LAMPIÃO, UM RAIO DE PERIGOSO Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2011     Como foi prometido, estamos dando notícias dos nossos arquivos...

LAMPIÃO, UM RAIO DE PERIGOSO

LAMPIÃO, UM RAIO DE PERIGOSO
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2011

    Como foi prometido, estamos dando notícias dos nossos arquivos sobre Virgulino. Livramo-nos de quase toda pilha de papéis velhos, mas conseguimos deixar em ordem os trabalhos, já em fase de revisão, ajustes e acabamentos. Esses trabalhos não são dirigidos às ações de Virgulino. Eles são um mapa cronológico das caminhadas de Lampião em sete estados do Nordeste. Esse mapa está baseado nos rastros dos pesquisadores sérios, cujas pesquisas estão espalhadas em diversos livros, revistas, artigos e outros documentos. Essa nossa sequência vai desde a fixação da família Ferreira em Pernambuco até a morte do último cangaceiro. O auge do nosso trabalho é a hecatombe de Angicos, baseada, principalmente no autor Frederico Bezerra Maciel em “Lampião seu tempo e seu reinado” (volume V). Frederico por que nos parece o trabalho mais perfeito de todos, inclusive com a tese do envenenamento. O mérito do nosso trabalho está na organização cronológica ano a ano e quando possível mês a mês, dia a dia e na forma didática de apresentação. A cronologia não são apenas datas frias, mas sempre que precisa, ligeiros comentários do autor para melhor compreensão. A última semana de Virgulino, sobre outros autores, também levam as nossas ligeiras observações para alertar os futuros leitores. O livro ainda traz uma lista de cerca de quinhentos cangaceiros, que também, sempre que possível, indica ao lado os seus destinos. Uma tabela demonstra os nomes de 53 mulheres que fizeram parte do cangaço, juntamente com seus respectivos companheiros de bando. Embora o nome do futuro livro pudesse ser relativo à pesquisa das pesquisas, já está batizado com uma frase sobre o chefe, pronunciada por Labareda, um dos grandes do cangaço: “(...) Quando estava assim era um raio de perigoso”. Portanto, será esse o nome do livro: “Lampião, um raio de perigoso”. Esse trabalho hercúleo que está quase concluído deve-se ao conselho do amigo Antonio Sobrinho que impediu um voo rasante dos papéis.
            Por outro lado, Já estamos trabalhando em parceria com o colega professor Marcelo Fausto, no sentido de juntarmos todos os nossos acervos sobre cangaço, volantes, vultos importantes nas ações cangaceiras em nosso estado e com muitas novidades, ainda, a elaborarmos outro livro que terá o título que falta na história do cangaço, “Lampião em Alagoas”, o mais completo possível no momento. Temos a impressão que ambos os livros estarão prontos para lançamentos entre dezembro e janeiro.
              Também, como foi prometido aos nossos leitores, para a semana de morte de Lampião (28 de julho de 1938) a partir de segunda-feira, publicaremos uma série de cinco crônicas sobre Lampião, escolhidas ou sobre as últimas ações do bando na região de Piranhas. Nada que os “cangaceirólogos” não saibam, mas narradas em crônicas, trazem um sabor novo. Agora é mergulhar fundo nessa fase mais urgente de lapidação para trazer aos aficionados “LAMPIÃO UM RAIO DE PERIGOSO”.

JUAZEIRO DO NORTE Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2011 Ainda não deixamos de admirar a cidade de Juazeiro do Norte, região peculia...

JUAZEIRO DO NORTE



JUAZEIRO DO NORTE
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de julho de 2011

Ainda não deixamos de admirar a cidade de Juazeiro do Norte, região peculiar do Brasil de tantas tradições. Para quem gosta de pesquisas, um dia só em Juazeiro não permite nem iniciar os seus trabalhos diante da diversidade do vale do Cariri. Geografia, História, religiosidade, folclore, tradições, surgem formando um centro de estudos a céu aberto, de proporções inesgotáveis. Um mês de permanência no vale, pelo menos dá para sentir o clima místico e de valentia que impregnaram sua história recente de tantos episódios apaixonantes. Os estudos não se concentram apenas na cidade propriamente dita, mas estendem os seus tentáculos para Missão Velha e Barbalha que formam com Juazeiro um tripé indispensável aos visitantes.

“Já você foi sanguinário
                                       Foi um bandido moderno
                                       Não deveria ter ido
                                       Direto para o inferno
                                       Junto com seus aliados
                                       Pra queimar no forno eterno?

Seu padre, o senhor já sabe
                                       Que o cangaço foi meu dom
                                       No dialeto das armas
                                       Precisei conversar com
                                       Quem desejava o meu fim
                                           Mas tive o meu lado bom!”

