PROCISSÃO DO ENCONTRO Clerisvaldo B. Chagas, 28 de março de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.867 ILUSTRAÇÃO...

PROCISSÃO DO ENCONTRO


PROCISSÃO DO ENCONTRO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.867

ILUSTRAÇÃO: (FREEPIK).
Espaço para a palavra do professor Felipe Aquino:
“Uma celebração litúrgica de muita piedade, e que o povo católico muito aprecia durante a Semana Santa, é a Procissão do Encontro, que marca o encontro da Virgem Maria com Seu Filho divino, carregando a cruz no caminho do Calvário, pelas ruas de Jerusalém, depois de ser flagelado, coroado de espinhos e condenado a morte por Pilatos. É um momento em que meditamos o doloroso encontro da Virgem Maria com Jesus; é um momento de profunda reflexão sobre as dores da Mãe de Jesus, desde o Seu nascimento até a Sua morte na cruz. Jesus sofreu a paixão e a Virgem sofreu a compaixão, por nós.
A “espada de Simeão”, que não saíra de mente nos 30 anos da vida de Jesus, apresentava-se cada vez mais diante dela ameaçadora.
Não é difícil imaginar o quanto Nossa Senhora sofreu ao ver seu Filho ser perseguido, odiado, jurado de morte pelos anciãos e doutores da Lei que o invejavam. Quantas ciladas lhe armavam! Quantas disputas Ele teve de travar com os mestres da Lei.
E eis que a Paixão do Senhor se torna presente. Todo ano ela ia a Jerusalém para a festa da Páscoa judaica, e também naquele ano da morte do seu amado, ela ali estava.
Podemos imaginar a dor do coração de Maria ao saber da traição de Judas, do abandono de seus discípulos no Horto das Oliveiras, a negação de Pedro, e depois a Sua prisão e maus tratos nas mãos dos soldados do sumo sacerdote. Certamente naquela noite santa e terrível, em que Ele ‘tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim’, (Jo 13, 1), Maria foi informada pelos discípulos que abandonaram o Mestre e fugiram na noite”. (...).
No Sertão de Alagoas, em Santana do Ipanema, a Procissão do Encontro sempre foi realizada na região do centro e do grande Bairro Camoxinga, dividida entre homens e mulheres. O encontro acontece defronte a Matriz de Senhora Santana, sempre com muita emoção e respeito profundo. ´
É um momento ímpar para reflexão, principalmente, pelos tempos difíceis em que o nosso País estar vivenciando.


CANGALHA: USOS E COSTUMES DO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2018 Escritor Sím bo lo do Sertão Alagoano Crônica 1.866...

CONGALHA: USOS E COSTUMES DO SERTÃO


CANGALHA: USOS E COSTUMES DO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.866E

CANGALHA EM JUMENTO. FOTO: (AFONSO LOUREIRO).
Neste início de Semana Santa, permanece o uso e costume do sertão nordestino no que se refere às bestas ou éguas. Uso de séculos da chamada cangalha usada nas cavalgaduras. Trata-se de uma armação de madeira com dois cabeçotes, acoplada num acolchoado de capim especial, revestido de pano. Além de uma cilha, tira de couro que prende a cangalha à barriga do animal, para o equilíbrio, ainda existe a rabichola. Esta é uma peça de couro ou de sola que saindo da cangalha, apoia-se sob o rabo da cavalgadura para evitar que a carga deslize pelo pescoço do animal. A égua, a burra, a jumenta e mesmo cavalos, burros e jegues, também fazem uso da cangalha. 
As mercadorias são transportadas em objetos artesanais sobre a cangalha. Os caçuás, feitos de cipós, são pendurados por alças nos cabeçotes. Ancoretas e caçambas de madeira, também são penduradas nos cabeçotes. A cana-de-açúcar e o capim são transportados através de cambitos que são Nde pau para levar o produto horizontalmente. Daí o tangedor ser chamado de cambiteiro. Os transportadores de rapadura e queijo, por exemplo, costumam usar a caçamba, peça de madeira segura nos cabeçotes por alças de corda de caroá. Esse tipo de mercadoria atraia cangaceiros que não gostavam de perambular sem rapadura nos embornais. Mesmo tendo sido reduzido o costume, ainda se vê bastante esse vai e vem.
  Há um ditado no Sertão que diz: “Quem nasce para a cangalha não serve para a sela”. Esse provérbio era muito utilizado principalmente sobre pessoas que não davam para o estudo e sim para o trabalho braçal. Os transportes de mercadorias pesadas ficavam a cargo do carro de boi que também transportavam famílias completas para feiras, sítios e municípios contíguos. Entretanto, continua o uso secular da cangalha. E, diga-se de prontidão, apesar da rudeza desse equipamento, a cangalha é uma obra feita por artesão especializado, cujo esmero é motivo de rasgados elogios. Entre as suas qualidades, além de não maltratar o animal, estão à beleza do artefato e a qualidade de longa vida.

MAIS ASFALTO PARA SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 26 de março de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.865 Ilustraçã...

MAIS ASFALTO PARA SANTANA


MAIS ASFALTO PARA SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.865
Ilustração (Agência Alagoas).

Corre o boato na cidade que algumas ruas de Santana do Ipanema serão asfaltadas. Falam em cerca de 20 km do “pretinho” sobre o calçamento doido, esculhambado, troncho e revoltante deixado por tal empresa de saneamento. O saneamento leva nada a lugar nenhum e até agora ninguém foi preso nem o dinheiro foi devolvido. Como ficará, então, este trabalho após a cobertura asfáltica? Mas, voltando ao novo benefício, 20 km são muito pouco para uma cidade do porte de Santana, todavia, sabemos que é melhor um metro colocado de que um metro retirado. E se a rua que leva ao hospital vai ser prioridade, é muito bom que seja, muito embora não tenha sido alargada. Junto ao Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo, a UFAL também será beneficiada com o empreendimento.
Quais seriam as outras ruas, largos e avenidas por onde escorrerá o piche? Achamos que ainda não houve uma definição, mas com certeza a ação benfeitora será bem recebida em qualquer lugar da urbe. E se a cada 12 meses fossem implantados mais 20 km por certo, ao final de uma gestão, teríamos uma proporção altamente favorável em nossa malha viária. Não vamos citar outras ruas como especulação, mas o aspecto de cidade civilizada começa pelo asfalto, intensa sinalização e limpeza. Mas outros gargalos como um anel viário para o Entroncamento Maracanã e semáforos para lugares estratégicos clamam por soluções todos os dias. Coisas simples como a jardinagem e passagem de pedestres na posteação da BR-316, Maracanã – DENIT ajudará no embelezamento urbano e na própria segurança geral.
Quando Santana do Ipanema foi elevada à cidade, na década de 1920, já iniciou a nova fase com o calçamento. Era um calçamento de pedras brutas, moderno para a época, revelando progresso. Esse tipo de pavimentação, somente foi substituído na gestão Ulisses Silva, quando virou moda à pedra pequena e o rejunto de cimento, chamado paralelepípedo.
Atualmente a cidade se divide entre o último tipo de pedra e o asfalto há muito representado como o novo. E depois do que a empresa de saneamento fez, o nosso calçamento não presta nem para cavalo. Portanto, é com certa expectativa que o santanense aguarda mais asfalto nas ruas, largos e avenidas. Em breve veremos o “negrinho” cobrindo trechos.