CRAÍBAS Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2014 Crônica Nº 1.322 CRAÍBAS. (Foto: fmgranderio.com.br). Veja o que diz ...

CRAÍBAS



CRAÍBAS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de dezembro de 2014
Crônica Nº 1.322

CRAÍBAS. (Foto: fmgranderio.com.br).
Veja o que diz a Wikipédia; a enciclopédia livre, a respeito do município alagoano de Craíbas. O lugar foi palco do último e pequeno tiroteio de Lampião, em abril de 1938.

“Nos idos de 1865, Manoel Nunes da Silva Santos chegou à região onde está hoje o município de Craíbas, sendo um dos seus primeiros habitantes. Apesar de ser uma área pobre ele resolveu se estabelecer ali mesmo, adquirindo uma grande extensão de terras pertencentes a Felipe Nogueira de Lima, composta basicamente de matas e árvores, principalmente a craibeira, que acabaria dando nome à cidade. Até 1892, Manoel Nunes foi o único proprietário do lugar. Com o falecimento de sua esposa, Josefa Teixeira da Silva, neste mesmo ano, iniciou-se a partilha de bens entre filhos e genros. As terras foram divididas e incrementou-se, a partir daí, o desenvolvimento da localidade. No começo do século XX Craíbas passou a ter características de um povoado. Por volta de 1922 já figura na divisão administrativa do Estado de Alagoas como um lugarejo pertencente ao município de Limoeiro de Anadia.  
Adalberto Marroquim, em sua “Terra das Alagoas”, assevera que, em Craíbas, por este tempo, existia uma escola pública mantida pelo Estado. A primeira feira pública foi realizada em 23 de março de 1923. O primeiro cartório de registro civil foi instalado em 1939. O crescimento socioeconômico do povoado determinou a sua autonomia administrativa. Dessa forma, pela Lei nº 2.471, de 28 de agosto de 1962, obteve a sua emancipação política. O deputado estadual José Pereira Lúcio foi o autor do projeto, aprovado na Assembleia Legislativa e sancionado pelo então governador Luiz Cavalcante. A instalação oficial do município ocorreu em 23 de setembro de 1962. Até a realização das eleições municipais, Antônio Barbosa foi nomeado prefeito, interinamente. Em 1963, Manoel Pedro da Silva foi eleito prefeito, mas perdeu o mandato em 1965, quando a cidade voltou a ser distrito de Arapiraca. Somente após um plebiscito, realizado em 1982, o então governador Theobaldo Barbosa devolveu a autonomia político-administrativa a Craíbas”.

LAMPIÃO EM SANTANA DO IPANEMA Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2014 Crônica Nº 1.321 (...) “Nessa altura, ouviu-se um t...

LAMPIÃO EM SANTANA DO IPANEMA



LAMPIÃO EM SANTANA DO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2014
Crônica Nº 1.321