             O comércio continua sendo arrojado no Juazeiro do Norte, juntamente com uma romaria intensa no turismo religioso. Hoje, com metrô e aeroporto, vão-se unindo o antigo e o moderno, com gosto para todos que resolvem fazer umas andanças pelas terras misteriosas. Juazeiro passou para o terceiro lugar em polo calçadista do Brasil. Seu parque ecológico e seus deslumbrantes cenários conquistam mais adeptos do turismo aventura, facilitado pela rede de transportes. Pelas ruas do tripé ainda é possível encontrar cantadores de viola, retratistas, emboladores, restauradores, vendedores de ouro, cordelistas, zabumbeiros, cantores bregas e mesmo gente da fala trincada, que são os estrangeiros.
             São quase obrigatórias as visitas ao museu, ao horto, à estátua do padre Cícero e à igreja de Nossa Senhora das Dores, onde assoberbam histórias e mais histórias de um passado empolgante e confuso. O pequi é encontrado em quase todos os lugares, fruto oleaginoso e aromático, usado para licores, culinária e fins medicinais. Missas de hora em hora, igrejas lotadas, comércio intenso, fazem do Juazeiro um lugar de concentração durante o ano inteiro. Ninguém se espanta com 100, 150, 200 ônibus de fora estacionados na cidade. Há espaço suficiente para se ganhar dinheiro com tudo que se imagina. É mesmo a “Meca Nordestina” a cidade de JUAZEIRO DO NORTE.
* "Lampião e padre Cícero num debate inteligente" (MOREIRA de Acopiara).










NÃO TEM CERVEJA Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2001              Cai em minhas mãos o livro “Água, Solo & Educação Ambiental”, ...

NÃO TEM CERVEJA

NÃO TEM CERVEJA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de julho de 2001

             Cai em minhas mãos o livro “Água, Solo & Educação Ambiental”, circulando pela Editora da Universidade Federal de Campina Grande. O trabalho é fruto do esforço de um seleto grupo da Universidade, sob a organização de José Otávio Aguiar e João Tertuliano Nepomuceno Agra, alagoano de Santana do Ipanema. José Otávio Aguiar é professor da UA – História e Geografia da UFCG. Graduado em História pela PUC- MG e Doutor em História e Culturas Políticas pela UFMG, atua principalmente nos seguintes temas: História e Natureza, Cultura Indígena, Revolução Francesa e América Latina e História dos Emigrados Napoleônicos Franceses no Brasil e História do Oriente Distante. O livro aborda diversos assuntos de interesses mundiais, nesse momento em que houve o despertar pelo principal componente da vida. O sumário vai mostrando a riqueza do trabalho que, apesar de ser direcionado, inclusive a professores de Ensino Básico, é um livro técnico e profundo, baseado no sistema acadêmico de apresentação. “Preservando a água e a memória também; Experiência de assessoria e pesquisa; A água na atmosfera; A nova gestão de recursos hídricos no Brasil; Água, solo e Educação Ambiental: ações educativas em escolas de Ensino Básico” entre outros títulos internos, são conteúdos produzidos nesse compêndio editado em 1908.
             João Tertuliano é professor da UA – Física do CCT da UFCG. Engenheiro Eletricista pela UPE, Mestre em Ensino de Física e Doutor em Física pela USP e atua nas áreas de Ensino de Física, Divulgação Científica e Física Experimental. Tivemos a honra de recebê-lo em nossa casa, por algumas vezes, ocasião em que Tertuliano nos brindou com várias produções paraibanas. O insigne cientista santanense, falou sobre projetos na fazenda Coqueiros e sua reserva de caatinga, situada na periferia sul de Santana do Ipanema, pertencentes à família Nepomuceno. Preocupado com a cultura da terra, João Tertuliano exulta com as possibilidades de melhoramentos no conjunto cultura/lazer na fazenda Coqueiros.
             O trabalho desenvolvido por Tertuliano faz-nos lembrar de outro santanense, João Francisco das Chagas Neto, sertanejo nordestino, emprestando sua inteligência às pesquisa dos canaviais no Centro-Oeste do Brasil. Um leve aceno de João Neto a vir morar novamente na “Rainha do Sertão”, poderá enriquecer humana e fisicamente o nosso município.
            O livro “Água, Solo & Educação Ambiental”, está na praça. As informações aos nossos jovens e mesmo aos adultos são essenciais para o equilíbrio entre a Natureza e o homem nesse planeta tão desigual. Conheci certa pessoa que dizia não saber a data em que havia bebido água. A paranoia iniciara desde a afirmação de um palestrante que água enferruja. Adepto do álcool bebível, sempre matou a sede com um ou outro tipo de bebida. Ficou triste de verdade em saber que também sem água não tem cachaça, não tem uísque, NÃO TEM CERVEJA.