GALOPANDO NA HISTÓRIA SANTANENSE
Clerisvaldo B.
Chagas, 3 de novembro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.773
PONTE DA BARRAGEM. Foto: (Alagoas Na Net). |
Para
dirimir dúvidas sobre os títulos diversos recebidos pelo município sertanejo de
Santana do Ipanema, passo a responder aos que me indagaram. E de fato para quem
não sabe é muito complicado se for apenas examinar documentos de grafias
diferentes. Podemos afirmar, no entanto, que o município santanense recebeu
quatro títulos com os mesmos significados, mudando apenas a grafia, de acordo
com a própria forma de escrever da época. No princípio era toda a região
banhada pelo rio formador que se chamava “Ribeira do Panema”. Ribeira no sertão nordestino é arcaica, ainda
em uso e que significa rio. Panema é palavra indígena Ipanema, mais fácil de
ser pronunciada sem a letra “I”.
A
partir de 1787 quando o padre Francisco José Correia de Albuquerque construiu a
capela no, então, arraial em terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e ali
colocou a imagem da avó do Cristo, o lugar que era parte de Ribeira do Panema,
passou a ser chamado: “Sant’Anna da Ribeira do Panema”. Essa denominação
perdurou até o Arraial ser elevado a povoado/freguesia (território dominado
pela Igreja) em 1836. Enquanto povoado/freguesia, escrevia-se o nome assim:
Sant’Anna do Panema”. Quer dizer, saiu apenas os nomes: “da Ribeira”.
Somente
quando o povoado/freguesia foi elevado à vila, em 1875, utilizamos o nome
“Ipanema”, retiramos um dos “N” de Anna e passamos a escrever: “Sant’Ana do
Ipanema”.
Esta
denominação arrastou-se de vila até a elevação à cidade, em 1921quando
finalmente foi retirado o apóstrofo e confirmado o restante, ficando
definitivamente: “Santana do Ipanema”.
Podemos
encontrar em alguns documentos como na revista O Cruzeiro, em reportagem sobre
Santana, em 1940, escrito como no tempo de povoado/freguesia, erroneamente.
Esperamos
ter correspondido ao que nos foi indagado e que nos parece ter faltado apenas o
significado da palavra Ipanema ou Panema, coisa que o santanense aprende logo
cedo: água ruim, salobra (quando extraída das cacimbas do leito do rio).
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