XAMEGUINHO,
SANTANA E FORRÓ
Clerisvaldo
B. Chagas, 22 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.786
FORROZEIRO XAMEGUINHO. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas). |
Engavetada
algumas composições de forró pé de serra com letras caprichadas, resolvi tirar
algumas dúvidas e procurei o famoso cantor alagoano em Maceió. Recomendado pelo
colega da música Valdo Santana, fui bater à porta de Xameguinho, ocasião em que
fui bem recebido e passamos a trocar ideias. O conhecido forrozeiro
confessou-me ser filho da zona rural de Atalaia, onde começou a mexer com
música valendo-se ainda de sanfona rudimentar. Com persistência e talento
conseguiu galgar os degraus da carreira até chegar à posição onde se encontra,
sem ameaças de concorrência. Falou-me um pouco sobre o mundo musical, elogiou a
voz de Valdo Santana e, saiu raspando bem das qualidades de Zé de Almeida,
Benício Guimarães, Manoel Messias, inclusive das brincadeiras na chácara do
Lira, em Santana do Ipanema.
Foi
aí, meu amigo, que saí mostrando para o homem as minhas letras de Coco, rojão,
baião, vaquejada... E enquanto lia passava a solfejar as musicas que vieram
antes à minha cabeça. Todas as letras foram aprovadas, inclusive, os solfejos
das melodias. Conversa vai, conversa vem, fui tentando compreender o mundo
musical comparando-o à Literatura. Voltei satisfeito com a avalição de
Xameguinho. Entendi perfeitamente outro viés. Caso eu queira gravar um disco de
forró pé de serra, estão prontas as letras e as pistas das melodias. Xameguinho
pode me entregar o disco completamente finalizado, com todo o trabalho de sua
equipe, inclusive com sua própria voz. Uma vez de posse do meu próprio disco,
posso oferecê-lo prontinho, prontinho ao cantor que eu quiser ou jogá-lo no
mercado mesmo assim.
Ah,
compadre, ia esquecendo. É preciso dispor de certa quantia para encomendar o
troço. Ninguém faz nada de graça e, na área musical, há muito venho percebendo
muito sede pelos “peixes”. Ainda estou pensando, amiga, se vale à pena.
Voltando
ao Xameguinho, está escrito na sanfona dele mesmo o Xameguinho com “X”. E por enquanto,
vamos escutando o forró alheio, esse que a gente pode ligar e desligar no
momento que quiser.
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