ENGOLIR A BOLA Clerisvaldo B. Chagas, 1º de julho de 2013. Crônica Nº 1044 Fonte: (Rede Globo). Finalmente aconteceu a boa ...

ENGOLIR A BOLA



ENGOLIR A BOLA
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de julho de 2013.
Crônica Nº 1044
Fonte: (Rede Globo).

Finalmente aconteceu a boa oportunidade de afirmação do Brasil no mundo da bola. Estávamos antes, tristonhos, mormente o trabalho lento, frio e longo de Mano Menezes. Como acreditar, numa seleção sem pé nem cabeça? O pessimismo tomava conta do país, até que foi convocado o Felipão, ainda sob a desconfiança do torcedor sob os efeitos bisonhos do time azul e amarelo. Acontece que a estrela do técnico voltou a brilhar trazendo de volta a felicidade para sua gente. O povo nas ruas tocou fogo em muitas questões que espetam a alma do Brasil, mas se não fosse resolvido o caso da seleção futebolística, poderia afetar em muito a quebradeira que se viu às ruas. Entretanto, o negativo pareceu cair no caldeirão mágico para se transformar de repente numa surpresa feliz de riso fácil. Bem antes, o cartaz do torcedor dizia claramente: “Aqui não, Espanha!”. Era uma advertência, irônica, descontraída e objetiva. As cores de brasilidade voltaram a acontecer e os estádios lotados provaram que a paixão pela bola permanece viva. Indiferente ao preço dos ingressos ou a qualquer outra dificuldade, o sofredor do esporte estava presente em todas as capitais dos jogos.
É verdade robusta que a Itália mostrou ao Brasil o mapa da mina. Estava na hora de ser quebrada a sequência feliz da Espanha e seu futebol "tic-tac". Bem que a Itália chegou ao Brasil com um time certinho que dava gosto de se ver. Assanhou-se, depois, não passando do terceiro lugar, mas teve o mérito de mostrar que a sua vizinha da Europa não era imbatível. E a Seleção Brasileira, antes um amontoado de excelentes jogadores, sem esquema definido, foi capaz de absorver o que havia na cabeça de Felipão, rapidamente. Muito melhor de que vencer todas as partidas, foi vencer com segurança, equilíbrio e taticamente correto. Aí nem deu para se pensar em Kaká, Ronaldinho, Robinho e outras feras que ficaram apenas na memória. Felipão foi muito corajoso em não convocar várias monstros do passado e puxar a responsabilidade para si com a garotada que não decepcionou. Todos arrasaram. Aí sim, podemos coroar os festejos juninos com o futebol ainda sob os efeitos das bombas, fogueiras e foguetes de São Pedro. A despedida de junho em grande estilo promete uma Copa de rei no estilo Felipão. Graças a Deus, voltamos a ENGOLIR A BOLA.

GINCANA NO HELENA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2013 Crônica Nº 1043 Com a ideia dos docentes da Escola Estadual Pro...

GINCANA NO HELENA



GINCANA NO HELENA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2013
Crônica Nº 1043

