A ONU SE DEBATE (Clerisvaldo B. Chagas. 25.2.2010) BLOG DO AUTOR: http://clerisvaldobchagas.blogsopt.com/ Enquanto o pai de família trata...

A ONU SE DEBATE

A ONU SE DEBATE

(Clerisvaldo B. Chagas. 25.2.2010)

Enquanto o pai de família trata todos os filhos por igual, é um bom pai. Quando sua atenção volta-se apenas para a minoria, a sua função de dirigente está comprometida.
A OEA foi criada após a Segunda Grande Guerra, para minorar as tensões e evitar conflitos. Afinal de contas, os homens são apontados como negros, brancos e amarelos e não simplesmente como homens, criaturas de Deus, filhos de um mesmo criador. Se existe desentendimento entre os mesmos matizes, quanto mais em cores diferentes. Além desses desencontros gerais, existem milhares de outros que nem caberiam em lista longa e caprichada. E se os desvelos iniciam dentro de casa, imaginemos os olhares enviesados das nações. É muito mais fácil haver confrontos entre os povos do que se imagina. Basta citar um dos inúmeros embates desde o início da civilização: a força romana invadindo o norte da África. Seus ataques a Cartago seguiam carregados de inveja pela prosperidade daquele povo africano. Foi ali que as mulheres cartaginesas cortaram suas tranças para transformá-las em cordas de arcos guerreiros. Atualmente a Índia já advertiu ao Brasil que são parceiros como emergentes, mas que ela continua na concorrência. Recentemente o Brasil ganhou na OMC, o caso do algodão com os Estados Unidos. Assim, as divergências entre homens e nações continuarão até o fim dos tempos, segundo anunciou a mãe do Cristo.
A ONU – Organização das Nações Unidas, procura administrar o globo com a mesma estrutura dos tempos da criação. Na teoria, foi feita para todos, na prática é para atender aos interesses dos que fazem o Conselho Permanente como Estados Unidos, Rússia, China, França... Sobretudo aos do primeiro. Mas ninguém fala nada. Foi preciso que o presidente Lula dissesse a verdade lá no México. Verdade essa que dirigente nenhum teve coragem de dizer. O representante brasileiro foi bastante corajoso no seu pronunciamento. Há muito falávamos sobre esse vício e covardia da ONU, mas as nossas palavras nem sequer chegam por lá. São muitos os ilustres do mundo. Mesmo quando dizíamos que a ordem mundial (que os livros de Geografia e História chamam de Nova Ordem Mundial) está superada. Uma ordem mais recente está surgindo e mostrou a sua face definitiva com as reuniões do G20. Dissemos também em crônica sobre o decreto de morte do G8, nessa revolução que só os desatentos não percebem.
O presidente Lula falou bonito e grosso. Muito proveitoso também seus pronunciamentos no México ao lado de Felipe Calderón. Ou a ONU amplia o seu Conselho Permanente com sangue novo ou tudo estará perdido. Depois de Lula, outros líderes mundiais ganharão coragem e falarão palavras semelhantes. Segundo o sertanejo, por onde passa um boi passa uma boiada. Por enquanto, um touro peitou o aramado carcomido. Os grandes escorregam, os emergentes fungam e A ONU SE DEBATE.




A DANÇA DAS AMÉRICAS (Clerisvaldo B. Chagas. 24.2.2010) BLOG DO AUTOR: http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/ A imprensa brasileira, pel...

A DANÇA DAS AMÉRICAS

A DANÇA DAS AMÉRICAS

(Clerisvaldo B. Chagas. 24.2.2010)

A imprensa brasileira, pelo menos, não nos pareceu interessada sobre a reunião de Cancún. Nesse balneário do caribe mexicano, estiveram presentes 25 chefes de estados latinos e caribenhos. Visando integrar as duas regiões, América Latina e Central, a chamada cúpula do grupo do Rio parecia discreta. Como os escândalos sempre estão em lugar de evidência, breve discussão entre Chávez e Uribe ganhou os jornais do mundo inteiro. Todos os objetivos simples e profundos, vão por terra perante a velha prática chavista de provocar. Isso lembra a família que reúne seus membros para uma confraternização e briga na hora da merenda. Querer os países, do México ao Chile, sem a presença dos Estados Unidos e seu apêndice o Canadá, não é tarefa muito fácil. Acostumados a mandar e a desmandar abaixo das suas fronteiras, os Estados Unidos não vão querer largar o suculento pernil. Como latinos do Sul e caribenhos sempre foram desunidos, não enxergamos em médio prazo essa independência sem estrutura interna regional.
Quanto ao caso das Malvinas, louvável foi a decisão unânime de apoio a Argentina. Entretanto, Os Estados Unidos, mesmo com a decisão da cúpula do grupo do Rio, jamais deixarão de apoiar a Inglaterra, sua sombra desde a Segunda Guerra Mundial. Foram os americanos que deram apoio logístico ao país europeu contra a nação do seu continente. E voltando ao assunto primordial da integração, é possível porque tudo no mundo é possível, mas não com o povo oprimido nas ditaduras disfarçadas de alguns chefes regionalistas. A tradição do caudilhismo ainda é resistente nos países menos desenvolvidos que integram o Hemisfério Sul. Esse negócio de esquerda e direita parece marcha de soldado em parada militar; representa a roupa cafona de certa apresentadora de televisão da Globo. Não faz mais sucesso. O que continua mesmo em cartaz é a sede de poder. A imitação barata e empinada do Imperador Pedro I.
Na América Latina, com toda razão, Álvaro Uribe deixou as nações vizinhas arrepiadas quando permitiu a instalação de bases americanas em seu território. Todos conhecem a insaciabilidade do Tio Sam. Entretanto isso não é motivo de provocações para nações que se dizem irmanadas no destino de ex-colônias. O fracassado e insano presidente da Venezuela tem o parafuso frouxo característico dos malucos que dão trabalho. Não tendo capacidade de bem governar o seu povo, navega com palavras em águas turbulentas geradoras de intrigas. Pelos nossos acompanhamentos seus dias estão contados. Se não cair pelo americano deve cair cedo ou tarde por revolta popular. Admirador de Fidel Castro, também quer se perpetuar no poder, sem a roupa de Fidel. Com Chávez ou sem Chávez, positiva se torna uma América Latina libertária, mas sem revanchismos idiotas que não levam a nada. Quem irá fazer a verdadeira revolução dessas nações, serão estudantes e intelectuais de todos os países. É por isso que a Educação é o maior bem de um povo, porque é com ela que se conquistam todos os outros benefícios. Sejamos mais um nesse objetivo de integração e não apenas espectador contemplando a nervosa DANÇA DAS AMÉRICAS.

