NO PICO DA NEBLINA Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.787 Vamos comi...

NO PICO DA NEBLINA


NO PICO DA NEBLINA
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.787

Vamos comigo visitar o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro, estado do Amazonas. Ele fica no Parque Nacional do Pico da Neblina, na serra do Imeri. Sua altitude está atualizada com 2.995,30 metros e seu nome se origina por ficar a maior parte do tempo encoberto pela neblina. O seu acesso é restrito por situar-se em terras de fronteiras e da reserva ianomâmi, dependendo de uma autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É obrigatório contratar guia credenciado. Tudo começa na cidade de São Gabriel da Cachoeira. Sobe-se o rio Cauaburi em “voadeiras” até o igarapé Tucano. Daí em diante é na força das pernas com aproximadamente quatro dias de caminhada, andando 4 ou 5 horas por dia.
“Embora o maciço do Pico da Neblina esteja situado na fronteira com a Venezuela e a maior parte da área do maciço esteja nesse país, o cume principal está inteiramente dentro do território brasileiro, a meros 687 metros da fronteira venezuelana no Pico 31 de Março”. Vale, porém, lembrar que o Pico 31 de Março é o segundo ponto mais alto do Brasil, com 2.974,18 metros de altitude na mesma serra do Imeri, fronteira com a Venezuela. Isso quer dizer que o Brasil não possui em seu território, elevações com mais de 3.000 metros de altitude. Por muito tempo reinou como o ponto mais alto do Brasil o Pico da Bandeira, entre os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, com 2.891 metros.
As mudanças acontecem quando paragens antes desconhecidas são estudadas. Os aparelhos de precisão, cada vez mais aperfeiçoados, permitem fazer a troca para dados atualizados nessa rapidez em que se encontram as tecnologias. Em Alagoas, temos como o mais novo ponto culminante, a serra da Onça, no município de Mata Grande, descoberto pelo pessoal da UFAL/Delmiro Gouveia. Inclusive, já está em nosso livro ainda inédito: “Repensando a Geografia de Alagoas”.
E para quem não pode ir até o Pico da Neblina, a serra da Onça, nos arredores do município de Mata Grande é muita visitada em época de Semana Santa. Uma opção simples e que conta com a cidade perto para suporte.
Agora vamos sair das alturas e cair na realidade da Depressão Sertaneja e do São Francisco. Zapt!
  


XAMEGUINHO, SANTANA E FORRÓ Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.786 FORR...

XAMEGUINHO, SANTANA E FORRÓ

XAMEGUINHO, SANTANA E FORRÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.786

FORROZEIRO XAMEGUINHO. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Engavetada algumas composições de forró pé de serra com letras caprichadas, resolvi tirar algumas dúvidas e procurei o famoso cantor alagoano em Maceió. Recomendado pelo colega da música Valdo Santana, fui bater à porta de Xameguinho, ocasião em que fui bem recebido e passamos a trocar ideias. O conhecido forrozeiro confessou-me ser filho da zona rural de Atalaia, onde começou a mexer com música valendo-se ainda de sanfona rudimentar. Com persistência e talento conseguiu galgar os degraus da carreira até chegar à posição onde se encontra, sem ameaças de concorrência. Falou-me um pouco sobre o mundo musical, elogiou a voz de Valdo Santana e, saiu raspando bem das qualidades de Zé de Almeida, Benício Guimarães, Manoel Messias, inclusive das brincadeiras na chácara do Lira, em Santana do Ipanema.
Foi aí, meu amigo, que saí mostrando para o homem as minhas letras de Coco, rojão, baião, vaquejada... E enquanto lia passava a solfejar as musicas que vieram antes à minha cabeça. Todas as letras foram aprovadas, inclusive, os solfejos das melodias. Conversa vai, conversa vem, fui tentando compreender o mundo musical comparando-o à Literatura. Voltei satisfeito com a avalição de Xameguinho. Entendi perfeitamente outro viés. Caso eu queira gravar um disco de forró pé de serra, estão prontas as letras e as pistas das melodias. Xameguinho pode me entregar o disco completamente finalizado, com todo o trabalho de sua equipe, inclusive com sua própria voz. Uma vez de posse do meu próprio disco, posso oferecê-lo prontinho, prontinho ao cantor que eu quiser ou jogá-lo no mercado mesmo assim.
Ah, compadre, ia esquecendo. É preciso dispor de certa quantia para encomendar o troço. Ninguém faz nada de graça e, na área musical, há muito venho percebendo muito sede pelos “peixes”. Ainda estou pensando, amiga, se vale à pena.
Voltando ao Xameguinho, está escrito na sanfona dele mesmo o Xameguinho com “X”. E por enquanto, vamos escutando o forró alheio, esse que a gente pode ligar e desligar no momento que quiser.



PELAS RUAS DE MACEIÓ Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2017 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.785 Pelas ruas ...

PELAS RUAS DE MACEIÓ

PELAS RUAS DE MACEIÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.785

Pelas ruas de Maceió. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).
Final de semana em Maceió, dia primaveril agradável e nublado, nos anima a uma incursão pelo Comércio. Vamos aproveitando a obrigação para cair na devoção e dá uma espiada geral no “Paraíso das Águas”. Apesar da beleza da manhã, as nuvens fechadas vão tampando o calor no chamado Efeito Estufa. E lá vamos nós misturados ao trânsito intenso, à multidão tal formigueiro imparável de loja em loja. Ruas cheias de gente e casas comerciais lotadas, não encontramos a crise que o povo fala. E se o povo fala, mas o dinheiro não. Lojas decoradas para o Natal, a figura do Papai Noel em evidência, caixas danados recebendo células novas e passando troco. Ladainhas de todos os tipos de ambulantes e propagandistas de dinheiro fácil.
A criatividade vestida de palhaço aguardava clientes numa esquina. O deficiente toma conta da rua na mendicância com um ganzá estranho. Um barulho das seiscentas pestes, sem regras, sem ética, sem decibéis. Mulheres discutem os atrasos dos ônibus. A dandoca de sombrinha conta as últimas aventuras do pastor da sua igreja. Um camarada mente que só a bexiga para vender balas doces. O negrão amassa a negrona no fundo da barraca e, nós vamos procurando o melhor ângulo da fotografia. “Valha-me Deus, mulezinha, perdi uma nota de cinquenta, a senhora não viu?”. Aproveitamos para procurar pequeno objeto, mas dizem que só se encontra essas coisas na casa do chinês. E agora não é somente uma casa de chinês, eles tomam conta do comércio de bugigangas na capital. Não senhor. Não adiante pedir desconto em nada. Chinês tem palavra de inglês, não negocia, impõe.
Bem, de qualquer maneira, já consegui resolver duas coisas importantes da missão Maceió. Agora é deixar tanta balbúrdia recolher a atividade de rua e bater em retirada. Amanhã estaremos em audiência com famoso cantor e compositor. Uma atividade paralela dos escritos, desconhecida para nós, mas quem sabe! A vida sempre nos indica novos caminhos... Fui.