Com a ideia dos docentes da Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José, fomos revivendo a tradição em suas várias tarefas. A alegria dos alunos era contagiante e a participação efetiva. A movimentação aconteceu no turno Vespertino numa antecipação ao jogo Brasil X Uruguai, mas deu tempo suficiente para ambas as coisas. Interessantes tarefas surgiram como trazer um ferro de engomar do tempo em que se colocava brasa. O candidato deve ter aperreado à vovozinha sobre essa peça de museu dos anos 50-60. A lembrança do ferro de engomar veio à tona dos tempos em que se colocava brasa no seu bojo e soprava-se no fundo para espalhar as cinzas. Não havia energia elétrica e, as mulheres colocavam o ferro na janela para também ajudar nas cinzas, com a brisa. Os ternos brancos de linho estavam na moda, ocasião em que o ferro a carvão dava espetáculo. Lembro-me que o primeiro objeto desse tipo que conheci, tinha um amplo buraco redondo à frente, no gogó. Depois apareceu outro ferro, considerado moderno, para a época, e não tinha a boca aberta à frente. Era mais comprido e o ar penetrava por um conjunto de buracos desenhados nas laterais. Os alunos não trouxeram o primeiro objeto, mas bem que o segundo apareceu.
Outra coisa que constava na gincana era trazer um disco de vinil de Luiz Gonzaga com a capa original. Alguns conseguiram. E outra coisa ainda que me chamou atenção foi trazer desenhado em cartolina, um personagem do Nordeste, mais antigo, quando Luiz Gonzaga e padre Cícero foram os preferidos. Outras tarefas com brincadeiras diferentes mexeram com o pátio da Escola Helena Braga, inclusive com os pratos juninos que alegram o estômago. Estavam ali canjica, bolo de milho, pamonha e vários outros pratos característicos da fase. O diretor, professor Marcelo Fausto desdobrava-se no comando das brincadeiras e o corpo docente participava, inclusive tirando fotos de toda movimentação. Uma festa dos santos de junho, na certa fazia esquecer à seca que se abateu sobre a região e permitiu um ótimo divertimento seguro entre os muros da unidade escolar.  No final, todos saíram felizes, inclusive, pais de alunos, deixando à escola de parabéns e partindo para a grande sobremesa do Brasil sobre o Uruguai. Ainda existe coisa simples e supimpa no Nordeste, assim como a GINCANA NO HELENA.

CABRA DE PENEDO Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de 2013 Crônica Nº 1042 Não podemos afirmar que viver em república de estud...

CABRA DE PENEDO



CABRA DE PENEDO
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de 2013
Crônica Nº 1042

Não podemos afirmar que viver em república de estudante é bom e nem ruim. Conviver com outras pessoas em uma casa exclusiva em cidade distante, todos com o mesmo objetivo, é opção. As desvantagens e vantagens existem por todos os cantos e não seria diferente em república estudantil. Geralmente o estudante não tem dinheiro, vindo alguma verba dos pais. Tem-se uma sensação leve de liberdade, mas por outro lado não deixam de aparecer dificuldades, amarguras, decepções. Os objetivos parecem que estão por trás de montanha altíssima e para muitos não é a melhor vida do mundo e nem a pior. Ali o indivíduo há de se entender com os outros membros que sempre pertencem a outras cidades, cada qual trazendo o seu costume particular e os da origem geográfica. Em Maceió, moramos pelo menos em três lugares diferentes lutando por um futuro que começaria pelos livros e desembocaria nos vestibulares. Ali aparecem vários tipos humanos e o que resta depois é a experiência fora de casa que muito irá nos ajudar. Lembro-me de um cabra de Penedo que colocava os alimentos enviados pela família, em mala de cadeado, diferentemente dos nossos que eram divididos. Na vez de chupar laranja, ele pegava uma, fechava a mala e, quando surpreendido, afirmava: “Vitamina “C” não é não!”. Saía descascando o fruto, mas nunca o oferecia a ninguém. Um cabra peste!
O governo do estado de Alagoas nunca parece preocupado com o funcionalismo. Temos o problema dos precatórios em que os grandes colocaram uma pedra em cima e, o dirigente estadual não toca no assunto, não move um garrancho sequer em favor dos precisados, como se o assunto devesse ser esquecido pelo tempo. Não paga bem aos seus “barnabés” numa herança mesquinha, insalubre, escravocrata do passado canavieiro. Quando acena com um aumento é aquela porcaria que fica denominada “esmolinha”, pelos sofredores. Assim o estado vai se arrastando empurrado pela pança do “coroné”. Onde está o movimento das ruas. Onde está o SINTEAL que parece agonizante? Vez em quando uma notícia boa, mas para a situação do trabalhador estadual, só uma venda preta nos olhos do futuro. Em suma, o sangue da usina sabe das dificuldades dos funcionários públicos, quando “surpreendido” fala na vitamina “C”, mas não abre o cadeado sem ferrugem da mala do Tesouro. A mala abarrotada e infame, igualzinha a do CABRA DE PENEDO.