LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS Clerisvaldo B. Chagas, 06 de janeiro de 2014 Crônica Nº 1117 PALMEIRA DOS ÍNDIOS.  Foto: rafae...

LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS



LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Clerisvaldo B. Chagas, 06 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1117

PALMEIRA DOS ÍNDIOS.  Foto: rafaelarielrodrigo.blogspot.com
Repousando nos bons ares agrestinos, Palmeira dos Índios sentia ali perto o bafo quente do sertão. Produzindo cereais e letras como sede do bispado, estava circundada por escarpas importantes que davam acesso ao planalto de Garanhuns. A famosíssima serra das Pias era uma das que lhes emprestavam umidade que suspirava em suas terras. Com aspecto de pequena capital, o admirado núcleo não estava isento do perigo. Talvez, não o perigo vindo da serrania, das divisas com o velho Pernambuco, mas sim do sertão queimado percorrido pelas alpercatas cangaceiras. Foi assim que a cidade xucuru, a Princesa do Agreste, sentiu o arrepio do medo invasor de Lampião, em 1926, quando o bandoleiro invadiu e dominou a indefesa vila de Olho d’Água das Flores, município de Santana do Ipanema. Sem nenhum aparato bélico, Palmeira estava assanhada com a notícia trazida pelo caixeiro-viajante Meira, traumatizado por ter visto o próprio satanás Virgolino queimar-lhe o automóvel e deixá-lo (a ele, Meira) escapar por um triz. O apelo desesperador ao governo do estado pareceu não produzir nenhum efeito sobre o povo palmeirense. Mas, para alívio geral posterior, Virgolino não invadiu Palmeira dos Índios pela sua estratégia individual.
Eis que no dia 31 de julho de 1938, doze anos depois, a própria multidão apavorada de 1926, reúne-se à Praça da Independência para recepcionar o ladrão, assaltante, estuprador, torturador, assassino e bandido Lampião. O povaréu agora aguardava com ansiedade a cabeça do bandoleiro, da sua amásia Maria Bonita e mais as de nove sequazes abatidos em Sergipe, na Fazenda Angicos. E como carnificina era lugar de açougue, foi mesmo defronte o açougue que a comitiva vinda de Piranhas e Santana do Ipanema, estacionou para exibir os seus troféus.
Como o destaque das cabeças foi para o cangaceiro Luiz Pedro, admirada como bela cabeça de macho, Lampião, mesmo só com a sua e sem beleza ainda provocou u’a morte na cidade: a do carregador Pedro Índio que fora auxiliar os policiais na exibição macabra e levara um corte em uma das latas onde se encontrava uma cabeça com álcool e formol. Do corte na lata, morreu Pedro Índio após a continuação da caravana horripilante rumo a Maceió. Lampião e Maria Bonita foram de caminhão. Os nove cabras foram de trem no outro dia, num luxo derradeiro à morada eterna.
Após o zum-zum-zum, todos voltaram às suas casas. Foi assim que passou LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS.

EDUCAÇÃO RECEBE OS DA AGRIPA Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2014 Crônica Nº 1116 SECRETÁRIA RECEBE GUARDIÕES. Foto (ala...

EDUCAÇÃO RECEBE OS DA AGRIPA



EDUCAÇÃO RECEBE OS DA AGRIPA
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2014
Crônica Nº 1116
SECRETÁRIA RECEBE GUARDIÕES. Foto (alagoasnanet).

