PROBLEMAS NO COMPUTADOR IMPEDIRAM NOSSAS CRÔNICAS DE QUARTA, QUINTA E SEXTA. PÉ DE OURO Clerisvaldo B. Chagas, 25 de fevereiro de 20...

PÉ DE OURO


PROBLEMAS NO COMPUTADOR IMPEDIRAM NOSSAS CRÔNICAS DE QUARTA, QUINTA E SEXTA.

PÉ DE OURO
Clerisvaldo B. Chagas, 25 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 969

Sem nunca mais ter ido à Igreja, recebo dois convites de casamento, na região de Arapiraca. Ao primeiro não pude comparecer, mas ao segundo, voltei a pisar em solo sagrado com o enlace do jovem Dr. Elton Correia Alves e a senhorita, terapeuta, Juçara Ferreira da Silva. Motivo forte para rever a região agrestina, registrei ali o calor do Sertão e as reclamações dos moradores. Com a Igreja repleta constatamos a tradição católica e o requinte de uma cerimônia inesquecível. Após assinaturas e sessão de fotos, fomos ao “Alevinus Club” onde o anexo do casório cortou a noite até o amanhecer. Ao som de duas bandas, entre elas, “A Marca do Tempo”, os convidados se extasiaram com o esmero que encantava à noite. Minha atenção foi atraída para um casal, ele de meia idade e ela uma trintona que deu um espetáculo à parte, de vigor, classe e habilidade no jogo das canelas. Que mulher do pé ligeiro! Eu que nunca tentei aprender a dançar, compadre, vi o quanto perdi na vida. Depois outros casais mais jovens e mocinhas se contorceram na pista, mas não tinha mais graça. A trintona continuou no comando.
Dia seguinte, fomos ali a certa mansão da família da noiva, almoçar, comer buchada e churrasco de carneiro. Não um carneiro qualquer. Mas um ovino criado com ração especial, inclusive leite condensado. Leite condensado mesmo não, diria a piada do Joãozinho, mas que o senhor Adaízo, dono do quadrúpede, caprichou na dieta do bicho caprichou! E para quem estava longe desses burilados nordestinos, voltar à ativa é quase sempre uma tentação.
Tirei a ferrugem religiosa, festeira e “buchadeira”, porém, bem que gostaria de novamente apreciar aquele gingado brejeiro da mulher do PÉ DE OURO.

CRÔNICA, AMANHÃ, QUARTA.

CRÔNICA, AMANHÃ

CRÔNICA, AMANHÃ, QUARTA.

NEGROS EM SANTANA : INTRODUÇÃO Clerisvaldo B. Chagas, 18 de fevereiro de 2013. Crônica Nº 968 INTRODUÇÃO Situado a 210 qui...

NEGROS EM SANTANA: INTRODUÇÃO



NEGROS EM SANTANA : INTRODUÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de fevereiro de 2013.
Crônica Nº 968

INTRODUÇÃO

Situado a 210 quilômetros de Maceió e a 300 da serra da Barriga, palco de luta do Quilombo dos Palmares, o município foi colonizado pelos arrendatários de terras e sesmeiros descendentes de portugueses. Pelo primeiro documento encontrado sobre Santana do Ipanema, datado de 1771, vê-se claramente que a região sertaneja já estava semeada de proprietários rurais instalados em léguas de terras selvagens que caracterizam o início do povoamento branco. A área era ocupada pelos índios Fulni-ô ou Carnijós que habitavam o território da vizinha Águas Belas, Pernambuco. Os Fulni-ô foram acessíveis àqueles diferentes que chegavam ao Sertão. As raças foram se cruzando, formando o mestiço curiboca, mameluco ou caboclo, sendo esta última, a expressão mais usada até hoje. O caldeamento branco mais índio formou assim um novo tipo humano resistente de pele branca, queimada: o caboclo nordestino.
O gado já havia invadido o Rio dos Currais e as pequenas ribeiras do semiárido alagoano, surgindo à figura destemida do vaqueiro, caboclo tratador do gado por excelência e que ao boi dedicou a sua vida. Foram assim formadas a origem e a descendência do povo santanense com a aristocracia rural branca de sangue português e a coragem bravia dos índios da caatinga.
O objetivo deste trabalho é resgatar na história municipal, comunidades negras como tipos e vestígios afros que por aqui existem ou passaram por essa sociedade tipicamente mameluca. Os Negros em Santana, todavia, possuem um elo que tentamos descobrir com os Quilombos da serra da Barriga. É bem possível que Martinho Rodrigues Gaia, fazendeiro vindo da Bahia, tenha trazido escravos que ajudaram no abrir de picadas até Santana, em 1787, data da fundação da cidade.
Entre 1640 e 1695 (morte de Zumbi) ocorreu o auge e as guerras dos negros refugiados na Barriga. Levando-se em conta a data de 1687 e a chegada de Martinho em Santana, em 1787, apenas 100 anos separariam o espaço entre os acontecimentos.  É de se supor, contudo, que, tanto pela extensão do Quilombo de Zumbi que ia até a foz do rio São Francisco, quantos pelos desertores das várias batalhas com os brancos, tivessem chegado por aqui os primeiros e esporádicos elementos ou representantes da raça negra.  Mas, nem todos os negros fugidos de fazendas iam para Palmares. Alguns, desorientados, procuravam apenas ficar o mais distante possível do patrão. Na realidade, negros por essas bandas já havia muito antes do primeiro documento, 1771. De qualquer modo a influência negra pode ter sido maior do que os vestígios deixados no Município nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Negros em Santana eram tão raros que logo quando surgiram eram apontados com a palavra “negros” à frente do nome: “negro fulano”, “negra beltrana”.
Portanto, não visamos esgotar o assunto “Negros em Santana”, mesmo porque pesquisar é como garimpar e não é raro encontrar o procurado fora do garimpo.