AGRIPA VIVERÁ SEGUNDA EDIÇÃO Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2014 Crônica Nº 1.192 ARISELMO, VILMA, JESSÉ, EDILMA, MARCEL...

AGRIPA VIVERÁ SEGUNDA EDIÇÃO



AGRIPA VIVERÁ SEGUNDA EDIÇÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de maio de 2014
Crônica Nº 1.192

ARISELMO, VILMA, JESSÉ, EDILMA, MARCELLO E CLERISVALDO. Foto: Agripa/Assessoria.
Iniciando a nova fase de sessões semanais, sempre as segundas, às 19 horas, a AGRIPA abriu a semana muito mais objetiva. Após leitura e aprovação da Ata da sessão anterior e apresentação do Expediente, o presidente em exercício, guardião Clerisvaldo Braga das Chagas, abriu as discussões na Ordem do Dia com dedicação exclusiva ao encontro com autoridades locais. Os guardiões presentes sentiram com seriedade que a partir da próxima quinta-feira, todos estarão com tinta preta no rosto em sinal de guerra, se preciso. É que, após a fase de organização interna, palestras, entrevistas, esclarecimentos e primeira limpeza do lixo doméstico e comercial do rio Ipanema, os guardiões entram na etapa crucial das batalhas.
Como sempre, primeiro, propostas de parcerias com autoridades e orientações às populações mais próximas ao rio Ipanema e afluentes urbanos. Depois, uso de todos os meios precisos contra todos os órgãos públicos, municipais, estaduais ou federais que não mostrarem boa vontade em cumprir o dever sobre o rio Ipanema. Acampamento, movimentos de rua, rádios, televisão, sites, blogs, IMA, IBAMA, Ministério Público, OAB, com denúncias constantes e sem trégua, serão alternativas para os guardiões.
A AGRIPA convidou oficialmente, todos os vereadores de Santana, a Secretária da Saúde, da Ação Social, secretário do Meio Ambiente e representante da CASAL porque esses órgãos são responsáveis diretos pelos meios de resgate do rio Ipanema e seus afluentes. A reunião deverá acontecer na quarta-feira, dia 21, a partir das 9 horas no auditório da prefeitura, para uma avalição e posicionamento de cada órgão convidado. A OAB também confirmou sua presença, o que assegura pelo visto, um encontro esclarecedor e decisório de alto nível.
Passados alguns dias desse encontro, a cobrança não dará tréguas com todas as opções possíveis. Será a segunda edição da AGRIPA. 
Saindo da Ordem do Dia e entrando na Palavra A Bem da AGRIPA, o guardião Ariselmo de Melo falou sobre os guardiões de Capelinha; o guardião Marcello Fausto trouxe inúmeros incentivos de pessoas altamente influentes da sociedade; a guardião Edilma Gomes sugeriu contato com a ONG Canoa de Tolda e, a guardiã Vilma de Lima, propôs que a primeira noite festiva com os familiares dos guardiões aconteça na última semana de junho, tendo sido aprovada a proposta.
O guardião Marcello Fausto, preencheu o Tempo de Estudos e, em seguida, nada havendo mais a tratar, o presidente interino Clerisvaldo Braga das Chagas passou a palavra ao guardião e orador Ariselmo de Melo para suas considerações e em seguida encerrou a sessão.

QUANTO VALE UM FERREIRO? Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2014 Crônica Nº 1.191 Ferreiro (Wikipédia). O povo banto, da ...

QUANTO VALE UM FERREIRO?



QUANTO VALE UM FERREIRO?
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de maio de 2014
Crônica Nº 1.191