O JEGUE DE BANDA MEL (CLERISVALDO B. CHAGAS. 23.2.2010) BLOG DO AUTOR: http://clerisvaldobchagas.blogspot.com Jumento , jegue, asno, inspe...

O JEGUE DE BANDA MEL

O JEGUE DE BANDA MEL

(CLERISVALDO B. CHAGAS. 23.2.2010)
BLOG DO AUTOR: http://clerisvaldobchagas.blogspot.com

Jumento, jegue, asno, inspetor, babau... Despontou no mundo desde a chamada pré-história. É originário da Abissínia, país africano localizado no chifre da África, cuja capital é Adis-Abeba. A Abissínia é considerada por muitos como o país mais antigo do mundo e berço do homem mais moderno. A língua oficial desse país do oeste africano é o Amárico. Foi daí que o Equus asinus, ou melhor, o jumento, espalhou-se pela África, Ásia e o planeta inteiro. Aqui no Brasil esse animal de porte médio serviu muito e ainda serve nas regiões rurais, conhecido por várias raças como a Pega (ê) e a Canindé. Possuindo força extraordinária, o jumento é motivo de piadas pelo exagero do órgão sexual, pela teimosia e mesmo pelas aventuras quando em bando selvagem. A ele devemos muito, pois transportou as nossas mercadorias pelos sertões longínquos. No caso particular de Santana, foi o jumento que abasteceu a cidade durante décadas com água do rio Ipanema. Uma dívida impagável ao animal que tem a cruz no lombo. Pelo menos ganhou estátua em praça pública que foi motivo de polêmica entre os insensíveis. O jumento já foi decantado em prosa e versos, por cronistas, historiadores, poetas, escritores, jornalistas, quando alcançou o ápice com o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga.
Não pude deixar de rir quando li o apelo do colega Fábio Campos ao Valter Filho do site Santana Oxente. É que sua crônica “Meus Documentos, Pergunte a Esse Jegue” (título quase imoral), estava na pauta há vários dias e precisava urgentemente ser substituída. O colunista, então, enviou através do mural de recados o seguinte apelo: “Valtinho! Atualize aí minha coluna rapaz! Já enviei outras crônicas. Essa do jegue (de novo?) já está na tela há muito tempo!” Para quem conhece o Fábio Campos, fala mansa e arrastada, conseguiu ver o rosto choroso do colunista e a preocupação estampada no apelo. Ri das duas coisas, do apelo e da redação. Eis que a crônica sobre o jumento foi substituída pela benevolência do Valter e surgiu à outra intitulada: ”A Ressaca do Carnaval de Banda Mel”. Diverti-me mais uma vez à custa de meu amigo. Como um teatrólogo, ele tangia o jegue de cena e entrava o vidraceiro “Banda Mel”, figura folclórica de Santana do Ipanema. Logo imaginei Banda Mel montado no jegue; tangendo o babau para ocupar o seu lugar; desesperado com a presença do jumento.
Banda Mel tem residência à Praça Frei Damião. Gente muito boa e competente profissional. Mas quando conversa com a lourinha, não tem cristão vivo que aguente. Uma das características do homem magrinho e moreno é falar explicadamente mastigando cada palavra, demonstrando inteligência, educação e conhecimento. Mas é como se sabe, a marvada bota tudo a perder. Todavia, o problema para desenhar a crônica é que Banda Mel não possui jumento algum, pelo menos que eu saiba. Acho que deve ter pegado uma carona no inspetor do meu amigo Fábio Campos. E para distrair a seriedade do cronista, vamos imaginando o vidraceiro bem alegre, paletó e gravata, entrando em cena montado e, o autor da “Ressaca” anunciando com megafone nos bastidores: Atenção senhoras, apresentamos no momento o formidável, o fabuloso, o incrível, o imoral JEGUE DE BANDA MEL.

(NOTA: Friso nosso)