O CARRO DE BOI AINDA É REI Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.872   CARRO...

O CARRO DE BOI AINDA É REI


O CARRO DE BOI AINDA É REI
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.872
 
CARROS DE BOI. FOTO: (ALAGOASNANET).
A reportagem da Rede Globo sobre a mudança de uma família mineira de uma fazenda para outra, bem exaltou o carro de boi. Transporte antigo do Brasil, o carro de boi ainda se encontra presente em quase todo o território nacional, servindo nas fazendas. Enfrenta os serviços mais pesados com sua rudeza preparada à base de madeira nobre e algumas peças de ferro. É ele construído em fabriquetas cujos artesãos possuem a experiência e o amor pelo trabalho complexo e admirável. No caso da mudança apresentada na televisão, mais de vinte carros de bois foram precisos, inclusive, em dias chuvosos. Com eles seguiram todos os móveis, utensílios e bichos da fazenda. Uma vizinhança solidária em todos os eventos regionais.
Normalmente o transporte usa duas parelhas, como os bois da frente, chamados bois de cambão e, os de trás denominados bois do coice. Mas, conforme a necessidade, até oito parelhas são vistas puxando um carro, bem como apenas dois bois nas tarefas mais simples. Dentro de uma fazenda, mesmo com todo aparelhagem motorizada, sempre tem o “pau para toda obra”, que enfrenta todos os tipos de terreno, levando peso e trazendo em todos os recantos da propriedade. É bastante haver estrada que por pior que seja é rompida pelo carro de boi. Não sendo possível passar com o carro, chega à vez do jumento ou do burro com a força bruta levando caçambas, cambitos, caçuás e ancoretas. Todo boi de carro tem seu nome batizado pelo carreiro.
Fora os trabalhos da fazenda, os carros fazem parte de procissões religiosas em várias regiões brasileiras, assim como encontros de carreiros que alimentam a tradição. No caso da mudança, em Minas Gerais, o proprietário gostava tanto de carro de boi que disse possuir vinte e quatro entre pequenos e grandes. Até mesmo carros puxados por bodes bem chifrudos foram apresentados em plena ação na mudança. Aqui no Sertão alagoano somos mais acostumados com carros de carneiros, mas de bode, somente lá mesmo nas Minas Gerais. Inclusive, era um carro puxado por búfalos que seguia à frente.
Esse é o meu país, tão belo e ainda desconhecido para muitos brasileiros.

FAZENDO RIQUEZAS NATURAIS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.871   AMETIS...

FAZENDO RIQUEZAS NATURAIS


FAZENDO RIQUEZAS NATURAIS
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.871
 
AMETISTAS BRUTAS. (YOUTUBE).
Como a Natureza produz pedras preciosas:
Diamante. Feito somente de carbono, o diamante é uma das poucas pedras preciosas que não costumam se formar na crosta terrestre, e sim no manto, um oceano subterrâneo de magma. A pressão e a temperatura do manto, capazes de liquefazer rochas, também comprimem e fundem o carbono na forma de diamantes, que são carregados à superfície pelo magma, misturados a rochas ígneas. Em raros casos, a pressão que forma rochas metamórficas na crosta terrestre também forma diamantes.
Esmeralda. Formada pela combinação dos elementos berílio, alumínio, silício e oxigênio em uma solução aquosa, a esmeralda costuma ocorrer em veios de água quente (hidrotermais) derivada do magma nas profundezas da crosta terrestre. Quando essa solução aquosa com esses quatro elementos se resfria, a esmeralda se solidifica.
Rubi e safira. Quando magma contendo alumínio e crômio encontra bolsões de ar na crosta terrestre que contêm oxigênio, esses três elementos se combinam e formam rubis. O crômio, um elemento raro, é o que dá a cor vermelha ao rubi. Se ele não estiver presente na brincadeira, a gema formada é a safira, que costuma ser azul.
Turquesa. Parecida com a esmeralda, a turquesa vem da combinação de elementos (fósforo, cobre e alumínio) em uma solução aquosa. A diferença é que essa solução não deriva do magma do manto, e sim do infiltramento de água da superfície na crosta terrestre. Quando o infiltramento se aprofunda o suficiente para o calor evaporar a água, a turquesa se forma.
Quartzo. É formado pela evaporação de uma solução aquosa contendo átomos de silício, o que ocorre tanto em veios de água de superfície na crosta terrestre quanto em veios hidrotermais. Com a presença de certas impurezas (com o ferro) durante sua formação, o quartzo pode ficar da cor violeta, também conhecido como ametista.
Fonte: (Petrobrás e outras).
Em Santana do Ipanema tem uma mina desativada de ametistas. Detalhes no livro inédito: “O Boi, a Bota e a Batina; história completa de Santana do Ipanema”.








O CABURÉ DO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 2 de abril de 2018 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.870   CABURÉ. ILUST...

O CABURÉ DO SERTÃO


O CABURÉ DO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.870
 
CABURÉ. ILUSTRAÇÃO: (Jorge Kutsmi).
Povoando praticamente o Brasil inteiro, podemos encontrar o Glaucidium brasilianum, a pequena coruja brasileira, no sertão nordestino. Também chamada caburé, o caburé miudinho, Glaucidium minutissimum, recebe nome pejorativo com vários significados. Mede 16,5 cm, possui duas colorações de plumagem e sabe confundir a sua presa. O caburé alimenta-se de outras aves como pardais e sanhaçu, insetos, rãs, lagartixas, pequenas cobras e às vezes, beija-flor. Gosta de ficar em lugar mais alto de onde sai o voo para capturar com as garras. Quando sua presença é notada por outras aves, estas fazem um alarido, denunciando sua presença. Tem a voz numa sequência mais devagar e emite 10 a 60 assobios.
O voo do caburé é ruidoso, contrariando a espécie. Põe 2 a 5 ovos brancos, gosta de fazer ninhos em buracos de árvores. Todavia faz morada em buracos de parede e barrancos. Gosta de agir diurnamente e no crepúsculo. Habita as bordas das florestas, várzeas e copas de árvores. Mas o Caburé também gosta de fazer ninhos em cupinzeiros de 4 a 6 metros do chão e, abandonados por outras aves. Ele é ativo dia e noite e canta pelo dia. Com frequência avista-se o caburé em mourões de cercas e nas fiações elétricas. Atrás da cabeça tem face falsa para enganar pessoas e animais. Quando completamente imóvel, como estratégia, não é fácil de ser notado. Suas sobrancelhas são brancas com destaques.
Nas brincadeiras e piadas do sertão, o sertanejo gozador aponta o caburé como sendo o amante à espreita da mulher casada infiel. Também se faz referência às pessoas feias com a expressão: “Parece um caburé-de-‘urêia’ (orelha)”. Algumas localidades sertanejas possuem essa denominação. Também se aplica o termo à pessoa da roça, ao matuto das brenhas, como brincadeira normal do cotidiano.
E para você, casado, que gosta muito de viver farreando fora de casa, tenha cuidado com o CABURÉ.