VEM AÍ A PADROEIRA Clerisvaldo B. Chagas, 1 0 julho de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.136 INTERIOR DA MA...

VEM AÍ A PADROEIRA


VEM AÍ A PADROEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.136

INTERIOR DA MATRIZ DE SENHORA SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS).
Foi embora o mês tão aguardado e querido das festas típicas e arrebatadoras. Junho entregou julho ao Nordeste com chuvas, friozinho e fartura, pelo menos nas Alagoas. Mas também é aguardado com muita expectativa o mês, geralmente mais chuvoso, coroando o tempo da bonança em nossos sertões. Espera-se a maior festa religiosa do interior em Santana do Ipanema, com sua padroeira Senhora Santana. O recesso escolar que era no período da festa, foi mudado pelo governo estadual que unificou o calendário para todos os municípios. Assim as escolas não ficaram completamente livres para louvar a padroeira. Mesmo assim, a medida não abalou a fé, a esperança e a devoção dos participantes dos atos da Igreja Católica.
Foi incorporada à abertura, a procissão dos carreiros, quando a imagem da padroeira sai de uma cidade circunvizinha com destino a sua Matriz, em Santana. Em torno de mil e quinhentos carros de boi, acompanham e participam ativamente da procissão, cuja imagem da santa é conduzida no carro da frente. Em relação ao padroeiro do Bairro Camoxinga, São Cristóvão, o início e com a procissão dos vaqueiros e veículos. Este mês repetir-se-á a grande festa que tem como novidade o espaço novo da antiga ponte do Urubu. Agora este espaço urbanizado recebeu o nome de Cônego Bulhões e oferece todo o conforto para grandes encontros na cidade. A Festa de Senhora Santana, ganhou mais volume e dinamismo com o tradicional carro de boi e o arraigado saudosismo.
A imagem de Senhora Santana chegou à região que se chamava “Ribeira do Panema”, em 1787, data oficial da fundação de Santana. Foi entronizada na igrejinha construída para esta finalidade, na fazenda do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, a mesma igreja que hoje é a Matriz do município. Trazida da Bahia pelo padre Francisco José Correia de Albuquerque, a imagem de Senhora Santana fora um pedido da esposa do fazendeiro, Ana Teresa, primeira devotíssima da santa que também pedira a construção da capela.
O padre Francisco era penedense.
Assim Santana do Ipanema completa seus 232 anos de fundação, homenageada há dois anos com o nosso livro/enciclopédia “230”. VEM AÍ A FESTA DA PADROEIRA.









SÃO PEDRO: O AMARGO ESPERIMENTO Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.135 ...

SÃO PEDRO: O AMARGO ESPERIMENTO


SÃO PEDRO: O AMARGO ESPERIMENTO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.135

(IMAGEM/DIVULGAÇÃO)
 São Pedro é um santo muito popular no Nordeste. Em relação a ele, o nome Pedro ainda hoje prolifera em todas as unidades nordestinas. Todos conhecem a história do homem que teve o prestígio de ser amigo de Jesus. Ainda hoje Pedro é apreciado como o chaveiro do céu. Os nordestinos gostam tanto de Pedro que o chamam como brincadeira respeitosa, de Pedrinho. Dizem que certa feita, o homem que abre e fecha o céu, pediu a Jesus para passar três dias na Terra. Estava com saudade, dissera ele. Jesus consentiu e Pedro desceu. Mas, não retornou no dia combinado. Somente quinze dias depois Pedro lembrou-se do trato com o Senhor e partiu para cima. Sem brabeza alguma, Jesus passou a interrogar a Pedro.
“Perdoe Senhor, mas é que na Terra estava tão bom que eu esqueci do prazo. Era festa por todos os lugares, Mestre. Música, dança, farra, fartura... Uma beleza”. Aí Jesus indagou: “E falam em
mim, Pedro?”. “Não ouvi não, Mestre”. O tempo passou e no ano seguinte bateu a mesma saudade da Terra no ex-apóstolo de Cristo. Dessa vez pediu os mesmos três dias de férias. Jesus foi generoso e disse: “Não Pedro, pode passar quinze dias na Terra que eu me arranjo por aqui”. Pedro agradeceu e partiu para o Planeta. Passados apenas três dias, São Pedro estava de volta. Jesus, então,  perguntou ao amigo o que tinha acontecido. Não havia lhe dado quinze dias, porque voltara em apenas três?
Pedro respondeu: “Ah, meu Senhor, voltei logo porque a coisa está feia na Terra. Muita fome, terremotos, enchentes, maremotos, guerras, secas, desentendimentos... Muito desespero, Mestre”. E Jesus, calmamente, perguntou de novo: “E falam em meu nome, Pedro?”. Pedro ficou triste e respondeu: “Só é em quem falam Senhor, o vosso nome é um clamor geral”.
E assim foi encerrada essa lenda em que os mais velhos contavam nas rodas instrutivas de outrora. O amigo bem que poderia repassá-la aos filhos, netos e amigos. Quem sabe se a narrativa não iluminará a meditação de alguém.
Respeito profundo a Pedrinho.
Viva São Pedro!.

MONSTREGO NAS BR Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.134 SILHUETA ESTIL...

MONSTRENGO NAS BR


MONSTREGO NAS BR
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.134

SILHUETA ESTILIZADA. (FOTO: B. CHAGAS).
Todos eleitores esperam do seu candidato eleito, tino administrativo apurado. Prefeito, governador, presidente, estão – pelo menos no início – como esperança de um trabalho profícuo sem desculpas amarelas... Esfarrapadas. Obra iniciada e não concluída só atrai o que não presta, tanto para o povo quanto para o gestor. As inúmeras carradas de pragas e palavrões devem mexer muito negativamente na espiritualidade e na política do alvo das multidões. Pragas e xingamentos não podem trazer o que é bom. Um viaduto que seria de anel viário, trevo, passagem ou outro nome qualquer, enganchou no meio da BR-101 e BR-316 no trecho São Miguel dos Campos – Rio Largo; Pilar – Atalaia. Levantado pedaço do viaduto, obra parada e longos anos pousando no equívoco humano.
Ah, essas obras inacabadas que não levam a lugar nenhum, são muito parecidas com o destino enigmático de muita gente. Calculamos em mais de dez anos a resistência do monstrengo no mostruário em terras alagoanas. Quantas e quantas piadas e palavrões ouvimos dos motoristas que trafegam por ali! Havia muitas comparações com o asfaltamento do povoado Carié – Inajá, com enrolamento de mais de 40 anos e a conversa fiada do trevo da Polícia Rodoviária. A primeira já foi realizada. A segunda, em Maceió, finalmente está em pleno vapor e se desenha como obra de fato magnífica. Vai ser aliada da nova entrada Satuba/Maceió, antes imunda e hoje transformada em jardim.
Bem, para os longevos e pacientes cidadãos, parece que a coisa vai. Quem trafega no trecho na antiga presepada começa a
ver movimento de máquinas e operários no local, dando nítida impressão que mexeram nos pauzinhos. Assim, passamos no ponto mais de uma vez e aproveitamos para fotografar, mesmo em hora inconveniente. Pelo menos mostra a silhueta do bicho de concreto. E se o negócio dos novos dirigentes é desenterrar cabeças de burros, que assim seja. As três obras citadas são valorosas e representam ao final, desenvolvimento e segurança nas estradas que cortam o nosso estado.
Na realidade, existem os coveiros de cabeças e os desenterradores de muares.
Xô!.