O aguerrido grupo que forma a Associação Guardiões do Rio Ipanema, não perde tempo em busca de parcerias, para entrar na fase das ações efetivas com vigor. Ontem (sábado) mesmo sendo dia de feira livre em Santana do Ipanema, quando as ocupações de donos e donas de casa dobram, os guardiões continuavam em plena atividade. Enquanto parte do grupo providenciava outras coisas, uma comissão partia rumo à Secretaria Municipal de Educação. Ali os guardiões foram recebidos pela gentileza e simpatia da Secretária Renalda Martins numa deferência especial. Os guardiões Marcello Fausto (tesoureiro) e Dona Joaninha (conselheira fiscal), capitaneados pelo presidente Sérgio Campos, solicitaram o apoio daquela secretaria, no sentido de estimular a presença de representantes de escolas municipais da área urbana para o grande encontro do dia 22 com a AGRIPA. Um ofício da AGRIPA foi entregue em mãos, juntamente com um convite às escolas do município.
RENALDA (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO)  GUARDIÃ DONA JOANINHA E OS GUARDIÕES MARCELLO E SÉRGIO.  Foto (alagoas nanet).
Ao ouvir com bastante atenção, a Secretária Renalda Martins sensibilizou-se com a nobre causa em resgatar o rio Ipanema. Renalda prometeu fazer coro junto aos guardiões para salvar o Pai de Santana da UTI.
A AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, já está convidando os representantes das escolas municipais, estaduais e particulares, comunidades e associações urbanas para o grande encontro do próximo dia 22, no auditório da prefeitura, às 8 horas e trinta minutos. A AGRIPA irá falar e ouvir sobre o rio Ipanema e os riachos Camoxinga, Salgadinho, Bode e Salobinho. As decisões tomadas por todos, serão levadas às autoridades no mês de fevereiro.
A Secretária de Educação, Renalda Martins, prometeu apoio logístico, incentivo aos diretores e coordenadores e fez questão de ressaltar a sua presença no evento.

GUARDIÕES VÃO AO PARAÍSO Por Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2013 Crônica Nº 1115 Após exaustivo trabalho no inferno d...

GUARDIÕES VÃO AO PARAÍSO



GUARDIÕES VÃO AO PARAÍSO
Por Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2013
Crônica Nº 1115

Após exaustivo trabalho no inferno de lixo, entulho, cercas de arame, águas negras de fossas, avanço de construções e pocilgas no leito do rio Ipanema, riachos Salgadinho, Camoxinga e Salobinho (onde estão a Vigilância Sanitária e a Defesa Civil?), os guardiões tomaram novo rumo. O destino agora era o paraíso do rio Ipanema, trecho urbano, entre dois a três quilômetros do centro. Menos de um por cento do povo santanense conhece o lugar, ali após o Bebedouro, um pouco abaixo da foz do riacho Bode.
O lugar é chamado Cachoeiras e poderia ser usado para passeios instrutivos e de lazer para todas as escolas de Santana e aberto ao turismo controlado. As Cachoeiras representam um quilômetro ao longo do rio tomando toda a sua largura. É um sem fim de pedras torneadas, malocas, recantos, craibeiras, flores selvagens, poços escondidos e inúmeras espécies vegetais que vão desde a erva mais simples às árvores de porte, passando por cactáceas diversas como facheiro, mandacaru, macambira de flecha e catingueira, pau-ferro, urtigas, numa formação natural que nada deve aos jardins botânicos mais famosos que conhecemos.
 Na divisão do rio Ipanema, trecho urbano subdivido em seis, os guardiões marcam as Cachoeiras como o sexto. Devido à filtração das águas fétidas nas areias, desde a Barragem até o Poço do Escondidinho, por trás das residências do Bebedouro, o lugar permanece preservado.
Um grupo de guardiões chegou até a tomar banho entre as enormes pedras, pois o calor reinante apontava para os diversos córregos internos cercados de muito verde. “É de tirar o fôlego, tanta beleza”, diziam os guardiões embevecidos. O desprezo popular foi tanto ao rio Ipanema ─ após a chegada da água do São Francisco ─ que o grande paraíso ficou esquecido por todos.
O visitante às Cachoeiras só pode deixar rastros e trazer belíssimas fotos. Das mais de 200 fotografias sobre as Cachoeiras, selecionamos apenas três como amostra grátis aos nossos queridos leitores.