MIGRAÇÕES INTERNAS BRASILEIRAS Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2014. Crônica Nº 1.231 Fatores econômicos e sociais mobiliz...

MIGRAÇÕES INTERNAS BRASILEIRAS



MIGRAÇÕES INTERNAS BRASILEIRAS
Clerisvaldo B. Chagas, 1º de agosto de 2014.
Crônica Nº 1.231
Fatores econômicos e sociais mobilizam pessoas dentro do território nacional. Esses fluxos migratórios já ocorreram em várias direções conforme as atividades produtivas, em fases brasileiras. Assim tivemos a fase econômica da cana-de-açúcar, no Nordeste; a expansão da pecuária no Sul; mineração em Minas gerais e no Centro-Oeste; o surto da borracha, na região Norte; a produção do café na região Sudeste, entre outras, ao longo da nossa história.
Em torno de 1930, a industrialização passou a atrair pessoas, destacando as migrações rural-urbanas, denominadas êxodo rural quando acontecia em grande volume e também as migrações de uma região para outra, como aconteceu com os nordestinos rumo ao Sudeste.
As migrações foram apresentando novas facetas, sempre acompanhadas pelos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─ IBGE.
Atualmente um novo quadro se apresenta com as migrações em massa rareando em direção a São Paulo e Rio de Janeiro. Os inúmeros problemas dos grandes centros urbanos e a descontração industrial, não atraem migrantes como em outras décadas.
O Nordeste, o maior emigrante de outrora, agora recebe imigrantes, muitos retornando de São Paulo em procura de oportunidades na região de origem. O Censo de 2010 mostra o Nordeste como a única região de saldo positivo em relação aos migrantes. Os estudiosos mostram que as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, permaneceram praticamente estáveis.  Já o próprio Sudeste, antes grande centro receptor passa a ser a grande exportadora de gente, na primeira década do século XXI.
Entre os problemas do Sudeste, está o esgotamento do emprego, a carestia dos terrenos, a mobilização urbana, o racismo, entre outros, como o surpreendente problema atual da falta d’água na própria capital paulista e em vários centros importantes.
Muito ainda se tem para se falar sobre esse novo Nordeste que teve um crescimento econômico muito maior do que o restante do país. Será que a região poderá transformar-se em rica e poderosa como um todo? Só o futuro dirá. Pelo menos faço com toda a dedicação possível a minha parte... E a sua? ORGULHO EM SER NORDESTINO E SERTANEJO.


O CAVALO DO TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 31de julho de 2014. Crônica Nº 1.230 Vendo esse marzão de Maceió, aprendemos que milh...

O CAVALO DO TEMPO



O CAVALO DO TEMPO
Clerisvaldo B. Chagas, 31de julho de 2014.
Crônica Nº 1.230

Vendo esse marzão de Maceió, aprendemos que milhares de anos atrás, o nível do mar era mais baixo. Isso fazia com que o litoral fosse muito mais extenso. Se as florestas eram pequenas, o ambiente de cerrado cobria grande porção do território. Com certeza viviam por aí macacos, antas, preguiças e tatus, guardados por um clima mais seco e mais frio. Os vestígios mais antigos encontrados onde hoje se chama Brasil, estão no estado do Piauí, no sítio arqueológico denominado Pedra Furada.
Restos de carvão, utilizados pelo homem em fogueiras, objetos de pedras e grande quantidade de pinturas rupestres, fazem os estudiosos pensarem em 40 mil anos atrás o povoamento da América. Mas não é somente o Piauí a testemunha dos fatos históricos. Ficaram famosos pelas suas descobertas também vários outros lugares do Brasil, como Lagoa Santa, por exemplo, em Minas Gerais, que rastreia a presença de seres humanos bem recuados no tempo. Objetos pontiagudos de ossos e pedras, machados, sepulturas com ossadas de adultos e crianças, são afirmações da presença humana e da competência dos pesquisadores.
Os fósseis nos revelam coisas incríveis como a estatura daqueles habitantes: nem altos nem fortes. Viviam da coleta de frutos silvestres, da caça e da pesca, porém, rodeados por tantos perigos que geralmente não chegavam aos 30 anos de idade.
Um sítio arqueológico, por pequeno que seja, pode revelar o inédito ou apenas complementar dados importantes de outros sítios, mas não deixa jamais de ser um achado significativo na história da humanidade.
Famoso mesmo no mundo inteiro é o Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí, que abriga 737 sítios arqueológicos. Entretanto, as dificuldades para manutenção do parque são inúmeras, pois tudo falta para que ele não seja destruído pelas ações dos moradores da área, pela intempérie e por alguns tipos de animais.
A Arqueologia caminha ao lado da História em benefício dos habitantes da Terra. Montemos O CAVALO DO TEMPO.
Pintura rupestre. Serra da Capivara.



O CANDIDATO E O ANUM-PRETO Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2014. Crônica Nº 1.229 Anum-preto. Zé Neguinho era a ave h...

O CANDIDATO E O ANUM-PRETO



O CANDIDATO E O ANUM-PRETO
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2014.
Crônica Nº 1.229

Anum-preto.
Zé Neguinho era a ave humorista das capoeiras. Pássaro miúdo e negro gostava de vigiar o mundo no cabeçote das estacas. As balas roliças de barro seco zoavam sem parar, mas Zé Neguinho pulava, trilava, batia as asas como quem diz: “acerta o alvo cagão!” O bizaco de balas ia-se esvaziando e, às vezes, nem pedrinhas substitutas havia nas veredas.
Outro passarinho protegido, era o anum-preto. Medonho comedor de insetos derrubados pelos bovinos levava ─ sem merecer ─ a fama de devorador de carrapatos e por isso não era perseguido pelo homem. Entretanto, na raiva, pelo dia ser da caça, bem que o caçador procurava descontar a frustração em cima do Cuculiforme cuculídea das caatingas. Anum-preto não zombava como Zé Neguinho, mas parecia possuir uma rede protetora invisível. Meter-lhe bala de peteca ou chumbo de espingarda, somente matava de raiva o atirador. O bicho era tão difícil de ser atingido que o povo caboclo do sertão repetia o ditado: “Quem tem pólvora pouca não atira em anum”.
Estamos vivendo mais uma fase de campanha eleitoral. Como mandar é bom e gastar dinheiro alheio também, não faltam brigas de raposas pelas tocas idolatradas. Está cada vez mais difícil cordeiro jantar com carnívoro canídeo, isto é, entrar no céu a pulso como diz o povo.
Em Alagoas, concorre a genética, pois nada muda entre os aspirantes ao continuísmo.
O ex-candidato a governador Eduardo Tavares, ouviu muito bem o canto da sereia. O canto faz esquecer as condições do barco. Sem ser ainda bastante conhecido para um embate desse porte, o, então, candidato Tavares pelo menos mostrava ser bem intencionado em relação ao nosso território. Alagoas precisa com urgência de um nome novo com respaldo moral em garantia. Os donos da política, entretanto, não permitem que o alagoano sonhe com o novo. Quem sabe se o nome tão esperado pelos sofredores caetés, não seria o Tavares! Entrando pela porta errada e tendo que recuar, Eduardo deixa o povo a vê os mesmos dentes afiados de sempre. Que pena! O dito popular continua em voga: “QUEM TEM PÓLVORA POUCA NÃO ATIRA EM ANUM”.