Ferreiro (Wikipédia).
O povo banto, da região do atual Camarões, África Central, migrou para o sul daquele continente. Atualmente os bantos ocupam partes da República Democrática do Congo, Angola e faixa setentrional da África do Sul. Essa migração durou, aproximadamente, 2.500 anos. Enquanto estudiosos achavam que essa ocupação era devido ao conhecimento dos bantos com a metalurgia, outros dizem que esse conhecimento foi adquirido durante essa expansão.
Os bantos tornaram-se conhecidos através da perfeição das obras de arte como esculturas, tronos, cajados e máscaras.
No Brasil, como escravos, foi grande a contribuição dos bantos, principalmente no idioma, na música e na culinária. Das suas origens chegou até nós às palavras: moleque, camundongo, marimbondo, macaco, cochilar... E influência culinária como jiló, quiabo, melancia, azeite de dendê e feijão-fradinho.
Na tradição africana, a figura do ferreiro ganhou destaque. Os bantos tinham o ferreiro em grande monta, não somente pela capacidade da produção do ferro, mas também pela capacidade de o ferreiro extrair esse material do seio da terra. Sendo assim, deveria ele, o ferreiro, também saber lidar com as forças e os espíritos da própria natureza. Para os bantos, o ferreiro era tão respeitado que até mesmo reis se diziam ferreiros para adquirir maior confiança dos seus súditos.
Em Santana do Ipanema, a profissão de ferreiro sempre foi rara. Um ou dois para a população da cidade, como acontece nos dias atuais. A visita a um ferreiro só vai quem tem negócio. Os dois últimos que ainda faziam sucesso por aqui, um morava no Bairro Camoxinga e, segundo o povo, só trabalhava quente que nem o ferro que batia na bigorna. Uma cachaça da peste! O outro ficou famoso mais pelo apelido de que mesmo pela habilidade com a profissão. Trabalhava no início da Rua Prof. Enéas e atendia pelo belo vulgo de “Pé-Espaiado”.
O sertão voltou a vê barbeiros, espécie quase extinta que retornou à vida através de cursos do governo. Mas o homem que bate ferro, diferente do povo banto, continua raridade aos olhos do sertanejo. Você conhece algum ferreiro? Já conversou com ele? Sabe onde fica sua tenda? Ele é mesmo de carne e osso? Você acredita de verdade que esse ser existe? Então nos responda, fazendo uma comparação entre Brasil e África: QUANTO VALE UM FERREIRO?

EU VOU DIZER UMA COISA... Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2014 Crônica Nº 1.190. (Literatura). POMPEU  (lustração: Wikipé...

EU VOU DIZER UMA COISA...



EU VOU DIZER UMA COISA...
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2014
Crônica Nº 1.190. (Literatura).

POMPEU  (lustração: Wikipédia).
Entre nomes diferentes que saem da nossa rotina, alguns se fixam na memória. É o caso de Pompeu. Quando menino ouvia a garotada cantar e até cantava também na rua, a quadra:

Dona Mariquinha
Cadê Pompeu?
Pompeu foi à rua
Os arubu comeu...

Parecia u’a marchinha boa de cantar que era uma beleza! Contudo, eu nunca soube quem era dona Mariquinha, quem foi Pompeu e como e porque os “arubu” haviam devorado o sujeito. Talvez até a quadrinha fosse cantiga de palhaço de circo, daqueles mais sem vergonhas possíveis. E eu com isso!...

Dona Mariquinha
Cadê Pompeu?...

Enquanto o eco permanecia esvoaçando pela Rua do Sebo, a primeira de Santana do Ipanema, o menino estirava-se para cima.
Quando adolescente estudei a história de outro Pompeu.
Este era filho de um homem enriquecido que veio do meio rural, tornou-se senador e cônsul de Roma, cuja elite não olhava com bons olhos essas pessoas porque, segundo ela, os campesinos não tinham sangue nobre. Pompeu foi criado nos acampamentos, acompanhando a trajetória do pai. Quando este morreu deixou a fortuna pra o filho que começou a fazer carreira militar logo cedo. Como o progenitor, era olhado com desconfiança pela elite de Roma, porém, venceu tantas batalhas que foi considerado um herói popular.
As aventuras de Pompeu (que chegou a senador, cônsul de Roma e general, daria um filme épico grandioso). Conseguiu até ser um genro de Júlio César e com ele fez aliança. No final das suas campanhas foi derrotado pelo próprio César, refugiou-se no Egito e foi assassinado por antigos companheiros de armas.
E foi lá na loja de tecidos do meu pai, aonde muitas pessoas importantes chegavam à quinta porta – mais larga e mais alta – e faziam o “senadinho” diário. E ali, de vez em quando se encontravam os boiadeiros como Arnóbio Chagas, Lucas, Enéas e Pompeu. Fora esse último, jamais encontrei no sertão outra pessoa com o nome Pompeu. Era famoso em acertar pedradas, usando a mão esquerda; alto de fala mansa e arrastada. Quando ouvia e todos calavam, ele iniciava a sua conversa ou não, mas sempre com a frase se arrastando pausadamente: “Eu-vou-dizer-uma-coisa...”;
Da adolescência para cá, nunca mais vi Pompeu. Mas ultimamente descobri gente tão alta quanto ele. Fiquei muito surpreso em saber que aquele homem com quem eu palestrava era filho de Pompeu. Então, veio à cabeça tudo de uma vez: Dona Mariquinha...”; general Pompeu; boiadeiro... .
Sabe, seu menino: VOU-DIZER-UMA-COISA...