(...) “Nessa altura, ouviu-se um toque de corneta no quartel de polícia, na quadra, ainda instalada na Cadeia Velha, localizada na Rua do Sebo. O tenente, com suas 14 praças, até que enfim, resolvia sair das encolhas. Menos mal. Quase sem interrupção, na sede do Tiro, também ecoava o mesmo toque de reunir. O brigada, em uniforme de campanha, marchou ao lado dos seus gatos-pingados para as barricadas formadas com fardos de algodão em rama, na entrada da Rua da Poeira. Os demais pontos vulneráveis da urbe contavam igualmente com destacamentos armados para enfrentar a onda. Na verdade, nunca me passou pela cabeça que naquele burgo tranquilo, houvesse tanto bacamarte e tanta munição amofambados. Seria, com efeito, uma vergonha permitir a entrada de Lampião ali sem desfechar um tiro. Os sete serrotes que circundam Santana do Ipanema, no desenrolar daquela tarde e indizível inquietação, pareciam outras tantas sentinelas mudas e gigantescas como a aguardar a nossa atitude viril diante do perigo que parecia inarredável. Mas como o momento do confronto tardasse, alguns chefes de família recursados, valendo-se de dois automóveis disponíveis, resolveram retirar parte de sua gente para Palmeira dos Índios e Quebrangulo., ao passo que outros preferiram para tanto se voltar confiantes para a faixa da caatinga mais próxima. Orientação desastrada que só serviu para empurrar mais facilmente alguns deles para a boca do lobo. Foi uma noite inteira de inquietadora expectativa aquela que passamos nas barricadas da Rua da Poeira. Ninguém deu um cochilo e nem era concebível. Sem embargo, porém, de estarmos no inverno, a barra se mostrou de súbito, as nuvens se dissiparam e ironicamente, mais um dia de primavera se mostrou em todo o seu esplendor. Fazia frio. Alguns de nós, sentiam fome e pediram licença ao brigada Ribeiro para ir à padaria de Jorge Firmo de Melo, que ficava juntinho, a fim de se sortirem de massas. Entretanto o espetro Lampião e seu bando sinistro dominava todas as cogitações. Por andava o ex-comungado do salteador, por enquanto ninguém sabia”.
(LIMA Valdemar de Souza. O cangaceiro Lampião e o IV mandamento”. Maceió, Sergasa, s.d. pp. 36:37).


O SOBRADO DE BRENO Clerisvaldo B. Chagas, 9 dezembro de 2014 Crônica Nº 1.320                          Com a palavra o escrito...

O SOBRADO DE BRENO



O SOBRADO DE BRENO
Clerisvaldo B. Chagas, 9 dezembro de 2014
Crônica Nº 1.320
            
            Com a palavra o escritor santanense Tadeu Rocha
          “Quando Breno Accioly nasceu, o “coronel” tinha falecido há menos de um ano, mas o prestígio do sobrado era o mesmo: a viúva assumira a direção dos negócios e seu primeiro genro levara para a família a autoridade de Promotor Público, que três anos depois se converteu na de Juiz de Direito da Comarca. Não era em vão que a gente do sobrado tinha parentesco com o jurista Sérgio Loreto, Governador de Pernambuco. A casa do “coronel” continuava sendo como ele quis em vida ─ “O seio de Abraão” ─ hospedando governadores ou aventureiros, bispos ou vagabundos. A enorme sala de visitas “fim do império! Com cinco portas envidraçadas, no primeiro andar, abria-se para receber o governador Costa Rêgo e o industrial Lionello Iona, da mesma forma que antes acolhera os governadores Euclides Malta ou Manoel Borba, o pioneiro Delmiro Gouveia e os arcebispos Sebastião Leme e D. Duarte Leopoldo. Mas também os humildes clube carnavalescos da cidade, com fantasia de “morcegos” ou “negra da costa”, subiam as escadas do sobrado e dançavam. Livremente na ampla sala de visita, desde a parede onde ainda estava entronizado o quadro do Coração de Jesus até a outra de que pendia um belo espelho oval “biseauté”.
Como toda casa velha que se preza, o sobrado também possuía os seus fantasmas. Os parentes e amigos da família contam muitas histórias de assombração que ali se passaram na infância de Breno Accioly.
(...) E quando a família deixava o sobrado para viajar, muitas pessoas da cidade aglomeravam-se de noite na praça fronteira para ver as luzes que se deslocavam por trás das cinco portas envidraçadas do primeiro andar. E havia discussão sobre a alma penada que aproveitava a ausência da família para povoar a sala deserta, fazer vibrar as cordas do velho piano ou acionar o veio do gramofone para que tocasse a “Serenata de Braga” ou a valsa ‘Nid d’Amour’ em antigas ‘peças” da “Casa Edson’ ─ Rio de Janeiro”.
(ROCHA, Tadeu. Modernismo & Regionalismo. Maceió, Oficial, 1964. pp.98:99).