SERVINDO À HUMANIDADE Clerisvaldo B. Chagas, 24 de setembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.186 SADIMAN. ...

SERVINDO À HUMANIDADE


SERVINDO À HUMANIDADE
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.186
SADIMAN. (FOTO/DIVULGAÇÃO).

Texto divulgado de Fabíola Simões:
“Autoridades do governo local deram pra ele, em sua cidade, Geneng, 100 milhões de rúpias ou o equivalente a 7.000 dólares, por ‘inspirar pessoas sem receber nenhum pagamento ou esperar algo em troca’.
No passado, todos os achavam louco por plantar árvores sozinho. ‘Quando os outros membros da comunidade plantaram alimentos, plantei bananas, mas o que plantei agora dá água aos moradores e o ar é fresco’, disse Sadiman. Sadiman dedicou sua vida ao plantio de árvores na ilha de Java, localizada na Indonésia, com o intuito de acabar com a seca e o desmatamento no local. Por 23 anos, Sadiman conseguiu plantar mais de 11.000 árvores na ilha.
Hoje com 68 anos, ele enfim recebeu o reconhecimento merecido do governo de seu país, após ter se dedicado tantos anos a devolver água para a região e conservar o ecossistema. Além de restaurar o fluxo de água, as árvores plantadas por Sadiman impediram a erosão da terra e, portanto, desastres naturais, como inundações ou avalanches.
Sadiman conseguiu reverter os estragos causados por seu próprio povo. A seca e o desmatamento em sua área terminaram, felizmente. E tudo com uma campanha simples, o replantio.
As árvores que armazenam água na ilha de Java são consideradas sagradas de acordo com as crenças locais. Ou seja, as árvores que Sadiman plantou não podem ser cortadas”.
Caso isso tivesse sido contado a Nosso Senhor Jesus Cristo, com certeza ele teria ouvido com paciência.
Depois de ouvir, teria perguntado:
“Onde estão os outros?”.


CHAPÉU, CHAPEUZINHO, CHAPELÃO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.185 ...

CHAPÉU, CHAPEUZINHO, CHAPELÃO


CHAPÉU, CHAPEUZINHO, CHAPELÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.185

CHAPÉU DE COURO. FOTO/DIVULGAÇÃO
Numa sociedade do couro onde proliferava a caatinga, havia a necessidade do uso de um chapéu forte. Assim, o vaqueiro, o carreiro e o tirador de leite, sempre usaram o chapéu de couro no cotidiano. Ele fica velho, mas nunca tem fim. Protegia e protege o homem contra espinhos e garranchos da vegetação agressiva, principalmente o vaqueiro. No geral, todos usavam chapéus contra o sol robusto do Sertão. O uso do chapéu de palha (do coqueiro ouricuri) acontecia mais entre os agricultores, os que trabalhavam com a enxada e instrumentos similares. É leve, não esquenta em situação alguma, mas não dura muito em época de chuvas. Já o chapéu de couro, era mais sofisticado quando feito de couro de veado, assim como algumas alpercatas, couro nobre e macio. Extinto o bicho, o couro do bode ocupou o seu lugar.
A classe média do Sertão e os coronéis usavam o chapéu de baeta ou de massa. As abas enormes pertenciam aos coronéis e aos ciganos que percorriam os sertões. As abas menores e curtas eram usadas pela classe média. Raramente se avistava um boné. Este pareceu surgir com o automóvel, quando o sertanejo dizia: “homem de boné, ou é corno ou chofer”. Os chapéus de palha eram vendidos nas feiras, amontoados no chão. Os chapéus de massa, nas lojas das cidades, vilas e povoados. Quanto ao chapéu de couro podia ser encontrado nas feiras ou feitos de encomenda pelos inúmeros artesãos de sítios e povoados. Nem faltava o couro nem a palha, matérias abundantes na região. Os modelos de chapéu de couro, ainda hoje variam de acordo com o estado de origem.
Os chapéus de couro dos cangaceiros foram uma evolução e modismo do cangaço com: aumento de tamanho das abas e enfeites diversos. A confecção era praticamente a mesma, sempre encomendada a grandes mestres do couro. Nem todo cangaceiro, usava o típico chapéu do cangaço. São várias as fotos apresentadas com chapéus comuns de vaqueiro, abas curtas, pelos bandidos. O chapéu cangaceiro elevava a estima do usuário e metia medo na população desarvorada.
Quanto à compra do chapéu na feira, não existe número. É como na casa do chinês, deu na cabeça, leva.
E o sujeito sai todo ancho, peito erguido feito pavão, de chapéu novo.

JUAZEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.184 MUSEU DO HORTO ...

JUAZEIRO



JUAZEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de setembro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.184

MUSEU DO HORTO
Em Juazeiro do Norte, existe um monumento construído em homenagem ao padre Cícero Romão Batista. A estátua está locali zada na Colina do Horto onde há uma pequena igreja e um museu. Foi esculpida por Armando Lacerda em 1969. O engenheiro responsável pelos cálculos de engenharia da base da estátua foi Rômulo Ayres Montenegro. Antes, projetada com sete metros, foi redimensionada para 27 metros de altura. Padre Cícero nasceu no dia 24 de março de 1844 (no Crato), e faleceu em 20 de julho de 1934, com 90 anos de idade. Foi escolhido o “Cearense do Século”, em março de 2001. Em julho de 2012 foi eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos. Juazeiro ganha milhões de visitantes durante o ano todo com o movimento da religiosidade.
A paisagem vista do Horto para os arredores, não deixa de ser bonita, embora os pontos procurados fiquem muito distantes. Muita gente, apesar de ser dia comum, comércio ambulante de pequi e do seu óleo, chamava atenção. Dificilmente o romeiro não trás óleo de pequi do Juazeiro. Comprovadamente bom contra pancada e torcicolo. O movimento é continuado entre a estátua, à igreja e o museu. Várias pessoas circulando de joelhos o sopé da imagem, pagando promessas difíceis alcançadas. Ao deixarmos o Horto, chuva forte começa e arrasta uma das pontes da região.
Na cidade, uma das ruas estreitas do comércio parece um formigueiro de tanta gente. Defronte a Igreja de Nossa Senhora das Dores, amontoado de roupa vendido a preço ínfimo e inacreditável. Vários ourives no pátio vendendo ouro à moda antiga. Missa de hora em hora e padres galegos empurrando livretos de cordéis na venta dos presentes. Comércio de santo quase de graça, sem sentimento religioso nenhum. Cada quintal uma pequena indústria e o território inteiro cheio de histórias e misticismo.
Chega uma chuva forte de repente e a praça central se esvazia.  Ninguém sabe onde entraram os ourives. A chuva prolonga-se pela noite adentro. Notícia de morte em enxurrada. Juntam-se os panos, micro-ônibus lotado de mercadorias deixando o Juazeiro.
A chuva vem terminar em Poço das Trincheiras, Alagoas.