioridades seriam o asfaltamento para acesso aos povoados, São Félix e Pedra d’Água dos Alexandre. Porém, como diz o título dessa crônica, cada gestor tem sua vertente e, a prioridade de desenvolvimento Sul do município, é a vertente da prefeita Christiane Bulhões.

Consegui informações sobre as duas nascentes do riacho João Gomes, porém, não consegui os nomes de todos os sítios rurais banhados pela Represa e nem o percurso total do riacho sítio a sítio, das nascentes à foz, no rio Ipanema. As nascentes foram localizadas no sítio Serrote da Furna e em outro lugar do município vizinho, Carneiros. Por sinal, há mais de 20 anos notávamos as terras mais altas e a fertilidade do solo avermelhado de Carneiros. Quanto à foz do riacho, está localizada no sítio Barra do João Gomes. (Barra, foz, desaguadouro), não tão longe assim da AL-120, cortada pelo mesmo curso d’água acima. Na foto de B. Chagas, abaixo, Igrejinha das Tocaias, ponto turístico religioso.

  MUSEU THÉO BRANDÃO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.048   Situado na Ave...

 

MUSEU THÉO BRANDÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.048

 



Situado na Avenida da Paz, o belíssimo casarão, hoje Museu Théo Brandão, em Maceió, nunca deixou de chamar atenção de quem passa por ali.

“O primeiro proprietário, Eduardo Ferreira Santos, construiu o imóvel, a década de 1930 e, em seguida vendeu a Artur Machado, que logo cuidou de reformá-lo.  Sua arquitetura eclética, teve a decoração acrescida por novos elementos por dois esmerados artesãos portugueses. Provavelmente foi dessa época o acréscimo das varandas encimadas por cúpula de inspiração mourisca que deram um nova e sofisticada feição ao prédio. Logo a residência passou a ser conhecida por Palacete dos Machado.

Depois de outras ocupações, o imóvel foi adquirido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para servir de residência universitária feminina e, em seguida, sede do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, reunindo expressivo acervo da cultura popular nordestina.

A mais recente restauração, concluída em 2001, recuperou parte da decoração da fachada, da pintura original da entrada e as grades que contornavam o pátio, perdidas em reformas anteriores, foram recompostas fazendo alusão á tipologia do museu, com desenhos folclóricos concebidos pelo artista plástico Getúlio Mota.

Como a edificação, em suas diversas ocupações, perdera algumas divisórias e características ornamentais no interior, a montagem do circuito privilegiou principalmente as peças em exposição, com uma instalação atraente, rica em cores, fotografias e informações”.

(Fonte: Compilado de Alagoas Memorável, Patrimônio Arquitetônico).

Não se pode negar a beleza exposta de dezenas e dezenas de edifícios de Maceió, de época de cultura e fastígio. Infelizmente o fenômeno atinge todo o território brasileiro, quando as mudanças de épocas, por inúmeros motivos, deixaram os casarões a mercê do tempo. Muitos proprietários faleceram e, os familiares ou não tiveram interesse na manutenção ou não dispuseram mais de condições financeiras. A decadência, o saudosismo e as lamentações, reinam sobre os restos mortais daquela rica arquitetura.

MUSEU THÉO BRANDÃO.